O ritmo de vida, as
escolhas pessoais e profissionais, as situações mais variadas da vida, as
dependências e compulsões dos mais variados tipos, as perdas… Enfim, todos nós
já vivemos ou temos alguém que passou por alguma dessas situações. Essas e
outras possibilidades, muito mais do que popularmente se diz que “psicólogo é
coisa pra doido”, justificam a busca por psicoterapia.
Ao contrário do que
muitas pessoas pensam, a busca por psicólogos e o processo de terapia não tem,
necessariamente, ligação direta com a “loucura” propriamente dita. Ainda há um
imenso preconceito na sociedade àqueles que buscam esse caminho. Além das
situações apresentadas, passar pelo processo de autoconhecimento é um caminho
que pode ser realizado através da psicoterapia.
Assim como buscamos um
médico quando nosso corpo está fragilizado, também se faz importante a busca
por ajuda quando notamos que nosso psiquismo está passando por “dores” e
dificuldades.
Essas dores emocionais
podem estar refletidas numa série de situações que vivenciamos: a autocrítica
excessiva, o excesso de pensamentos negativos, o perfeccionismo, o ciúme, a
necessidade de controle, a procrastinação (ou seja, a dificuldade em fazer algo
agora e aquele comportamento de deixar para depois), os vícios de diversas
naturezas ou atitudes que trazem prejuízo tanto para a pessoa quanto para os
relacionamentos nos quais ela está envolvida.
Saiba quais são os
motivos que podem levar a pessoa à psicoterapia
1. tristeza persistente
que tira a vontade de fazer coisas que usualmente fazemos;
2. diagnósticos
psiquiátricos com uso de medicação, pois estudos revelam que os melhores
resultados envolvem medicação e psicoterapia;
3. luto patológico, ou
seja, a persistência das emoções da perda de alguém continuam a existir, mesmo
depois de muito tempo;
4. dificuldade em
sentir prazer nas coisas que faz diariamente, mesmo quando se fala em lazer;
5. isolamento social
excessivo;
6. sente grande
irritação que se manifesta em agressividade física e verbal, com certo
descontrole;
7. possui pensamentos
repetitivos e de conteúdo negativo ou persecutório;
8. precisa de álcool ou
drogas para conseguir passar pelos dias, sentindo falta quando não faz uso
constante;
9. sua própria
percepção de que algo não vai bem consigo, alguma questão emocional (mesmo que
desconhecida) o aflige.
Podemos ter, ao
pensarmos na terapia como uma alternativa, alguns questionamentos: “Quem
procurar? É rápido ou demorado? Como vou falar da minha vida para um
‘estranho’? Como será?” Como é um tratamento, não acontecerá em uma ou duas
sessões, e a duração dependerá de cada caso. Os motivos apresentados, são
apenas alguns que ilustram as possibilidades de busca de psicoterapia.
A intensidade da
vivência das situações pode ser um bom indicativo para saber se precisamos ou
não ir a um terapeuta. Duas pessoas podem passar pela mesma situação, mas não
necessariamente ter a mesma resistência ou tolerância a viver esse fato, sendo
já um bom critério para a busca ou não por terapia. E mais ainda: aquilo que é
um sintoma emocional, se repetido e constante, pode dar a crescer um sintoma
físico, que muitas vezes só será compreendido no processo psicoterapêutico.
A terapia funciona bem
quando há um bom vínculo entre psicólogo e paciente/cliente, ou seja, quando há
uma fluidez nas informações, quando o cliente se sente confortável para
expressar suas ideias, pode encontrar um espaço para elaborar seus pensamentos
e reposicionar-se frente às suas dificuldades.
É muito válido
pensarmos que os sofrimentos humanos se expressam de diferentes formas e com
diferentes reações. Com isso, cada um de nós passa por eles também sua forma
particular. Portanto, as frases que dizem: “Psicólogo é bobeira, você não
precisa disso” ou coisas do tipo, servem até mesmo para desencorajar, mas não
são motivos efetivos para que você não busque ajuda. Não tenha vergonha de
buscar ajuda para você, podendo então, superar suas dificuldades e ganhar em qualidade
de vida.
Elaine Ribeiro dos
Santos
Psicóloga Clínica e
Organizacional, colaboradora da Comunidade Canção Nova.
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