Festa do Batismo do Senhor

O batismo de Jesus está situado antes do início de seu ministério (3,23), sendo narrado também pelos outros evangelistas (Mt 3,13-17; Mc 1,9-11; Jo 1,31-34). João está batizando com água e anuncia a chegada do Messias que batizará com o Espírito Santo e fogo. Enquanto o povo recebia um batismo de penitência (Lc 3,3), Jesus recebe o batismo de João como sinal do seu batismo de sangue (12,50) na entrega da sua vida na cruz, que realiza a obra da redenção, revelando assim sua missão solidária com os pecadores e os excluídos. Batizado, ele estava em oração, em comunhão com o Pai como ao longo do caminho até a cruz (5,16; 6,12; 9,18.28-29; 11,1-2; 22,32.41-46; 23,46). No momento do batismo de Jesus acontece a manifestação do mistério da Trindade: O céu se abre, ouve-se a voz do Pai e o Espírito Santo desce como pomba sobre Jesus. A vida de Jesus, suas palavras e ações revelam uma nova relação de confiança com o Pai: Tu és o meu Filho; eu, hoje, te gerei (cf. Sl 2,7). A experiência como Filho amado conduz o seu caminho de fidelidade incondicional ao projeto do Pai. A atuação de Jesus lembra a forma de agir do Servo de Deus, no livro de Isaías. Consagrado com o Espírito do Senhor, o Servo exerce a missão libertadora durante o exílio com meios pacíficos, anuncia a esperança universal de salvação que se realizará plenamente em Cristo (Lc 7,22). O salmo glorifica o Senhor, reconhecendo sua voz sobre as águas, sua presença em todo o universo. A leitura dos Atos dos Apóstolos sublinha que a Boa Nova da paz se manifestou em Jesus Cristo, o Senhor de todos os povos. Jesus, o Ungido de Deus, investido com o “poder” do Espírito no batismo, passou fazendo o bem aos sofredores, libertando -os de todos os males.

A celebração do batismo do Senhor nos faz mergulhar no mistério de sua vida, morte e ressurreição, renovando o nosso compromisso batismal para retomarmos com novo vigor o seguimento do caminho que Ele nos propõe.

Celebrando hoje o batismo de Jesus, ao escutar sua voz na Palavra proclamada, somos conduzidos pelo Espírito a passar das trevas à sua luz, e somos confirmados como filhas e filhos amados.

Revista de Liturgia

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