A mãe dos
filhos de Zebedeu, mãe de Tiago e de João, se aproximou de Jesus para fazer um
pedido a Ele. Ela queria que os filhos se sentassem um à direita e outro à
esquerda do Senhor quando Ele viesse em Sua glória. Esse era o mesmo desejo que
estava no coração deles. Em outra narração desse mesmo Evangelho, eles mesmos
se aproximam de Jesus e Lhe dizem: “Senhor, queremos um lugar à tua direita e
outro à tua esquerda”. Sabe, aquela mãe orgulhosa dos seus filhos, ela quer
sempre o lugar melhor e o destaque para eles. Muitas vezes, até sobrepõe seus
filhos aos demais filhos.
Eu já escutei
em tantas conversas de roda aquelas mães que gostam só de contar vantagens
sobre os filhos. Quando falo mãe, falo dos pais também, muitas vezes, até
envergonhando o filho do vizinho e o filho de quem a escuta, porque o filho
dela é sempre bom, sempre tem vantagens.
Algumas
vezes, eu vejo que essas conversas são rodeadas de um certo exagero ou de um
desejo, sempre pretensioso, de que seus filhos sejam os melhores. É óbvio que
pai e mãe querem sempre o melhor para os filhos, querem que eles cheguem longe,
querem que sejam melhores do que eles mesmos. Não há nenhum mal nisso, não há
nenhum mal nesse desejo de querer o melhor para seus filhos, que eles possam
estudar numa boa escola, que eles tenham condição de fazer um curso superior e
de ter uma formação. Desde que tudo o que você desejar para si e para os seus
nunca seja para sobressair aos outros, para parecer-se melhor e ser motivo de
orgulho.
Aquilo que o
levanta não pode ser aquilo que derruba os outros, aquilo que o faz melhor não
pode ser aquilo que faz o outro se tornar pior. Aquilo que o engrandece não
pode ser aquilo que derruba o outro.
Hoje,
Jesus responde, com ternura de coração,
aquele desejo pretensioso daquela mãe ao afirmar que, no Reino de Deus, essa
não é a lógica. Se alguém quer se tornar grande, importante e estar acima dos
outros, que se torne um servidor, que se torne servo, seja aquele que ajuda a
todos.
Bom demais
ver aquele que consegue chegar bem aonde queria na vida, tornou-se um médico,
tornou-se um profissional gabaritado, tornou-se alguém que tem uma função de
importância.
Mas, do que
vale tudo isso, se o que você conseguiu para si ou para os seus não o fez mais
servidor, mais irmão, mais fraterno, não o faz compartilhar o que você tem e
pode com os outros? Se você quiser entrar na dinâmica do Reino de Deus, saiba
que ela não é como a lógica deste mundo.
Deus abençoe
você!
Padre Roger
Araújo
Sacerdote da
Comunidade Canção Nova
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