Segundo uma tradição,
São Domingos de Gusmão, espanhol, recebeu de Nossa Senhora a devoção do santo
rosário, que ele rezava continuamente em suas caminhadas pela conversão dos
hereges cátaros que agitavam a vida da Igreja na França.
Em suas aparições, em
Fátima e Lourdes, Nossa Senhora pediu insistentemente aos videntes para que
rezassem o terço sempre. Ela disse aos pastorinhos, em Fátima, que “não há
problema de ordem pessoal, familiar, nacional e internacional, que o santo
terço não possa ajudar a resolver”. Por isso, o terço e o rosário tornaram-se
orações amadas pelo povo de Deus. O Papa João Paulo II disse que essa era “a
sua oração predileta”; sempre o víamos rezando-a.
Bento XVI o recomendou
fortemente. Disse: “O rosário é oração bíblica, toda tecida da Escritura
Sagrada. É a oração do coração, em que a repetição da Ave-Maria orienta o
pensamento e o afeto para com Cristo, tornando-se súplica confiante na nossa
Mãe”.
“O terço, quando rezado
de modo autêntico, não mecânico ou superficial, mas profundo, traz paz e
reconciliação. Contém em si a potência curadora do nome santíssimo de Jesus,
invocado com fé e com amor no centro de cada Ave-Maria” (5 de maio de 2008
-ZENIT.org).
Na sua Carta Apostólica
Rosarium Virginis Mariae, de 2005, São João Paulo II disse: “Uma oração tão
fácil e, ao mesmo tempo, tão rica merece verdadeiramente ser descoberta de novo
pela comunidade cristã”.
Muitos Papas recomendaram
o rosário: Leão XIII, em 1883, na Encíclica Supremi apostolatus officio,
apresentou-o como “um instrumento espiritual eficaz contra os males da
sociedade”. São Pio V, em 1571, estabeleceu a invocação a Nossa Senhora do
Rosário, como agradecimento à Virgem pela vitória da cristandade, na batalha de
Lepanto, contra os turcos otomanos muçulmanos que pretendiam destruir o
Cristianismo na Europa.
Além dos inúmeros
Papas, também muitos santos se destacaram pelo amor ao rosário: São Luís Maria
Grignion de Montfort, Santo Afonso de Ligório, São Pio de Pietrelcina e muitos
outros. Essa devoção tem como base o fato de que, do alto da cruz, Jesus Cristo,
num ato de amor, nos deu Maria como Mãe (cf. Jo 19,26). Se Jesus no-la deu como
Mãe, é porque precisamos dela para nossa vida e salvação. Então, cada cristão e
cada família cristã precisa da proteção materna de Nossa Senhora para enfrentar
a luta da vida, as tentações, provações etc. A Igreja sempre ensinou que
“família que reza unida permanece unida”, sobretudo quando reza o terço.
Na oração do santo
rosário, a Virgem Maria nos ensina e nos anima na vida de Cristo, partilhando
conosco aquelas coisas que “ela guardava no seu coração” (cf. Lc 2,52). “É uma
oração contemplativa, não pode ser apenas uma repetição mecânica de fórmulas”,
disse o Papa Paulo VI na Exortação Apostólica Marialis cultus.
Lembro-me, com saudade,
de que minha mãe, todos os dias, reunia seus nove filhos, às 18h em ponto, para
rezar o terço. Era algo que não falhava. Hoje, vejo todos os meus irmãos na
Igreja, todos casados, nenhum separado. Não me lembro de um dia de desespero em
nosso lar, embora tivéssemos todos os problemas que toda família tem. O santo
terço diário foi sempre a nossa força, o nosso consolo. Nunca o deixei de
rezar, mesmo nos meus tempos de cadete do Exército, durante três anos na
Academia Militar.
Sobretudo hoje, em que
se multiplicam os problemas e os pecados, a ofensa a Deus, e os filhos estão
muito mais sujeitos aos maus exemplos, é fundamental que a família cristã reze,
todos os dias, o santo terço para se colocar debaixo da poderosa intercessão de
Nossa Senhora. Então, terão paz, mesmo neste mundo tão conturbado.
Felipe Aquino
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