“A nossa vida não deve
ser caracterizada por inquietações que geram ansiedades, mas sim pela fé que
produz felicidade” (Charles H. Spurgeon).
Objetivo a ser
alcançado em todos os tempos, a felicidade só agora começa a ser estudada pelas
ciências sociais. As pessoas, no mundo ocidental, apesar da afluência
econômica, não se tornaram mais felizes nos últimos 50 anos. Muitas ficam
ricas, trabalham mais, vivem mais tempo e são mais saudáveis. Contudo, não
estão mais satisfeitas. Hoje é possível medir esse grau de insatisfação, pois a
psicologia econômica, disciplina só agora sistematizada, conseguiu resultados
qualitativos muito interessantes, revelados recentemente no estudo de Richard
Layard com o título “Happiness: has social science a clue?”.
Na sociedade em que
estamos vivendo, terrivelmente alienada, superficial, digital, consumista e
competitiva, é possível ter muito mais e não ser feliz. Por mais que
consigamos, estamos sempre infelizes e insatisfeitos, porque as coisas terrenas
não saciam os nossos desejos.
O filósofo e escritor
latino Sêneca (4 a.C. – 65 d.C.) disse: “Se não estou satisfeito com o que
tenho, mesmo se possuísse o mundo, ainda me sentiria na miséria!”
Só Deus realiza os mais
profundos e insaciáveis desejos do ser humano. Afirma com categoria São
Bernardo de Claraval (1090 –1153): “Deus fez de ti um ser de desejo, e o teu
desejo é o próprio Deus”.
Há alguns anos,
perguntou-se às pessoas na França, na Alemanha, na Grã-Bretanha e nos Estados
Unidos: “O que é preciso para ser feliz?”. Dentre os entrevistados, 89 por
cento disseram que isso requer boa saúde; 79 por cento mencionaram a satisfação
no casamento ou na vida em comum; 62 por cento salientaram as recompensas da
paternidade e da maternidade; e 51 por cento citaram uma carreira bem-sucedida.
Embora a sabedoria popular diga que o dinheiro não garante a felicidade, 47 por
cento dos interrogados estavam convencidos de que ele a garante. O que os fatos
revelam?
Primeiro, note o
suposto vínculo que há entre o dinheiro e a felicidade. Uma pesquisa feita
entre as cem pessoas mais ricas nos Estados Unidos mostrou que elas não eram
mais felizes do que as outras em geral. Além disso, embora muitas delas quase
tenham dobrado o seu patrimônio nas últimas três décadas, não são agora mais
felizes do que antes, segundo os peritos em saúde mental. Na realidade, um
relatório informou: “No mesmo período, os casos de depressão dispararam. O
suicídio de adolescentes triplicou. O número de divórcios dobrou”.
Em cerca de 50 países
diferentes, pesquisadores que estudaram a relação entre o dinheiro e a
felicidade chegaram à conclusão de que não se pode comprar a felicidade.
Que relação importante
com a felicidade têm fatores como boa saúde, casamento feliz e carreira
bem-sucedida? Será que algumas pessoas vão ao extremo para conseguir a
felicidade?
O filósofo Eric Hoffer
chegou à conclusão de que sim ao afirmar que: “A procura da felicidade é um dos
principais motivos da infelicidade”. Isso certamente é verdade quando
procuramos a felicidade nos lugares errados. O lugar certo é o coração do ser
humano. O caminho é Jesus Cristo, e a riqueza é a Palavra de Deus.
Disse Santo Agostinho
de Hipona (354 – 430), teólogo, filósofo e doutor da Igreja: “A procura de Deus
é a procura da felicidade, o encontro com Deus é a própria felicidade”. Para
Deus, pois, é mister orientar todas as nossas ações e pensamentos. Conhecê-Lo,
amá-Lo, servi-Lo e, assim, glorificá-Lo, eis o fim da nossa vida e da nossa
verdadeira felicidade.
“Infeliz quem conhece
todos essas coisas (terrenas) e não Vos conhece, ó meu Deus!” Feliz quem Vos
conhece, embora ignore todo o resto. Quanto a quem Vos conhece e conhece também
as coisas terrenas, não é mais feliz por conhecê-las, mas é unicamente o conhecimento
que tem de Vós que o faz feliz”, afirma Santo Agostinho.
A fonte da verdadeira
felicidade, aqui e na eternidade, é Jesus Cristo. Só Cristo preenche todo o
espaço do coração com a paz e a alegria.
Padre Inácio José do
Vale
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