Jeremias, na 1ª
leitura, testemunha a confiança inabalável no Senhor: Tu me seduziste, Senhor,
e eu me deixei seduzir! Ele é hostilizado e perseguido por causa da ação
profética, contra a violência e a opressão!
Na 2ª leitura, Paulo
exorta os cristãos a viver a vida nova em Cristo, oferecendo-se como sacrifício
vivo, santo e agradável a Deus. Esse culto espiritual manifesta-se no serviço
do bem comum, na caridade.
O evangelho apresenta o
primeiro anúncio da paixão de Jesus e seu ensinamento sobre o caminho do
discipulado. Jesus, como nos outros dois anúncios, revela aos discípulos que
sua missão culmina na morte e ressurreição gloriosa. As suas ações salvíficas
em defesa dos excluídos suscitam a oposição dos poderosos. Anciãos, chefes dos
sacerdotes e escribas formam os grupos de lideranças que compõe o sinédrio.
Jerusalém é a cidade onde os profetas morrem por causa da justiça. A cruz,
segundo o historiador Flávio Josefo, era o “suplício mais cruel e terrível”,
usado pelos romanos para matar os escravos e os opositores do império. Pedro
representa os discípulos que não compreendem o caminho de sofrimento e morte do
Messias servidor, que entrega a vida por amor. Como nas tentações, Jesus
rejeita toda forma de poder e dominação, que procura desviá-lo da fidelidade ao
projeto de Deus. A condição para ser discípulo é a identificação com o caminho
de Cristo: Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e
siga-me. A adesão a Jesus é testemunhada na confiança em Deus e no serviço ao
seu Reino. O discípulo, ao assumir a missão até as últimas consequências, por
causa de Jesus, encontra a vida plena.
Revista de Liturgia
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