Nós, hoje, acompanhamos
a conclusão de uma série de parábolas que Jesus nos conta para nos fazer
compreender o Reino dos Céus. Hoje, esse mesmo Reino é comparado ao homem que
lança uma rede ao mar e de lá apanha peixes de todas as espécies, peixes bons,
peixes mais ou menos bons, e peixes ruins, que não servem para nada. Depois ele
vai recolher estes peixes e separá-los nas cestas.
O Reino de Deus é
também comparado a um pai de família que tem nos seus tesouros coisas novas e
também coisas velhas. Quando nós olhamos para essas duas parábolas nos
recordamos também da parábola do joio e do trigo, que nos ajudam a compreender
o mundo em que vivemos, a Igreja da qual participamos, o trabalho onde estamos
inseridos. Porque em todas as realidades é assim: existem pessoas boas, pessoas
menos boas, pessoas generosas, mas existem também muitas pessoas maldosas,
convivendo lado a lado conosco; algumas vezes até numa mesma casa, numa mesma
família.
Isso acaba gerando
sérios questionamentos dentro de nós: “Como é que Deus tolera tanta gente má
neste mundo? Como é que os maldosos até riem, zombam de Deus, zombam da Igreja,
fazem maldade com as pessoas boas?”
Vamos convivendo e
crescendo num mundo confuso, onde, lado a lado, estão o trigo e o joio, estão
os peixes bons e os peixes ruins. Deus nos pede a paciência, a tolerância,
porque, na verdade, foi e é a mesma paciência que o Senhor teve e tem conosco.
Nenhum de nós pode dizer que, no nosso coração, só existem coisas boas, o mundo
é um espelho do que, muitas vezes, é o coração de cada um de nós. No mesmo
coração que há sentimentos generosos, bondosos; gestos de bondade e de ternura
e há também coisas maldosas e há sentimentos negativos. Há muita confusão,
mentiras e falsidades dentro de nós.
E o que nós percebemos?
Que Deus, em Sua infinita misericórdia, vai nos lapidando, nos lavando e nos
renovando se nós nos deixarmos ser tocados, renovados e transformados por Ele.
Como Deus age em nosso coração Ele também age no mundo; quantas pessoas que não
valiam nada e Deus Pai, em Sua infinita misericórdia, as salvou, as renovou e
as transformou. Que o digam São Paulo, Santa Maria Madalena, São Francisco de
Assis, Santo Inácio de Loyola! Que o digam tantos homens e mulheres da nossa
sociedade que um dia foram peixes de péssima qualidade e foram transformados
pelo poder da Palavra de Deus!
Paciência, nem todo
peixe ruim se transforma num peixe bom, mas no Reino de Deus, quando nós
cremos, o joio pode ser transformado em trigo! A paciência gera muitos frutos
de conversão, continuemos trabalhando intensamente para renovar, purificar,
santificar o mundo e o nosso coração.
Se nós e nem aqueles
que vivem na maldade aceitarmos a conversão e a mudança de vida, nos fim dos
tempos Jesus, em Sua glória, virá para separar o que é bom do que é mau.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade
Canção Nova
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