Como, quando e o quanto
elogiar nossos filhos?
O segredo da maioria
das coisas é a forma como elas são administradas. A falta ou o excesso de
elogios pode ser prejudicial em muitas situações.
Elogiar a inteligência
ou o esforço de uma criança? Essa é uma dúvida que certamente gera dúvida.
Quando elogiamos a
inteligência de um filho, não damos margem, por exemplo, a um erro ou a uma
nota baixa. Quando elogiamos seu esforço, damos estímulo para que ele possa se
esforçar outras vezes.
Elogios excessivos
acabam sendo vazios e não ajudam no desenvolvimento saudável dos filhos, porque
acabamos colaborando para um estilo quase infalível e muito vaidoso de uma
criança. O elogio excessivo pode, até mesmo, colaborar para que uma criança não
aceite uma correção quando necessário. Ou seja, quando estiver errada,
certamente terá dificuldade de ser orientada em suas atitudes.
Quando uma criança é
elogiada demais, sente-se muito melhor que os outros e pode, em muitos casos,
crescer em sua presunção e arrogância.
Preferencialmente,
elogios devem estar firmados em fatos, em comportamentos ou atitudes. O elogio
do tipo “como você é lindo, meu filho!”, ou “que maravilha de menina!” estão
firmados nas impressões de um adulto, mas não colaboram especialmente em alguma
atitude diferenciada na criança.
Mas, então, que elogios
podem ajudar uma criança a ter uma atitude saudável? Por exemplo: “Filho, que
bom que você ajudou seu colega de escola!”, “Parabéns pelo seu esforço no
estudo e pelas notas que tirou!”, “É muito legal você ter dividido seus
brinquedos com seu amigo. Dividir é muito importante!”, “Que bom você ter me
ajudado, gosto muito quando você faz isso!”.
Esses elogios são
baseados em coisas reais, em coisas que seu filho realmente fez e não em
impressões vazias que contribuem para que ele possa repetir esses
comportamentos positivos.
Fazer uma criança amada
não é dizer a ela, o tempo todo, “eu te amo”, “como você é lindo”ou coisas
desse tipo.
A medida é importante,
já o excesso não faz bem. Quando uma criança passa a frequentar outros
ambientes como escola, igreja ou natação, nem sempre será elogiada na mesma
quantidade que os pais fazem, e isso pode gerar nela grande decepção e
frustração, inclusive na fase adulta, quando tiver de lidar com a falta de
elogios e recompensas no trabalho, o que pode ser altamente desmotivador e
frustrante para ela.
Procure dar atenção não
apenas às qualidades, mas às atitudes da criança, pois são perceptíveis e envolvem
a ação e o empenho dela em algo. Também o cuidado de não desejar que ela seja o
que não fomos é importante. Muitas vezes, o elogio é dado no sentido de que seu
filho sempre supere, sempre seja o melhor, sempre seja mais. Daí, novamente, a
medida é importante e a intensidade também para que o positivo seja um fato
desmotivador para ele.
Elaine Ribeiro
Psicóloga Clínica e
Organizacional, colaboradora da Comunidade Canção Nova
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