“A vontade de Deus é que sejais santos” (1Ts 4,3).
Num determinado tempo litúrgico, a Igreja celebra a Solenidade de Todos
os Santos. Celebramos os santos canonizados e os não canonizados, todos os que
estão na glória de Deus, ou seja, os que fizeram o bem, os que colocaram em
prática os ensinamentos de Jesus.
Santos são modelos para nós, são homens e mulheres que assumiram o
Evangelho e souberam amar Cristo; hoje, desfrutam a alegria de ver Deus. Mas a
santidade não é só para os que já morreram. Todos somos chamados a vivê-la: “A
vontade de Deus é que sejais santos” (1Ts 4,3). Ela não é fruto do esforço
humano, que procura alcançar Deus com suas forças e até com heroísmo. É um dom
do amor de Deus acompanhado da resposta do homem, que acolhe o dom, pois Cristo
deu a sua vida pela nossa santificação (cf. Ef 5,25-26).
Deus, na Sua infinita Misericórdia, chama-nos à santidade. Jesus nos
ensina que o homem que se reconhece pecador e sabe que só Deus salva está no
caminho da santidade (cf. Lc 18, 9-14). Deus ama o pecador, mas não ama o
pecado. O Amor de Deus é sem limites, não conhece restrição, envolve tudo, é
maior que qualquer pecado: “Onde, porém, se multiplicou o pecado, a graça
transbordou” (Rm 5,20).
Deste modo, a santidade não é fruto de um esforço de fazer perder o
fôlego, mas a capacidade de ultrapassar nossas próprias condenações, de nos
olharmos com o olhar de amor e ternura com que Deus nos olha e continuarmos a
fazer o bem no meio de nossa fraqueza. É descer até as profundezas da humildade,
reconhecendo a própria fraqueza e pedindo a Deus a graça da santificação:
“Basta-te a minha graça, pois é na fraqueza que a força se realiza plenamente”
(2Cor 12,9).
A força da santidade vem na medida em que nos esvaziamos e damos espaço
para o Espírito Santo de Deus agir e nos santificar, pois santo é quem, ao
saber que é acolhido incondicionalmente por Deus, aceita sua fraqueza e se
deixa levar por Aquele que o ama, isto é, santo é quem deixa Deus conduzir a
sua vida! Sabemos que a esperança não decepciona, por isso nós nos alegramos na
esperança da glória de Deus.
Nesta terra, somos peregrinos, somos caminheiros da esperança,
caminhamos para o Céu, nossa pátria definitiva.
Não existe vida cristã nem santidade sem vida de oração. A oração tanto
pessoal como comunitária é lugar no qual o cristão cultiva sua amizade com
Cristo, alimentado pela Palavra e a Eucaristia. A oração diária é sinal do
primado da graça no caminho do discípulo missionário. Por isso é necessário
aprender a orar.
Vamos rezar pela multidão de santos e santas anônimos, que, na rotina de
seu cotidiano, constroem o Reino de Deus. Vamos pedir a Ele a graça de, em meio
as nossas fraquezas e pecados, sermos capazes de, cada vez mais, testemunhar a
santidade em nosso mundo.
Dunga
Comunidade Canção Nova
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