“Mas o Paráclito, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito.
E aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e fará outras ainda maiores”. (Jo. 14,26;14,12)
No livro dos Atos dos Apóstolos podemos sentir quão poderoso foi o derramamento do Espírito Santo sobre o seu povo. Naqueles dias, todos que ali estavam em oração tiveram uma experiência forte do poder de Deus que transformou suas vidas tornando-os testemunhas fiéis da salvação de Jesus.
Hoje Deus quer que tenhamos este mesmo poder pois somos exortados a levar a boa nova aos humildes, curar os corações doloridos, anunciar aos cativos a redenção, e só podemos realizar tais maravilhas deixando que o Senhor nos unja com o seu Espírito.
Quando o Espírito Santo é derramado sobre nós, experimentamos o amor de Deus e passamos a compreender que, assim como Deus é amor, nós que somos sua imagem e semelhança, fomos criados para o amor: o amor a Ele sobre todas as coisas e ao próximo como nós mesmos.
Se tudo se resume no amor não só devemos, como precisamos estar sempre cheios de amor. Mas o amor é um dom de Deus e como todo dom vem Espírito, só podemos estar plenos de amor se estivermos plenos do Espírito. Foi o amor quem deu sua vida por nós. É por amor que devemos realizar todas as nossas obras, pois se não tenho amor sou como o bronze que soa, ou como címbalo que retine. É este dom que nos torna pessoas verdadeiramente espirituais.
Para tornarmos esse amor concreto, temos que agarrar todos os dons que Deus põe a nossa disposição, deixando-nos abertos ao seu Santo Espírito e mais que isso, tendo uma expectativa saudável desses dons, ansiando por eles.
No momento em que despertamos para os dons, não podemos restrigi-los a nós mesmos, pois eles são para a edificação da Igreja. Ora, se você edifica a Igreja e como você também é Igreja, você também é edificado e isso é sabedoria de Deus. Eu só frutifico se meus frutos alimentam aqueles que tem fome.
Os dons carismáticos têm, como uma de suas finalidades, a evangelização. Eles nos foram dados para que fôssemos autênticos evangelizadores, ramos que dessem frutos, pessoas cheias do poder de Deus. Tenhamos em mente que os frutos da vinha não são para os galhos, mas para os que têm fome. Se usarmos os dons somente para nós próprios, esse dons vão murchar e morrer, pois o egoísmo e o medo, são sentimentos que sufocam o Espírito Santo em nós.
Todos nós cristão recebemos uma ordem clara: “Ide e evangelizei a toda criatura”. Evangelizar é testemunhar e testemunhar é viver Cristo. Mas não podemos viver Cristo sem o poder que vem do alto, sem o seu Espírito Santo que nos vivifica e nos convence do amor.
É o Espírito que nos liberta do medo, da timidez, da insegurança, da auto-piedade. O Espírito Santo é o Espírito da verdade que nos mostra quem somos, arrancando toda e qualquer máscara que não raras vezes insistimos em vestir. É Ele, que por amor , nos ensina a orar através de seus dons transformando-nos e capacitando-nos a sermos testemunhas, até os confins da terra, de Jesus, o Senhor.
Deus não nos quer cristãos temerosos que apenas molham os pés nas águas do santuário. Como em Ez.47, 3-12 devemos, sim, mergulhar, deixar que a água nos carregue para que produzamos frutos, pois o Senhor tem hoje um trabalho que só nós podemos fazer.
É preciso então buscar esses dons e proclamá-los pois é através deles que o Senhor cura, orienta e fala aos corações. Recordemos quantas vezes num momento de oração, uma palavra de ciência, de sabedoria, uma profecia já nos renovaram ou nos libertaram durante a caminhada de vivência do evangelho. E o que dizer então do maravilhoso dom de línguas que vem em nosso socorro, nós que não sabemos nem o que pedir! Através desse Dom é o próprio Espírito, que perscruta os corações e conhece a vontade do Pai, que intercede por nós, pedindo aquilo que nosso ser necessita.
Foi através desse dom que, em At. 2, Deus chamou a atenção das pessoas que ao se aproximarem, puderam ser evangelizadas. Assim não menosprezemos nenhuma das ferramentas que Deus nos oferece para crescermos na graça e no conhecimento.
A verdade é que não podemos impedir a Deus de falar aos nossos irmãos porque estamos fechados aos seus dons, principalmente nós que já tivemos uma experiência do seu amor e constatamos as transformações em nossas vidas.
Desejemos pois ser instrumentos que levam o amor àqueles que estão sedentos de Deus. Que o nosso ser se abra aos dons que levam a santificação e a unidade da Igreja para que todos os lábios proclamem que Jesus é o Senhor!
Ir. Nancy Kellar
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