Que
beleza, na celebração desta Semana Santa, esse Evangelho ocupar um lugar tão
importante. Porque, Jesus está na casa de Lázaro e Marta, e no meio de uma
refeição Maria coloca-se aos Seus pés. Ela toma o melhor perfume, mais caro e
esplêndido, e joga aos pés do Mestre.
Aqui
é uma atitude maravilhosa de desprendimento, de reconhecimento e adoração, de
se colocar inteira como ela está fazendo e com tudo que tem aos pés do Mestre
Jesus.
Ele
foi o Senhor que transformou a vida de Maria, e ela reconhece que Ele é o
Senhor da sua vida, por isso ela não têm reservas e joga o melhor de si aos pés
do Mestre Jesus. Quando ela vai enxugando, com seus cabelos os pés de Jesus,
ela está dizendo que todo o seu corpo, tudo aquilo que ela é, está inteiramente
aos pés de Jesus.
Como
seria bom e, é de fato, necessário nos colocarmos inteiros aos pés de Nosso
Senhor Jesus Cristo!
Sabe,
as pessoas se voltam para Jesus mas, muitas vezes, voltam-se pela metade,
voltam-se só de espírito, voltam-se com uma coisa ou outra. Mas, precisamos ir
com o corpo, com a alma, com o espírito, com nossos bens e posses. Precisamos
nos despojar, colocar-nos inteiros e sem reservas ao coração de Jesus, aos Seus
pés.
O
que Maria fez é contraditório ao que Judas, que era discípulo de Jesus, não fez
e está repreendendo. “Como essa mulher faz isso? Esse perfume vale trezentas
moedas de pratas. Podemos dá-las aos pobres”.
Não
quer dizer que Judas esteja preocupado em ajudar os pobres. Ele é avarento, é
apegado ao dinheiro, só se preocupa consigo. Desculpe-me, temos uma sociedade,
um mundo em que vivemos onde há pessoas que só se preocupam com o dinheiro. E
preocupam-se não porque são pessoas econômicas. Não! São pessoas avarentas,
elas não são capazes do pouco ou do muito que têm, ter um coração despojado
para servir a Deus e ao próximo, para ajudar as pessoas.
São
sempre assim, desculpe-me a expressão, com a mão fechada, porque, não é a mão
que se fecha, mas é o coração, é o coração que se apega. E aí essas pessoas não
sabem ser livres.
É
o que acontece com este discípulo de Jesus, chamado Judas. Ele é a contradição
do despojamento, não é aquela pessoa que simplesmente gasta tudo o que tem. Não
estamos falando disso não! Estamos falando de pessoas despojadas, pessoas
generosas, pessoas que dão o melhor de si para os outros e para Deus.
Não
podemos ser discípulos de Judas. Somos discípulos de Jesus que deu tudo de si,
e a si por inteiro para salvar a humanidade. Não tenhamos receio de sermos
despojados, porque, assim foi o nosso Mestre!
Deus
abençoe você!
Padre
Roger Araújo
Sacerdote
da Comunidade Canção Nova
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