A Eucaristia vence as trevas do nosso coração

Estamos no contexto da Última Ceia de Jesus. Nesse contexto da Eucaristia, está Judas Iscariotes. O que faz Judas, aquele que participa da ceia com Jesus? Ele come do pão! Jesus mesmo diz: “Aquele que come do pão comigo há de me trair!”.

O que mais me entristece e causa, na verdade, provocação e reflexão interior é que, depois que Judas come deste pão, é o demônio quem entra no coração dele.

Sabe, a Eucaristia tem a missão de nos purificar e nos colocar em comunhão com Deus, porque ela é o próprio Senhor que recebemos em nós! Mas se não purificarmos o nosso coração para recebermos a Eucaristia ou não permitirmos que o corpo do Senhor nos purifique, as obras das trevas entrarão em nosso coração.

Todos nós participamos da Ceia do Senhor, comungamos com Ele, mas comungamos também com pensamentos e obras que são do mal. Não permitimos que a Eucaristia realize em nós, muitas vezes, a obra do Reino de Deus.

Jesus mesmo disse: “Teu irmão tem algo contra ti? Primeiro, vai reconciliar-se com ele”. A primeira obra diabólica é esta, não vivemos a reconciliação. Somos capazes de entrar na Ceia Eucarística, comungar, chorar, cantar bonito, mas, ao sairmos da Eucaristia, continuamos fechados, não nos reconciliamos uns com os outros, continuamos a falar mal um dos outros, até na porta da igreja.

Não deixamos que a Eucaristia vença as trevas do nosso coração, mas permitimos, muitas vezes, que o demônio, com suas obras, inspire-nos o mal.

O que aconteceu com Judas não é para atirarmos pedras nele, é para revermos a nossa postura, pois isso acontece com Pedro em seguida. Aquele entusiasmo de estar com Jesus: “Eu darei a minha vida por Ti!”. E Jesus responde: “Pedro, antes que o galo cante, você vai me negar três vezes”.

Pedro também estava na Ceia de Jesus; mais do que isso, ele comungou a vida com Jesus e negou o Mestre três vezes.

Hoje, preciso colocar meu coração de molho, numa reflexão profunda: o que estou permitindo que a Eucaristia realize em mim? O que, de fato, estou vivendo quando comungo com o Senhor? Comungo com uma hóstia? Comungo, na verdade, Jesus em algo que eu acho bom? Comungo, de fato, o Senhor e aceito a Sua obra, o Seu Reino? Ou permito que a obra das trevas invada meu coração?

Nossas fraquezas são nossas e nenhuma delas são condenadas. Elas são salvas, redimidas e cuidadas por Deus! Eu não posso transformar minhas fraquezas em desculpas para viver nas trevas e deixar que pensamentos, ações diabólicas tomem conta do meu coração ainda participando da Eucaristia, da Ceia do Senhor.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova

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