Ninguém
tem o poder de controlar os próprios sentimentos. “O coração tem razões que a
própria razão desconhece”, ensinava o filósofo Blaise Pascal. Cada um precisa
fazer sua parte, aquilo que está a seu alcance.
Fazer
nossa parte significa exercitar o perdão, declará-lo abertamente e decidir não
falar mal de quem nos machucou, mas não há como deixar de sentir algo de
negativo. Ninguém consegue exercer domínio total sobre seus sentimentos. O que
sentimos ou não sentimos não é fruto de decisões nem da vontade. As emoções
estão fora do nosso controle. Nosso único poder, nessa área, é determinar o que
vamos fazer ou não com nossos sentimentos e com nossas emoções. Sou capaz de me
decidir por não dar um soco no rosto de alguém que me ofendeu, mas não tenho o
poder de resolver não sentir o desejo de dar o soco.
Nenhum
de nós tem a capacidade de decidir sentir isso ou aquilo a partir de
determinado momento. O sentimento não obedece à razão. Como mudar um sentimento
em relação a uma pessoa? Sem o exercício do perdão e a força da graça de Deus é
absolutamente impossível.
Como
exercitar o perdão?
No
exercício do perdão, é fundamental reconhecer a necessidade de pedirmos
desculpas aos que ofendemos. Se perdoar é uma arte difícil, pedir perdão é mais
difícil ainda. Se perdoar exige uma decisão do coração e da vontade, pedir
perdão exige arrependimento. E isso é algo que precisamos aprender com clareza
e praticar com persistência.
O
verdadeiro arrependimento, conforme Jesus ensinou, implica uma mudança de vida.
O arrependimento vai muito além do remorso ou da vergonha de ter sido
descoberto no seu erro. A vergonha é consequência de um medo; arrepender-se é
fruto de uma decisão. Como o perdão, o arrependimento vai muito além do desejo.
É uma atitude.
5
dicas para viver o perdão
No
exercício do perdão e do pedido de perdão, cinco gotas são de fundamental
importância:
1.
Reconhecer que fomos ofendidos ou que ofendemos.
2.
Tomar a decisão de perdoar e de pedir perdão, apesar dos sentimentos ou dos
desejos.
3.
Expressar o perdão por meio de palavras faladas ou por escrito.
4.
Tomar a decisão de não comentar os erros da pessoa nem o fato que provocou a
ofensa.
5.
Permitir que Deus mude nossos sentimentos e cure nossas emoções negativas.
Padre
Léo, scj
Extraído
do livro “Gotas de cura interior”
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