Estamos
no tempo pascal, período maravilhoso para nós cristãos e, de maneira especial,
para os cristãos brasileiros, pois foi neste belo tempo litúrgico que, no
Brasil, foi celebrada a primeira Missa.
No
dia 26 de abril de 1500, Frei Henrique, com mais alguns padres, presidiu a
primeira Missa celebrada no Ilhéu da Cora Vermelha, na Bahia. Ali, pela
primeira vez, foi anunciado o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo e, pela
primeira vez, Jesus se tornou presente pela Eucaristia neste país.
Na
carta a El-Rei Dom Manuel, documento de singular importância sobre o
“descobrimento” do Brasil, o escrivão Pero Vaz de Caminha narra como iniciou a
evangelização no Brasil:
“Ao
Domingo de Pascoela, 26 de abril pela manhã, determinou o capitão ir ouvir a
Missa e sermão naquele ilhéu. Mandou a todos os capitães que se arranjassem nos
batéis e fossem com ele. Assim foi feito. Mandou também armar um pavilhão
naquele ilhéu, e dentro levantar um altar muito bem-arranjado. Ali, com todos
nós outros, fez dizer a Missa […]. Acabada a Celebração Eucarística,
desvestiu-se o padre e subiu a uma cadeira alta; e nós todos lançados por essa
areia. Pregou uma solene e proveitosa pregação, da história evangélica. No fim,
tratou da nossa vida e do achamento desta terra, referindo-se à cruz, sob cuja
obediência viemos, que veio muito a propósito e fez muita devoção. […] ”
Como
narrou Pero Vaz de Caminha, o Brasil carrega em sua história esse grande marco
de uma profunda religiosidade que esteve desde seus primeiros dias de
descobrimento e fez com que tantas Igrejas construídas no início da colonização
manifestassem a profunda devoção eucarística.
Olhando
para a história do nosso país, leva-nos a reavivar a virtude da esperança,
porquanto mesmo que presenciemos uma profunda crise religiosa e moral no
Brasil, a Providência Divina quis que nossa história fosse marcada pela cruz e
pela Eucaristia. A Sacrosanctum Concilium diz que dos méritos infinitos do
sacrifício incruento, que se renova sobre o altar, ou seja, da Eucaristia,
procedem e se ordenam, como a seu fim, todas as grandes obras da História da
Igreja (cf. Sacrosanctum Concilium, n.10).
Agradecemos
a Deus por ter abençoado a história do nosso país e fazer com que, até hoje, o
Brasil seja considerado o país com o maior número de cristãos e ter um grande
número de sacerdotes que, dia a dia, oferecem o sacrifício eucarístico e clamam
as bênçãos de Deus para essa nação.
Como
expressa um canto antigo: “Glória a Jesus na hóstia santa, que se consagra
sobre o altar e aos nossos olhos se levanta para o Brasil abençoar!”.
Uélisson
Santos
Seminarista
da Comunidade Canção Nova
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