4º Domingo do Advento

A 1ª Leitura, nos mostra que, para o cristianismo fica claro que a maternidade de Maria não teve a contribuição de José, mas é obra do Espírito de Deus. A contribuição de José foi oferecer a Jesus a linhagem davídica. Em Jesus, unificam-se tradições antigas do seu povo: Abraão, o patriarca; Davi, o rei; Isaías, o profeta. Em Jesus cumprem-se as profecias. José, filho de Davi, pai adotivo de Jesus, filho de Davi. O descendente de Davi salvará seu povo.

A carta aos romanos, na 2ª Leitura, liga-se à primeira leitura. É provável que esta carta tenha sido escrita na cidade de Corinto, pelo ano 56 aos 58 d.C. É um longo prólogo anunciando a boa notícia do Messias nascido da descendência de Davi como sinal da fidelidade de Deus. É um hino que expressa o testemunho desse menino que iria nascer num humilde lar de Nazaré, Jesus, o Emanuel. Vem de Deus, entra e assume a história da humanidade. Paulo diz que quem envia o Emanuel é o próprio Espírito de Deus.

O evangelho de Mateus se inicia com a genealogia de Jesus. Genealogia é um gênero literário para apresentar uma personalidade importante. A partir do versículo 18, procura explicar como Jesus, nascido de maneira misteriosa de Maria, toma parte da linhagem de Davi e Abraão, através de José, que o adota como filho. O fato do nascimento legal de Jesus, afirmado de Davi, recebe Jesus em sua linhagem.

Antes mesmo de levarem uma vida em comum, os jovens que se comprometem ao casamento são considerados esposos; somente um repúdio legal poderia desligá-los do compromisso. Devido à gravidez misteriosa de Maria, José se decide pelo repúdio, mas quer fazê-lo secretamente. A lei não prevê tal atitude, pois a carta de divórcio devolve a mulher o direito de se casar novamente. Então, por que José é considerado justo? Será que José é considerado justo por cumprir a lei que autoriza o divórcio em casa de adultério? Ou por mostrar-se indulgente? Como usar a justiça com uma inocente? Ou por não querer ser pai de um filho que não é seu, em uma cultura que valoriza muito a paternidade?

Nenhum texto do Primeiro Testamento prevê um repúdio secreto. Para ser legal, tinha que ser autenticado por um certificado oficial (cf. Dt 24,1). Em sonho, Deus se revela a José, o ajuda a compreender os acontecimentos e lhe dá uma missão: dar o nome de Jesus (Deus salva) ao menino. Embora Maria esteja grávida do Espírito, cabe a José cooperar, conferindo ao menino a filiação davídica, para que se cumpram as Escrituras.

Mateus apoia-se na profecia de Isaías que ouvimos na primeira leitura. Através de Isaías, o Senhor oferece ao rei um sinal: “Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe dará o nome de Emanuel”. Certamente o profeta se referia à esposa de Acaz, mãe de Ezequias. Mateus segue essa tradição, mas iluminado pelo nascimento virginal de Jesus.

Site da Diocese de Limeira

Nenhum comentário: