A 1ª Leitura, Isaías
60, 1-6 é um belo poema sobre a luz e a glória do Senhor. Terminou o exílio da
Babilônia e Jerusalém começa, humildemente, a se erguer das ruínas. Está ainda
mergulhada na noite. O povo não tinha muitas perspectivas. O profeta anuncia
uma palavra de esperança de que ela será iluminada de maneira definitiva.
Encontrará os filhos e também uma multidão de estrangeiros. Os filhos vêm de
longe e as filhas trazidas nos braços. Uma peregrinação de povos acorre a ela.
Muitas palavras tentam definir a luz: é uma aurora, sem ocaso, amanhecer,
resplendor, radiante. Haverá muita alegria, o coração se dilatará, receberá as
riquezas dos povos. Uma multidão de camelos e dromedários vem de Madiã, Efa,
Sabá, trazendo incenso, ouro e proclamando os louvores do Senhor, referindo-se
a povos árabes, estrangeiros, que encherão seu templo de bens preciosos e de
oferendas.
Amanhece o dia:
trabalhos de reconstrução, acumulação de tesouros. Triunfam a paz e a justiça.
O dia passa, mas a noite não chega: começou o dia sem fim, de luz e vida,
justiça e fecundidade, porque a glória do Senhor se levantou sobre a cidade.
Jerusalém deve despertar da noite do exílio e ver, com alegria, a chegada das
nações cantando louvores a Deus. O Novo Testamento mostra que a profecia se
cumpriu em Jesus.
A carta de São Paulo
aos Efésios, na 2ª Leitura, fala do desígnio eterno de Deus de se revelar à
humanidade. Esse mistério completou-se em Jesus, o Messias: chamar a si toda a
humanidade, judeus e não judeus. Deus revelou-se no momento presente pelo
Espírito: os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo e
associados à mesma promessa em Jesus Cristo. Somos chamados a sermos filhos
herdeiros de Deus, participando do Corpo de seu Filho Jesus. Fala do “mistério”
que é o desígnio eterno de Deus realizado em Jesus e dirigido a todas as
pessoas.
O evangelho de hoje
narra a visita dos magos do oriente a uma casa onde se encontram Jesus e sua
mãe. Herodes Magno é rei da Judeia. Por ser estrangeiro, é visto como ilegítimo
por parte da população. Para ele, Jesus é um rival perigoso que deve ser
eliminado. Contrastando com Herodes estão os magos do oriente. Rejeitado por
Herodes e seu povo, Jesus é aceito pelos pagãos representados pelos magos, que
provavelmente são sábios, sacerdotes persas, mágicos, astrólogos da região do
atual Iraque, antiga Babilônia. Importante é que eles eram conhecedores das
tradições judaicas. Chegam a Jerusalém, perguntando pelo rei dos judeus
recém-nascido, pois viram sua estrela e vieram homenageá-lo. Herodes tremeu e,
com ele, toda a Jerusalém ligada ao poder., Ele conhecia a esperança messiânica
do povo e a temia como ameaça a seu poder político.
Sumos sacerdotes e
doutores foram indagados sobre onde deveria nascer o Messias. Eles citam o
profeta Miquéias 5,1: “Mas tu, Belém de Éfrata, pequenina entre as aldeias de
Judá, de ti é que sairá para mim aquele que há de ser governante de Israel”. A
profecia de Miquéias opõe a humilde aldeia de Belém à capital, Jerusalém.
O rei Herodes se
informa sobre o tempo em que havia aparecido o astro, recomendando que os magos
lhe enviassem informações para que também ele pudesse homenagear a criança. Os
magos partiram e a estrela os conduzia, motivo de imensa alegria. Entraram em casa
e viram o menino com a mãe Maria. Não é uma gruta, ou sala de peregrinos, ou um
dormitório. É uma casa. Não se menciona José., Na tradição bíblica, a mãe do
rei ou do herdeiro tem papel importante (cf. Sl 45,10). Os magos prostraram-se,
homenagearam a criança e lhe ofereceram ouro, incenso e mirra, reconhecendo sua
dignidade como rei, Filho de Deus e ser humano. Avisados para não retornarem a
Jerusalém, voltaram par ao oriente por outro caminho, impedindo os planos de
Herodes.
O evangelho mostra o
sentido universal do nascimento de Jesus. Ele é o Rei-Messias, salvador
anunciado pelos profetas do Primeiro Testamento. Este texto opõe Herodes a
Jesus Menino. Para Herodes, Jesus é um rival perigoso, a ser eliminado por ser
o anunciado descendente do Rei Davi. A astúcia de Herodes é vencida pela luz da
estrela e pela fidelidade dos três estrangeiros.
Site da Diocese de
Limeira
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