A primeira leitura da
missa de hoje é, em parte, a mesma da noite do Natal: "O povo que andava
na escuridão viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte,
uma luz resplandeceu! Fizeste crescer a alegria e aumentaste a felicidade!
Todos se regozijam em tua presença". Irmãos, esta luz que ilumina as
trevas, que dissipa as sombras da morte, que traz a felicidade, é Jesus.
Na segunda leitura da
Missa, São Paulo convidava os cristãos de Corinto à conversão para uma vida de
união e de amor. É assim: a Igreja toda inteira e cada um de nós pessoalmente,
seremos sempre chamados a essa mudança, a esse deixar que a luz de Cristo invada
a nossa existência tenebrosa!
No Evangelho, a cidade
de Cafarnaum, e toda a Galiléia do tempo de Jesus, era lugar de refugiados e
estrangeiros marginais, chamada, por isso, não sem preconceito, de “Galiléia
das nações”: afinal as nações eram os pagãos e os não-judeus, os que não faziam
parte do povo eleito. É neste cenário que Jesus inicia seu anúncio do reino e
se encontra com Pedro e André, Tiago e João, pescadores. Um trabalho cheio de
hostilidade, sem garantia de êxito. O chamado que Jesus faz a eles é categórico
e a resposta é imediata e incondicional. É o início de uma comunidade de
discípulos, onde se torna viável o caminho da conversão que eles devem indicar
para outros. É uma comunidade de seguidores de Jesus que devem acompanhá-lo em
sua itinerância e aprender com ele o ministério do ensino e da cura. Ela se
torna o instrumento através do qual o povo das trevas torna-se o povo da luz.
Este evangelho nos
coloca diante de uma proposta simples e, ao mesmo tempo, radical. O primeiro
passo é deixar as redes, o segundo é aprender a viver em comunidade. O anúncio
do reino supõe a vivência do discipulado numa comunidade concreta, o exercício
cotidiano do serviço, da entrega nas pequenas coisas, na superação de nós
mesmos na relação com os outros. Sem isso, o ensino fica vazio. O movimento de
evangelização com as massas fica sem base, sem a experiência das pequenas
comunidades.
Ao mesmo tempo, a
comunidade dos discípulos e discípulas não é uma comunidade com fim em si
mesma, mas está permanentemente a serviço do reino. Como Jesus, ela tem a
missão de apontar saída para o fatalismo, proclamando a boa notícia e exercendo
o ministério da cura.
Na celebração
litúrgica, esta palavra nos chama de novo para o caminho de conversão na
comunidade concreta, a serviço do reino.
Homilia Dominical
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