Os Evangelhos nos relatam que Ele – por duas vezes – multiplicou pães e
peixes para atender à multidão que O seguia até uma região “deserta” (longe de
cidades) e, ali, ficava ouvindo-O e recebendo curas, mas, por não se terem
munido de alimentos, estavam a ponto de passar fome. Aproveitando o que os
discípulos dispunham: cinco pães e dois peixes, mandou que o povo se assentasse
em grupos de 100 e de 50. Tomando os pães e os peixes, Ele ergueu os olhos aos
céus, deu graças e os abençoou. Depois, fez a repartição entre os discípulos e
estes para o povo. Todos comeram à vontade: milhares de homens, além das
mulheres e crianças. E como se não bastasse, ainda sobraram doze cestos com
pedaços de pão e de peixe, que Jesus mandou recolher para nada se perder.
Assim como Jesus se compadeceu da multidão, também na nossa vocação
cristã somos chamados a ter compaixão do povo, sobretudo do sofredor. Nossa
vida cristã deve conduzir-nos à prática da misericórdia para com os irmãos.
Esse é o grande testemunho de que o mundo precisa, e é uma exigência que brota
das palavras de Jesus no Seu Evangelho: “Jesus viu uma numerosa multidão e teve
compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor”.
Jesus conduz seus discípulos a um lugar deserto para que repousassem,
atravessando o mar da Galileia em um barco. Porém, ao desembarcarem, já uma
grande multidão os espera. Incansavelmente e tomado de compaixão, Ele se põe a
lhes ensinar. Com o passar do tempo, faz-se necessário que todos se alimentem.
A solução dos discípulos é que seja comprado o alimento. Jesus propõe outra
solução: “Vós mesmos dai-lhes de comer!”, e eles não entendem. Abençoando cinco
pães e dois peixes que tinham, Jesus os partilha com a multidão. Aqueles que
tinham alimentos aderem à partilha e todos ficam saciados. Jesus toca os
corações e os transforma pelo amor.
O milagre da multiplicação dos pães se chama misericórdia e compaixão,
perdão, partilha, justiça, amor e paz.
Hoje, fala-se muito da fome no mundo. Quem não viu imagens de crianças
famintas da África que mais parecem esqueletos? Deus conta conosco para
repartir o Seu “Pão” com todos aqueles que têm fome de amor, de liberdade, de
justiça, de paz, de esperança.
O pão partilhado sacia a fome de todos e ainda sobra. Não será esse o
caminho a ser seguido, também em nossos dias, para resolver o grave problema da
fome no mundo?
Padre Bantu Mendonça
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