O evangelho faz parte do diálogo de Jesus com Nicodemos, cujo tema central é a vida nova que vem pela água e pelo Espírito. O texto de hoje enfatiza que Deus realiza a salvação por amor: Ele amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer tenha a vida eterna. O Filho Jesus é enviado para manifestar o amor do Pai mediante a encarnação, o ministério em obras e em palavras até a morte e a glorificação. Jesus veio mostrar o caminho da salvação, da vida nova conduzida pelo Espírito de Deus. A ação de Deus é para salvar, não para condenar e destruir. A fidelidade de Jesus, que ama até o fim e doa a própria vida, impulsiona a uma opção. Quem conhece Jesus e o acolhe, aderindo a ele pela fé, faz a experiência da salvação e compromete-se com seu projeto de amor.
A atitude de Deus frente ao mundo é uma atitude de amor, a ponto de entregar o filho. Não se trata de um amor genérico à criação, mas amor concreto ao mundo dos humanos. Há uma cumplicidade no amor, entre o Pai e o Filho para que o mundo seja salvo. Entregar é palavra-chave, diz respeito a toda a trajetória do filho e seu destino.
É importante que evangelizemos nossas imagens de Deus. Isto significa, em primeiro lugar, deixar de lado todos os falsos ídolos e imagens que criamos de Deus como juiz e patrão que condena, exclui, castiga, pede sacrifícios. Mas, sobretudo, implica que entremos na relação de comunhão e amizade com ele, para participarmos deste dinamismo de ternura e carinho. Proclamar a fé na Trindade não é, para nossas comunidades, uma expressão conceitual de Deus, mas a definição de uma opção de vida que nos marca definitivamente. Por isso, a insistência de Jesus em dizer “quem crê, não é condenado, mas quem não crê, já está condenado”.
A 1ª leitura reflete um contexto de renovação da aliança. A misericórdia e a compaixão infinita de Deus levam a perdoar as infidelidades do povo, restaurando assim a aliança violada. Paulo, na 2ª leitura, exorta a buscar a perfeição, o crescimento em Cristo, a ser manifestado na alegria, no mútuo encorajamento, na concórdia e na paz. Ele conclui a carta com uma bênção litúrgica solene em nome da Trindade: A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós.
Retirado da Revista de Liturgia
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