5º Domingo da Páscoa

Nossa Casa é o Pai. As leituras bíblicas aprofundam o sentido do Batismo cristão, intimamente ligado ao sacerdócio comum tendo a centralidade o Cristo Pascal.

A 1ª leitura, nos fala do desenvolvimento da jovem comunidade. A caridade cria novas tarefas: Surgem os diáconos (servidores da Comunidade), ao lado dos apóstolos que são os primeiros servidores da palavra e fundadores de comunidades. Seus sucessores são os bispos. As comunidades estabelecidas recebem um colégio de anciãos ou presbíteros. Nestes serviços reconhecemos o que hoje se chama a “Ordem” do Sacerdócio ministerial (Bispos, presbíteros e diáconos).
 
A 2ª leitura, fala do Mistério da Igreja, templo de pedras vivas, sustentadas pela pedra de arrimo que é Jesus Cristo, pedra angular rejeitada pelos construtores. A Igreja é chamada com o título de Israel segundo Êx 19,6, Sacerdócio Régio, Sacerdócio do Reino. Assim como o povo de Israel foi escolhido por Deus para celebrar a sua presença no meio das Nações, assim a Igreja é o povo de Deus Sacerdotal, escolhido por Deus para santificar o mundo. Ela é chamada a ser Sacramento do Reino, Sinal e primeira realização do Reino no mundo. Com essas imagens, Pedro destaca a dignidade e responsabilidade daqueles que receberam o Batismo na noite Pascal.

No Evangelho, Deus tem o rosto de Jesus e Jesus tem o rosto de Deus. Como o Sacerdote santifica a Oferenda, assim todo os que levam o nome de cristão devem santificar o mundo pelo exercício responsável de sua vocação específica, na vida profissional, no empenho pela transformação da sociedade, na humanização, na cultura etc. Todos os fiéis recebem a missão de santificar o mundo, continuando a obra de Cristo. Na casa de meu Pai, há muitas moradas, ou seja, em nossas comunidades Deus nos mostra que há muitos espaços.

Os discípulos estão tristes com o anúncio da traição de Judas, da morte de Jesus e da negação de Pedro. Jesus os consola, revelando o sentido que tem para a comunidade cristã o seu desaparecimento: Na casa de meu Pai há muitas moradas... Vou preparar um lugar para vocês...

Toda a expectativa da Igreja se apóia nesta promessa. Mas os discípulos querem saber como chegar lá. O segredo está em seguir Jesus, em fazer as suas obras. Ele é o Caminho que conduz ao Pai. Ele é a verdade, e desde já ele revela o Pai: “Quem me vê, Vê o Pai.” Experimenta a comunhão de amor do Pai presente no Filho. Neste tempo da Páscoa, fazendo a memória desta promessa do Cristo, retomemos o nosso compromisso de seguir seus passos, construindo desde já uma morada que seja de convivência e aconchego, de relações gratuitas, onde possamos ensaiar a comunhão plena da eternidade. Que nada perturbe o nosso coração. Que a celebração da Páscoa do Cristo nos dê a graça e viver na alegria e na liberdade interior, mesmo vivendo no meio de conflitos e de tantas situações contraditórias.

Atenciosamente,
Pe. Francisco Ivan de Sousa
Pároco do Santuário de Fátima

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