Somos Vocacionados

Temos o Batismo como fonte de todas as vocações. As pessoas batizadas são chamadas para a missão. Pelo Batismo somos mergulhados na fonte com Cristo, na sua morte, para sermos pessoas ressuscitadas, plenas de vida (Rm 6, 1-11). Pela água da fonte batismal, todas as pessoas são enxertadas em Cristo (Rm 6, 3), inseridas no seu Corpo (1Cor 12, 13) para, na diversidade de carismas (1Cor 12, 4-31), servirem à comunidade e à humanidade. O batismo é a fonte da comum dignidade e da legitima diversidade.

A graça recebida no batismo faz-nos pertencer a Cristo, rompendo com qualquer pretensão de desigualdade. O que importa, em primeiro lugar, não é ser bispo, padre, freira, diácono, leigo(a), mas discípulo ou discípula de Jesus.

A vocação é, antes de tudo, chamado para o seguimento de Cristo, mas, ao mesmo tempo, esta graça batismal permite e exige a diferença e a diversidade de carismas, ministérios e funções, evitando a confusão e o nivelamento no interior das comunidades.

Todas as vocações devem avançar, ir além, respondendo com prontidão ao chamado da Trindade. É um convite a viver o momento presente com paixão, mas tendo a coragem de abrir-se para o futuro, para o novo, para o diferente, para as surpresas do Espírito.

Nós, batizados e batizadas, devemos ser perseverantes, dar testemunho de fé e viver a própria vocação, na fidelidade, até que atinjamos a plena maturidade em Cristo (Ef 4, 13).

Nós, que somos vocacionados ao matrimônio, estamos nesta missão de coração aberto, tentando experimentar nossas vidas em Cristo, no lar e na comunidade, arriscando, ousando, errando, às vezes, mas sentindo a presença de Deus em nós, nos fortalecendo dia a dia.

Mas, para que tenhamos um crescimento ainda maior, devemos estar cientes de que, qualquer que seja a vocação, esta deve conter a vocação amar. A pessoa humana é um ser no amor e para o amor. Quem ama não se sente auto-suficiente, mas livre para amar sem retorno, porque o impulso vem de dentro: Deus despejou em nós o seu amor e a sua força; não precisamos impor aos outros os nossos preços. O próprio Jesus nos ama, a ponto de dar a sua vida por nós, porque ele fez a extraordinária experiência de ser Filho amado do Pai.

Devemos também ter a vocação à vida, à existência. Deus nos chama antes de tudo a sermos pessoas humanas, realizadas e felizes. Isso diz respeito a todos nós, não deixando de lado nenhum irmão ou irmã.

Maria Luiza e Valdeires
Retirado da Revista Carta Mensal

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