6º Domingo da Páscoa

Continuamos hoje a leitura do Evangelho do último domingo. Depois da alegoria da videira, temos a meditação sobre o mistério do amor de Deus em Jesus Cristo e nossa missão de frutificar no amor fraterno. “Jesus não manda amar a Deus (…). O Evangelho de João menciona só o mandamento de amar os irmãos. De fato, o amor é um presente. Ora, um presente não se devolve, mas reparte-se com os outros. É amando os irmãos que mostramos nossa gratidão pelo amor do Pai que se manifesta a nós em Jesus. E assim levamos esse amor ao seu destino. Tornamo-nos ‘aliados’ de Deus e de Jesus, na expansão do seu amor” (KONINGS, Johan. Evangelho segundo João – amor e fidelidade. São Paulo: Loyola, 2005, p.288).

Impossível compreender o alcance do amor sem contemplar a cruz. É por isso que Jesus Diz: ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos. Da contemplação da entrega de Cristo por nós é que nos vem força para entregar também a nossa vida pelos irmãos. A única justificativa para o amor é a cruz. Nela é que compreendemos o sentido da entrega de Cristo. Sem o amor, a cruz revela-se absurda.

O Senhor nos chama de amigos, não mais de servos. Contudo, mantém sua transcendência. Há diferenças entre uma amizade humana e nossa amizade com Cristo. Nós não escolhemos ser amigos de Jesus, foi Ele quem nos escolheu. Do mesmo modo, Jesus fala que nós somos seus amigos, se cumprirmos sua vontade.
Jesus fala do discurso de Pedro, que está na primeira leitura de hoje, destaca o seu pensamento fundamental: Deus não faz acepção (distinção) de pessoas; a melhor prova disso é fazer com que os pagãos participem dos benefícios de um Pentecostes parecido com o que aconteceu em Jerusalém. E isso se deu antes de serem batizados! Pedro é levado, por causa dos fatos, a tomar posição e medidas claras: batizar os pagãos.

O fundamento de tudo está no fato de que Deus é amor. Não seria exagero dizer que é um dos melhores resumos de toda a Escritura. “Dado que Deus, foi primeiro a amar-nos (cf. 1Jo 4,10), agora o amor não é apenas um ‘mandamento’, mas é a resposta ao dom do amor com que Deus vem ao nosso encontro” (DCE, n.1)

Ao tratar do texto da Primeira carta de João 4, 7-10, é importante sabermos que ele faz parte da seção que fala das fontes da caridade e da fé. Falar do amor é sempre um perigo, porque tratamos com uma palavra banalizada. Os cristãos são chamados a amar porque Deus é amor, porque esse amor de Deus chegou a nós e nos chamou à existência; porque esse amor fez com que Cristo entregasse sua vida na Cruz; porque esse amor de Deus ressuscitou Jesus e nos faz hoje crer e viver nele.


Diocese de Limeira

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