O
texto do Evangelho de hoje (Jo 15, 1-8) prosseguirá no próximo domingo (Jo 15,
9-17). “15, 1-17 constitui uma meditação sobre o amor cristão. O ponto de
partida é a alegoria da videira (vv. 1-8); depois a meditação continua
aprofundando o mistério do amor de Deus em Jesus Cristo e nossa missão de
frutificar no amor fraterno (vv. 9-17)” (KONINGS, Johan. Evangelho segundo
João – amor e fidelidade. São Paulo: Loyola, 2005, p. 282).
Estamos
diante de uma alegoria. Jesus se apresenta como a videira verdadeira, e o Pai é
apresentando como a agricultor. Há uma ênfase no termo “verdadeira”. Isso
denota que há outras videiras, não verdadeiras. Bem sabemos que a videira foi
utilizada como imagem do povo de Israel, em textos do Antigo Testamento. Jesus
assume para si a identidade de videira de Deus: ele e não mais em Israel, está
a fidelidade verdadeira ao Pai.
Há
uma diferença notável: o Pai não é apenas o dono da vinha, mas é o agricultor, aquele
que trabalha na vinha, para que produza frutos. Um desses trabalhos é poder,
limpar os ramos. E Jesus mostra, no v.3, que é a sua Palavra que “limpa” os
discípulos que a ouvem.
Destaque
merece também o verbo “permanecer”. Ele aparece 8 vezes; em 7 vezes fala
diretamente da relação entre Jesus e os fiéis. “’Permanecer em Jesus’ exige da
parte do discípulo uma fidelidade que domina o decorrer do tempo, e o olhar se
volta para além, para o fruto a produzir do qual a união com o Filho é a
condição” (LÉON-DUFOUR, Xavier. Leitura do
Evangelho segundo João III. São Paulo: Loyola, 1996, p.119). Fica claro que havia pessoas na
comunidade cristã sem toda a firmeza na profissão de fé em Jesus, a razão dá
ênfase no permanecer.
Quem
não crê de verdade em Jesus é um ramo morto, desligado do tronco e que,
obviamente, não produzirá frutos. Quais são os frutos esperados? O amor ao
próximo (cf. vv. 16-17).
As
palavras de Jesus que permanecem em nós significam ele mesmo presente em quem
crê. Essa é a garantia de podermos pedir ao Pai, porque seu Filho está em nós,
presente em sua palavra que acolhemos com fé.
A
primeira leitura fala da integração de Paulo ao grupo dos apóstolos, em
Jerusalém. E isso acontece não sem dificuldades. A leitura mostra a
transformação ocorrida em Saulo devido ao seu encontro com o Cristo
Ressuscitado. De perseguidor a anunciador do Evangelho, coloca sua vida em
risco, porque agora os judeus de língua grega queriam matá-lo.
Lucas
conclui a narrativa com um resumo: Paulo afastado de Jerusalém e o retorno da
paz. A Igreja cresce e envolve agora comunidades da Judeia, da Galileia e da
Samaria.
A
Primeira Carta de João segue no núcleo central da vida cristã: o amor que se
expressa em ações concretas. O ser humano comparece diante de Deus de maneira
transparente. Não há como mentir ou se ocultar diante dele. Se nós amamos de
verdade não há inquietação ou medo.
O
princípio motivador do amor é a fé, que nos vincula a Deus. Como Deus é amor, o
fruto da fé é o amor mútuo. Volta o verbo permanecer, já presente no Evangelho
de hoje Deus está conosco pelo seu Espírito. A nossa união com Deus está
garantida. Falta enfatizar a nossa união mútua, conseqüência da presença de
Deus em nós. Cumprir os mandamentos é amar.
Diocese de Limeira
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