Domingo do Chamamento dos Apóstolos

Na 1ª Leitura, o livro de Jonas surgiu no pós-exílio, quando o povo de Israel estava fechando-se no exagerado nacionalismo. Achava que só ele tinha a salvação. O livro relata a conversão dos Ninivitas que não pertenciam ao povo hebreu e anuncia a misericórdia de Javé a toda humanidade.

Na 2ª Leitura, a igreja primitiva vivia como se o fim do mundo e a manifestação final e gloriosa do Senhor, fosse acontecer de uma hora para outra. Paulo dá alguns conselhos referentes à vida cotidiana de toda a comunidade.

O Evangelho nos mostra que depois do batismo e da prisão de João Batista, Jesus se dirige para a Galileia, lugar considerado marginal. É ali que se dá o começo da boa notícia de Deus a todos os homens e mulheres e também o chamamento de todos os discípulos.

Jesus não começou a sua vida pública na capital, mas na Galileia denominada de lugar dos pobres. Isso pode suar estranho aos nossos ouvidos acostumados com a propaganda “alma de qualquer negócio”. Mas é esse o jeito de Deus agir no mundo.

O seu reino não depende da notoriedade humana. Segue o ritmo das coisas menores como o grão de mostarda e o ouro escondido.

O reino de Deus não tem nada a ver com o nacionalismo do antigo testamento, nem com o sistema de cristandade adotado em outros tempos pela igreja.

Ele acontece na Galileia da vida, em qualquer canto perdido do mundo onde não há alguém capaz de vencer o ódio pelo amor.

Nesta celebração, Ele mesmo nos visita no seu amor e nos faz passar de uma vida baseada no ativismo, para um estilo que revele o amor paterno de Deus tomando conta do mundo.

Que Ele nos livre das manias de grandeza e nos eduque à apoiar nossa missão na força humilde que reúne as pessoas em torno de projetos alternativos, que se opõem aos projetos faraônicos dos grandes.

Atenciosamente,
Pe. Francisco Ivan de Souza
Pároco do Santuário de Fátima

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