Atitudes são decisões
internas que geram comportamentos, ações diante de diferentes circunstâncias.
Esses comportamentos são fruto do temperamento, do ambiente que vivem e das
escolhas que vão sendo feitas a partir de determinadas realidades.
Muitos problemas de
comportamento são gerados no relacionamento com pessoas, tais como colegas,
professores e irmãos, mas o de grande impacto é a interação com os pais. Muitos
pais, no entanto, não percebem que a forma como se relacionam um com o outro
interfere na formação, no comportamento dos filhos. Discussões entre o casal
podem marcar uma criança por toda a sua vida, gerando comportamentos
conflituosos ou inadequados.
A percepção dos filhos
sobre o amor, o matrimônio, o companheirismo, os confrontos e os divórcios,
entre outras situações vivenciadas pelos pais, pode ser causa de uma vida
tumultuada na vida adulta dos filhos.
As crianças, na
primeira infância, ficam vulneráveis e confusas diante de um ambiente
conturbado; muitas vezes, assumem a culpa pelas dificuldades do casal. Por não
terem ainda muita consciência, acabam escamoteando os sentimentos.
Na idade escolar, podem
apresentar problemas de relacionamento consigo e com o outro e de aprendizado
na escola; em alguns casos, podem fugir de casa para se livrarem do ambiente
conturbado ou por acharem que vão unir os pais.
Na adolescência, o
impacto do mau relacionamento dos pais reflete no amadurecimento precoce, na
vergonha, no uso de drogas por parte dos filhos e na gravidez precoce.
Muitas vezes, as brigas
presenciadas na infância impedem que os filhos na fase adulta queiram se casar,
pois o medo da situação conflituosa se repetir paralisa algumas pessoas.
Em todas as idades,
quando o relacionamento do casal se deteriora, causando a separação, os filhos
podem apresentar hostilidade, insegurança pela perda do amor de quem sai do lar
e medo do padrasto tomar o lugar paterno. Em casos de separação, é importante
manter a presença física e emocional, pois ausência paterna é entendida como
falta de amor, podendo aumentar o sentimento de culpa pela separação dos pais.
Quanto mais cedo os
pais têm consciência dessas consequências, melhor, porque permite que eles
ensinem aos filhos a trabalharem os sentimentos diante das situações, criarem
espaço para que seja compartilhada e entendida a ansiedade que as brigas
provocam e tentem reconstruir uma relação saudável na vida conjugal em
benefício da vida atual e futura dos filhos.
Em alguns casos,
torna-se necessário a contratação de um profissional para juntos entenderem as
circunstâncias que acarretaram o problema de comportamento e a forma de
relacionamento entre a criança e seus pais, porque uma melhor interação
contribui para romper o círculo vicioso de comportamentos negativos.
Ângela Abdo
Coordenadora do grupo
de mães que oram pelos filhos
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