Damos Graças ao Pai porque Jesus é o Filho que aprendeu obediência por meio de sofrimentos e se tornou, por isso, fonte de salvação para os que aceitam entrar no seu caminho.
A 1ª Leitura é um texto dirigido ao povo no tempo do exílio. Era muito forte a concepção de salvação e perdição como responsabilidade coletiva. Havia até um ditado para criticar isso: Os pais comem uvas verdes e são os dentes dos filhos que ficam embotados. Ezequiel esclarece que a salvação de um indivíduo não depende dos seus antepassados. O que importa é a disposição atual do coração de cada indivíduo.
Na 2ª Leitura, Paulo, estando na prisão, escreve a comunidade dos Filipenses para anima-los na fé do Evangelho. Convida-os a superarem as divisões e a viverem na alegria.
No Evangelho, a parábola situa-se no contexto da rejeição de Jesus por parte dos chefes do povo. A intenção de Jesus não é a de converter os seus adversários, mas dizer-lhe claramente por que são rejeitados.
O Todo o acento da parábola está centrado no segundo filho, que disse “sim” e não foi capaz de cumprir o que prometeu. O “não” do primeiro filho serve para reforçar a gravidade da atitude do segundo.
A novidade da parábola não se encontra na resposta dos ouvintes, mas na aplicação que Jesus faz dela. E aí, “o feitiço vira contra o feiticeiro”. O “sim” não cumprido diz respeito aos interlocutores da parábola, aos profissionais do sim, que baseiam sua vida na observância da lei. Eles sempre dizem “sim”, mas o modo de viver não corresponde a essa resposta.
É a esses que Jesus quer atingir com a sua pregação. Do outro lado, estão os profissionais do “não”, as prostitutas e os pecadores, que, no fim das contas, são os que, de fato, são capazes de cumprir a vontade do pai. São eles os destinatários da boa nova.
E a vontade do Pai se cumpre para nós em Jesus. Ele é o Filho fiel que diz sim ao Pai e faz conforme sua decisão. E todo aquele que o acolhe e se põe no caminho de seu seguimento, como os publicanos e os pecadores que acolheram Jesus, esse cumpre a vontade do Pai.
E nós? Não podemos também nós ter a tentação de achar que basta ter bons projetos para estar na vontade de Deus? Tomamos boas decisões, temos motivações até bem espirituais, mas ficamos só na palavra. Reconheçamos nossa fragilidade humana e peçamos que o Senhor ponha em nós o Espírito de Jesus, para que possamos encontrar o jeito bem concreto de manifestar a nossa adesão à sua vontade.
Atenciosamente,
Pároco do Santuário de Fátima
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