A primeira leitura, de
Reis, ressalta o exemplo da viúva de Sarepta, no tempo do profeta Elias (séc.
IX a.C.). Numa época difícil, em
consequência de uma grande seca, ela confia no Deus que socorre os aflitos e
partilha o pouco alimento que possui. Ela é imagem dos tempos messiânicos da
salvação: A farinha da vasilha não acabou e a jarra de azeite não secou.
O salmista canta a fidelidade
de Deus que faz justiça aos oprimidos, alimenta os famintos, liberta os
cativos, abre os olhos aos cegos, protege os estrangeiros, ampara os órfãos e
as viúvas.
A leitura aos Hebreus
mostra que Cristo com a entrega total da sua vida eliminou definitivamente o
pecado; efeito não alcançado pelos sacrifícios anualmente repetidos no dia do
grande perdão, o Yom Kippur (Lv. 16).
Ao terminar o
ensinamento no templo, Jesus alerta contra a hipocrisia dos que buscam poder,
ostentação, privilégios e exploram os mais pobres, como as viúvas, que possuíam
a proteção especial de Deus (Ex 22,21-22; Is 1,23; 10,1-2), pois quando não
tinham filhos que as sustentassem, eram obrigadas a confiar até a administração
dos próprios bens às autoridades religiosas do templo em troca de pequenos
benefícios. Jesus, sentado diante do tesouro do templo, observa uma viúva pobre
que se aproxima de um dos cofres e deposita duas moedinhas, cujo valor era o
menor em circulação. Chamando a sí os discípulos, enaltece o gesto autêntico da
viúva, radicalmente oposto à religião praticada pelos “doutores da Lei”. A
viúva ofereceu tudo o que possuía para viver, diferente dos que ofereceram o
supérfluo. A generosidade e entrega da viúva nas mãos do Pai são comparadas com
a oferta total de Cristo. Com o coração
pobre, aberto ao amor a Deus, a viúva torna-se também modelo de doação e de
serviço.
Revista de Liturgia
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