32º Domingo do Tempo Comum

A primeira leitura, de Reis, ressalta o exemplo da viúva de Sarepta, no tempo do profeta Elias (séc. IX a.C.).  Numa época difícil, em consequência de uma grande seca, ela confia no Deus que socorre os aflitos e partilha o pouco alimento que possui. Ela é imagem dos tempos messiânicos da salvação: A farinha da vasilha não acabou e a jarra de azeite não secou.

O salmista canta a fidelidade de Deus que faz justiça aos oprimidos, alimenta os famintos, liberta os cativos, abre os olhos aos cegos, protege os estrangeiros, ampara os órfãos e as viúvas.

A leitura aos Hebreus mostra que Cristo com a entrega total da sua vida eliminou definitivamente o pecado; efeito não alcançado pelos sacrifícios anualmente repetidos no dia do grande perdão, o Yom Kippur (Lv. 16).

Ao terminar o ensinamento no templo, Jesus alerta contra a hipocrisia dos que buscam poder, ostentação, privilégios e exploram os mais pobres, como as viúvas, que possuíam a proteção especial de Deus (Ex 22,21-22; Is 1,23; 10,1-2), pois quando não tinham filhos que as sustentassem, eram obrigadas a confiar até a administração dos próprios bens às autoridades religiosas do templo em troca de pequenos benefícios. Jesus, sentado diante do tesouro do templo, observa uma viúva pobre que se aproxima de um dos cofres e deposita duas moedinhas, cujo valor era o menor em circulação. Chamando a sí os discípulos, enaltece o gesto autêntico da viúva, radicalmente oposto à religião praticada pelos “doutores da Lei”. A viúva ofereceu tudo o que possuía para viver, diferente dos que ofereceram o supérfluo. A generosidade e entrega da viúva nas mãos do Pai são comparadas com a oferta total de Cristo.  Com o coração pobre, aberto ao amor a Deus, a viúva torna-se também modelo de doação e de serviço. 

Revista de Liturgia

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