Jesus, próximo à
Paixão, termina seu ministério ensinando os discípulos a trilhar o caminho,
marcado também por sofrimentos que provém de perseguições (21,12-19) e da
destruição de Jerusalém e do templo (21,20-24). Os sinais cósmicos, que
anunciavam o “dia do Senhor”, sua presença na história (Is 13,10; 34,4; Ez
32,7-8; Jl 2,10-11; 4,15-16), são narrados por Lucas na dimensão cristológica.
Jesus é o vitorioso Filho do Homem, que realiza plenamente a esperança
profética através de sua Páscoa. Como
Senhor ressuscitado, ele manifesta o poder e a glória, a força da vida sobre a
morte. A fidelidade de Jesus ao amor do
Pai até a morte, para oferecer a vida nova, reanima a esperança e a confiança
dos discípulos: Levantem-se e ergam a cabeça, pois a libertação está próxima. A
palavra libertação indica a ação redentora de Jesus que liberta da escravidão
(1Cor 1,30). A palavra de ordem para o
discípulo é vigiar e orar em todo o momento, para permanecer de pé diante do
Filho do Homem (9,26; 12,8; At 7,56), perseverando no testemunho até a
realização plena do Reino de Deus. A Boa Nova transforma o coração, para
acolher os sinais da presença do Senhor e permanecer vigilantes no serviço e na
fraternidade. A leitura de Jeremias
proclama a fidelidade do Deus da aliança, que envia um rebento para exercer a
justiça e a paz. Jesus, o Messias, restaura o direito/justiça cumprindo as
promessas de salvação. O salmista confia
no Senhor e reafirma o compromisso de guardar a aliança através da vivência do
amor e da verdade. Na segunda leitura, o “viver”, progredindo sempre mais para
agradar a Deus mediante o amor fraterno é o caminho da santidade, que nos
mantêm atentos na espera do Senhor.
A mística do advento se
apoia na Vinda do Senhor. O Senhor veio, está próximo de nós e virá de novo. De
nossa parte, cabe perceber onde o Senhor se manifesta e cuidar para que nossos
corações não fiquem insensíveis à sua presença. E, ainda, perseverar na fé para
apressar e multiplicar os sinais da sua vinda.
A assembleia litúrgica
é sinal de que Deus está no meio de nós. Acendendo a primeira vela da coroa,
com a íntima certeza de que ele virá tão certo como a aurora, nossos corações
se iluminam para seguirmos seguros mesmo em meio à escuridão, de cabeça
erguida, correndo com nossas boas obras ao encontro da libertação que se
aproxima.
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