Oração ao anjo da guarda

Anjo de Deus,
meu guia querido ao qual o amor de Deus me encomendou, está sempre neste dia ao meu lado para me iluminares, guardar-me, reger-me e guiar-me.

Senhor, tem piedade
Cristo, tem piedade.
Senhor, tem piedade.
Cristo, ouve-nos .
Cristo, escuta-nos.

Deus, Pai celestial, tem piedade de nós
Deus, Filho Redentor do mundo, tem piedade de nós.
Deus Espírito Santo, tem piedade de nós.
Santíssima Trindade, um só Deus, tem piedade de nós.

Santa Maria, Rainha dos anjos, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu príncipe, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu censor, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu conselheiro, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu defensor, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu administrador, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu amigo, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu negociado, rogai por nós
Anjo da Guarda ,meu intercessor, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu patrão, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu diretor, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu governante, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu protector, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu consolador, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu irmão, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu maestro, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu pastor, rogai por nós
Anjo da Guarda, minha testemunha, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu ajudante, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu vigilante, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu codutor, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu conservador, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu iluminador, rogai por nós

Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, perdoa-nos Senhor.
Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, ouve-nos senhor
Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, tem misericórdia de nós.

Cristo, ouve-nos.
Cristo, escuta-nos.

Roga por nós, Oh santo Anjo da Guarda!
Para que sejamos dignos de alcançar as promessas de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Oremos:

Deus Todo-poderoso e eterno que mediante o conselho da Tua inefável bondade, designaste para cada crente, desde o ventre da mãe, um Anjo da Guarda especial, protetor do nosso corpo e da nossa alma; concede-nos que o amemos e honremos, a ele a quem Tu nos deste tão misericordiosamente e protegidos pela generosidade da Tua Graça e pela sua assistência, mereçamos contemplar com ele e com todos os coros angelicais a glória do Teu rosto na pátria celestial. Tu que vives e reinas, pelos séculos dos séculos. Amém!

Nossa conversão será sempre uma alegria para Deus

Nós, hoje, celebramos a conversão do apóstolo São Paulo. A conversão de qualquer pessoa para Deus é motivo de festa, por esta razão, hoje é festa no céu, na terra e será sempre festa quando qualquer ovelha perdida, extraviada, cega, abrir os olhos, recuperar a visão e passar a enxergar a verdade. Será sempre um motivo de festa quando um filho pródigo voltar da perdição do mundo para a casa do Pai!

Celebramos com muito amor e entusiasmo, Saulo, um homem religioso, conhecedor da Palavra, um dos maiores opositores à pregação do Evangelho. Saulo não só era contra a Boa Nova de Jesus Cristo como também perseguidor [de cristãos]. Ele respirava ameaças e morte contra os discípulos do Senhor. Saulo estava lá quando Estêvão foi apedrejado, estava planejando, ruminando em seu coração como eliminar os seguidores do caminho de Jesus Cristo.

Saulo era um homem obstinado, inteligente, capacitado, um grande conhecedor das Escrituras, de uma excelente formação na religião e cultura judaica. Não podia admitir jamais, em seu coração, a pregação do Evangelho de Jesus. Entretanto, quando caiu em si, sua visão ficou ofuscada por uma luz que vinha do Céu, e ele começou a refletir, repensar, e percebeu o quanto estava perdido em seus pensamentos, sentimentos e convicções.

Sabe, meus irmãos e irmãs podemos ser pessoas religiosas, conhecedores da Palavra e sentirmos que estamos fazendo o bem quando, na verdade, estamos cegos, iludidos, com a vista ofuscada e não enxergamos a verdade mais profunda. Saulo só enxergava o mundo do lado de fora, não enxergava seu mundo interior. Quando aquela luz ofuscou sua vista, voltou-se para dentro de si e reviu suas posturas, seus comportamentos, e começou a refletir, porque perseguia tanto os seguidores de Jesus.

Aquela voz interior que veio ao seu lado: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” (At 22,7), caiu profundamente em seu coração. Quando foi ao encontro de Ananias, humildemente pediu que recuperasse sua visão e Ananias foi aquele que ajudou Saulo a abrir os olhos, a enxergar o Cristo e anunciar a Boa Nova.

Que Saulo convertido seja um intercessor pela conversão de nosso coração e nossa alma; seja um intercessor por tantos homens e mulheres que não enxergam a verdade!

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova

3º Domingo do Tempo Comum

Lucas começa a obra (1,1-4) revelando aos que amam a Deus (= Teófilo), aos amigos/as, a solidez dos ensinamentos recebidos, sobretudo através dos apóstolos e discípulos de Jesus. A vida e os ensinamentos de Jesus, manifestados desde a Galileia até Jerusalém, reavivam a fé e o fervor missionário (24,13-35). Jesus, conduzido pelo Espírito, está anunciando a mensagem de esperança na região da Galileia. Sua pregação inaugural num dia de sábado, na sinagoga de Nazaré, é programática para a missão que realizará no “sábado” como cumprimento da promessa de Deus para os famintos, os enfermos, os presos (4,31-37; 6,1-5; 6,6-11; 13,10-17; 14,1-6). Seu projeto salvífico faz alusão a Is 61,1-2; 58,6: O Espírito do Senhor me ungiu para anunciar a Boa Nova aos pobres, a libertação aos presos; a recuperação da vista aos cegos, a liberdade aos oprimidos e o ano de graça do Senhor. Sentado, como verdadeiro Mestre, Jesus ensina que “hoje” se cumpriu plenamente a salvação. Jesus, o Ungido/Cristo com a plenitude do Espírito (3,22; 4,1.14), realiza o ano da graça do Senhor através da nova justiça, amor solidário, reconciliação, partilha. O “ano da graça” devia conceder a liberdade aos oprimidos, talvez por causa de dívidas (Ne 5,1-10), o retorno às suas terras que é dom de Deus (Lv 25).

A leitura de Neemias é uma solene liturgia, que mostra o povo reunido em torno da palavra, reconstruindo sua identidade após as ruínas do exílio. A palavra, explicada a todos os que falavam o aramaico e já não entendiam bem o hebraico, suscita conversão e partilha.

O salmista medita na Lei do Senhor, a Torá, alegria do coração e luz no caminho da justiça e fraternidade.

Paulo, na leitura de 1Coríntios, lembra a unidade que provém do batismo: Embora sejamos muitos, formamos um só corpo em Cristo pelo Espírito.

A palavra de Deus nos interpela, provoca, cria comunhão e nos salva. Como corpo de Cristo, membros de uma Igreja servidora, somos chamados a seguir o exemplo das comunidades de Lucas, que embora, em sua maioria, pobres, eram solidárias com os mais necessitados.

Nesta celebração, reunidos em comunidade para escutar a Palavra de Deus e dar graças, recebemos o mesmo Espírito que ungiu Jesus e o consagrou como Messias. Também nós recebemos de Deus a graça da santificação que nos fortalece na missão, nos habilita a sermos anunciadores da Boa Nova de Jesus aos pobres e nos abre ao dom da justiça e solidariedade.

Revista de Liturgia

No casamento, ame!

Quando um homem e uma mulher se unem diante de Deus para formar uma família, seu relacionamento se transforma num instrumento de cura um para o outro. Eu tenho muita pena quando o verdadeiro sacramento do matrimônio é abandonado. Quando o marido e a esposa decidem viver um longe do outro por causa das feridas que um causou no outro ao longo de suas vidas. Eu tenho muita pena, porque este relacionamento longe de Deus se transformou numa arma, porque conviveram juntos e sabem dos limites um do outro. Por isso no casamento, ame.

Qual a maneira concreta para o sacramento se tornar instrumento de cura um para o outro? “Faze o que fazes com doçura” (cf. Eclesiástico 3-19).  Se você faz todas as coisas com doçura, ganha o afeto da pessoa que está com você. Quando somos doces, mais do que ser estimado e reconhecido nós ganhamos o afeto da pessoa, porque afeta a pessoa que é querida e é amada. O que é dar afeto? É você afetar a pessoa; e nós afetamos uns aos outros quando, no decorrer do dia, fazemos tudo com doçura.

Exemplos de gestos de amor

Eu não estou falando de coisas que fogem do seu dia a dia, mas das coisas que você faz no ordinário da vida. Quando prepara a mesa do café, fazendo do jeito que o seu marido gosta, do jeito que seus filhos gostam de se sentar à mesa, preparando as coisas com carinho, porque você já os conhece, você já sabe o que cada um vai pegar na mesa. Estou falando da maneira que você chega no seu trabalho, da forma que você dirige; eu estou dizendo do momento do almoço ou do jantar, quando vocês se encontram para compartilhar a refeição. Falo de uma palavra que você dirige à sua esposa. Já que você tem de fazer estas coisas, faça com ternura, faça de forma doce; não é fazer mais coisas, é fazer o que você já faz com bondade e ternura. Há pessoas que dizem: “eu já faço tudo o que ele gosta”; mas, às vezes, falta doçura no fazer. Não fez de maneira terna. Não importa só o fato de darmos algo, mas sim a forma como o fazemos.

A Palavra nos diz que, quando agimos assim, ganhamos mais do que uma estima, ganhamos afeto. Estima é levar uma joia ao joalheiro e lhe perguntar: “Quanto o senhor estima o valor desta joia?”, ou seja, é aquilo que tem valor por si só, é aquilo que admiramos. Admirar é reconhecer o valor do outro e, na admiração, pode haver uma certa distância. Nós podemos admirar até um inimigo, reconhecer que ele tem qualidades. Mas afeto é diferente, há admiração.

Casamento sobrevive de doçura, de ternura, de toque, ou seja, a pessoa foi atingida por outra que está na mesma condição que ela. Às vezes, nós amamos uma pessoa que não nos ama, mas a força do amor é tão grande que, quando passamos a amá-la, ela, que não nos amava antes, passa a nos amar. É tão grande a força do amor que você acaba fazendo a outra pessoa amar você também. É algo simples? Sim é simples. Mas é fácil amar? Fácil não é, mas é o único caminho para a transformação da outra pessoa.

3 pontos necessários para a mudança do outro

Quando queremos que uma pessoa mude, há três coisas simples e poderosas que podemos fazer:

1º) Usar, no relacionamento, a máxima exigência com você mesmo;
2º) Ter o máximo de compreensão com a outra pessoa;
3º) Ter sempre um sorriso para ela.

No casamento, nós exigimos o máximo de compreensão do outro, mas o que transforma não são as exigências com ele, mas com nós mesmos. Exigência para nós e compreensão para os outros.

Muitas vezes, erramos, porque colocamos o foco no lugar errado. Quando eu cobro do outro o que eu não dou, as coisas não mudam. Como é diferente um casal que troca palavras de carinho, de apoio e elogios! Como é bom encontrar um casal que se promove, que se ama. Como é bom encontrar uma mulher apaixonada pelo marido, que, quando tem algo a dizer dele, é sempre uma coisa boa!

Como é bom encontrar um marido que ama, tem uma verdadeira devoção à sua mulher! É claro que há brigas para colocar as coisas nos eixos, mas não daquela que destrói. Como é ruim encontrar casais que só tem uma palavra más, críticas mordazes, daquelas que são como uma uma punhalada no coração. Quantos casais destroem os casamentos por causa de críticas! Não só críticas para o cônjunge, mas também para os filhos, quando começam a ser cruéis com os filhos.

A Palavra de Deus se preocupa tanto com isso que São Paulo, em uma de suas cartas, diz que um dia nós vamos prestar contas de cada palavra inconsiderada que dissemos, porque a maioria das feridas existentes dentro de um casamento acontecem por causa das palavras. A flecha atirada e a palavra proferida não tem volta, diz um provérbio. A palavra fere como a flecha. Quantos casamentos se esvaziaram por palavra malditas! Quantos casais entraram nos casamentos felizes e encantados, mas, no momento de um apoiar o outro, começaram as palavras de destruição? Irmãos, nós vamos prestar contas a Deus por causa dessas palavras de destruição.

Se o marido soubesse o quanto as palavras ditas, na hora do nervoso e da raiva, destroem as mulheres, eles não as diriam. A raiva e as brigas passam, mas as palavras ficam lá dentro, cozinhando no coração da pessoa que você ofendeu. Se as mulheres soubessem a força que suas palavras têm, quando são proferidas contra o marido, elas não as diriam. É que homem tem a mania de fazer de conta que não está ouvindo, mas aquilo fica armazenado dentro do coração. No entanto, quando explode, leva junto o casamento.

Há coisas que não são amor. Somos, a todo momento, enganados pelas novelas, pelos filmes com os homens perfeitos com as mulheres perfeitas, com o beijo perfeito. Isso é mentira, isso é ilusão, isso não existe. Você quer saber o que é amor? É quando um homem olha para sua esposa, sabe que ela teve um dia difícil e, por isso, ela está sendo áspera nas palavras. Para não brigar com ela, ele se cala.

Amor é quando, depois de ter brigado, de ter discutido, ainda preparar uma cama gostosa para os dois dormirem, pois não conseguem dormir sem dizer uma palavra boa um para o outro. Isso é amor!

Blog Canção Nova

Precisamos estar na presença de Jesus

Amados irmãos e irmãs, o ministério de Jesus provoca conversões, mudanças de vida, um verdadeiro furor no meio do povo. As pessoas querem ir atrás de Jesus, Ele tem algo novo, uma autoridade única e faz o Reino de Deus acontecer. Ele atrai as pessoas ao Seu encontro para ouvi-Lo, porque tem uma palavra de consolo e conversão, uma palavra de vida.

Ele toca nas pessoas, cura, expulsa os males, os demônios que atormentam a vida delas, por isso querem estar na presença e na companhia d’Ele. Precisamos também querer estar na presença de Jesus, correr ao encontro d’Ele onde quer que esteja. Nós não podemos correr de Jesus!

Muitas vezes, fechamo-nos em nosso mundo e começamos a viver coisas particulares, secretas; quando começamos a sofrer coisas que não entendemos, quando deixamos o pecado reinar em nós, corremos da presença de Jesus. Nesse momento, precisamos correr mais ainda ao encontro do Senhor! Não podemos nos afastar d’Ele devido aos nossos pecados, às nossas fragilidades ou qualquer coisa que vivamos na vida e não estejamos compreendendo. Quanto mais frágil estiver nossa alma, quanto maior for a fragilidade do nosso coração, mais precisamos nos aproximar de Jesus, estar em Sua companhia, ser tocados e cuidados pelo Seu amor misericordioso!

Onde Jesus se reunia, as pessoas se alvoroçavam para ir ao Seu encontro. Seus parentes não entendiam muito bem Sua missão, por isso queriam agarrá-Lo, e alguns até diziam: “Ele está fora de si!”. Quando olhamos as realidades apenas num aspecto humano, não somos capazes de entender a dimensão divina, mística, da ação de Deus no meio de nós. Não podemos olhar as pessoas, o Reino e as coisas de Deus, a ação divina de forma humana, porque senão vamos achar que aqueles que seguem Jesus estão loucos e fanáticos.

Quem não entra na lógica de Deus, perde-se na lógica do mundo! Quem não entra na lógica de Deus fica confuso para olhar as coisas d’Ele, porque não pensa como Ele, mas sim como o mundo.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova

“Teus pecados estão perdoados!”

São Marcos começa seu Evangelho mostrando a divindade de Jesus, por meio dos seus milagres. Logo no capítulo 2, nos relata o milagre do paralítico deitado numa maca, que quatro amigos o colocaram dentro da casa onde Jesus estava em Cafarnaum, pelo teto, por não conseguirem entrar pela porta, de tanta gente que ali estava.

Vendo “a fé que eles tinham” Jesus disse ao paralítico: “Filho, teus pecados são perdoados”. Os escribas que estavam ali pensaram: “Como Ele pode falar desse modo! Está blasfemando. Só Deus pode perdoar pecados!”. Jesus sabia que eles estavam pensando assim; então, sem se dirigir a eles, disse: “Que é mais fácil dizer ao paralítico – os teus pecados estão perdoados, ou levanta-te, pega a tua maca e anda? Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem na Terra o poder de perdoar pecados – disse ao paralítico – eu te digo – levanta-te, pega a tua maca, e vai para casa. O paralítico se levantou e, a vista de todos, saiu carregando a maca. Todos ficar

Pode parecer estranho que os amigos do paralítico tenham feito um esforço enorme para descê-lo até Jesus, pelo teto da casa, para ser curado, e Jesus lhe diga “apenas”: “seus pecados estão perdoados”. Provavelmente, esperavam a cura física do homem, mas Jesus queria mais. O que Jesus quis mostrar? Certamente, que o pecado é a pior realidade humana e causa de todos os males, doenças e morte. Jesus quis dizer que dar o perdão ao paralítico era mais importante que lhe dar a cura física. Que curar a alma é mais importante que curar o corpo. A paralisia imobilizava o corpo, o pecado imobiliza a alma.

Assim nos lembra o Catecismo da Igreja: “Aos olhos da fé, nenhum mal é mais grave que o pecado, e nada tem consequências piores para o próprio pecador, e para a Igreja e para o mundo inteiro” (n. 1489).

Jesus veio a nós para tirar o pecado do mundo, Ele é o “Cordeiro de Deus imolado para tirar o pecado do mundo” (Jo 1,29). Ele não veio para outra coisa. Tudo o que fez e viveu foi em função disso. Terminou Sua Missão dolorosamente na cruz, dizendo ao Pai: “Tudo está consumado!”. Jesus deixou a Sua Igreja para continuar a Sua missão de tirar o pecado do mundo, e ela faz isso pelos Sacramentos que Ele nos deixou, especialmente o Batismo e a Confissão.

Muitos de nossos males têm a sua raiz no pecado, não apenas os nossos pecados, mas também o de toda a humanidade. Por isso, não basta buscar apenas os médicos, psicólogos e psiquiatras para nos curar, mas temos de primeiro, buscar a Confissão, a oração de cura, a Eucaristia, que é “remédio e sustento para a nossa vida”. Sim, devemos recorrer a Medicina; contudo, sem dúvida, haveria muito menos doentes do corpo e da alma, se as pessoas, junto com a medicina dos homens, buscassem a Medicina de Deus.

Outro ensinamento que esta passagem do Evangelho nos ensina é o amor e a fé daqueles quatro amigos do paralítico. São Marcos escreve que Jesus “vendo a fé deles”, dos quatro, os atendeu. Jesus não perguntou pela fé do paralítico, mas notou a fé dos amigos, e bastou isso. Certamente eles amavam aquele entrevado, e não queriam perder a oportunidade da Presença de Jesus ali, que poderia não se repetir. Então, fizeram algo inusitado, algo que só o amor pode fazer. E Jesus gostou daquele maravilhoso gesto de fé, que certamente deixou muitos admirados. Que lição importante esses quatro nos deixaram! Muitos entrevados no corpo e na alma não conseguem chegar a Jesus; então, temos de levá-los, por amor, ainda que tenhamos de descobrir telhados. Levemos a Jesus, mesmo os que ainda não tem fé, a nossa fé suprirá essa carência deles e eles verão a glória de Deus.

Por fim, Jesus aproveita a ocasião para provar e deixar claro a Sua divindade, através do milagre. Para os judeus, só Deus podia perdoar pecados. E quem se arvorasse a fazer isso era blasfemador. Então, Jesus assume integralmente a Sua divindade. Para não deixar dúvida sobre ela, cura de imediato aquele homem e ordena que vá para casa levando sua maca nas costas. E ele o fez. A prova estava dada. Só Deus tem o poder de fazer aquilo, portanto, Ele podia também perdoar os pecados.

São pelos milagres que Jesus mostra Sua divindade. Infelizmente, há algumas pessoas mal informadas, mesmo na Igreja, que negam alguns milagres de Jesus, como, por exemplo, a multiplicação dos pães, que os evangelistas narraram ao menos em duas ocasiões. Outros chegam a negar até a ressurreição, dando explicações evasivas que contrariam a melhor exegese bíblica, a Tradição da Igreja, os ensinamentos dos santos e dos papas. Jamais algum desses, em dois mil anos de vida da Igreja, negou a veracidade desses milagres. E o nosso Catecismo da Igreja, fala do “milagre da multiplicação dos pães”`, e do seu significado profundo em relação a Eucaristia – “O milagre da multiplicação dos pães, quando o Senhor proferiu a bênção, partiu e distribuiu os pães a seus discípulos para alimentar a multidão, prefigura a superabundância deste único pão de sua Eucaristia. O sinal da água transformada em vinho em Caná já anuncia a hora da glorificação de Jesus. Manifesta a realização da ceia das bodas no Reino do Pai, onde os fiéis beberão o vinho novo, transformado no Sangue de Cristo”(n.1335).

Neste milagre maravilhoso, que os discípulos não entenderam, Jesus “tira matéria do nada”, cria do nada, algo que só Deus pode fazer, como fez na Criação do mundo. Para tirar algo “do nada”, é preciso um poder infinito, que só Deus tem. Assim Ele mostrou a Sua divindade, como fez inicialmente nas Bodas de Caná. Sem a Sua divindade, Sua missão não teria valor salvífico e nem Ele seria amado como o Messias. Esconder esses milagres ou esvaziá-los, é trabalhar contra o Reino de Deus.
É uma pena que muitos ainda não creiam na divindade de Jesus, e procurem outros “salvadores”. Nada mais importante podemos fazer por essas pessoas do que mostrar-lhes a divindade de Jesus. Mostrar-lhes que nenhum outro fundador de alguma religião, ressuscitou dos mortos, ressuscitou Lázaro e outros, multiplicou pães, curou leprosos, deu ordens ao vento, ao mar, aos demônios, conhecia os pensamentos dos homens… Ora, trocar Jesus por outros salvadores é uma temeridade.

Também a nós, antes de nos dar a cura física, mesmo pela medicina humana, quer nos dar a cura da alma.

Prof. Felipe Aquino

Segundo Domingo do Tempo Comum

O capítulo 62 do profeta Isaías faz parte do que se convencionou chamar, na exegese, trito-Isaías. Escrito no período pós-exílico, o texto apresenta a cidade como esposa, depositária de uma promessa de salvação.

O evangelho de João deste domingo está situado na parte do quarto evangelho denominada "livro dos sinais". O nosso relato é, no dizer do narrador, o "princípio" dos sinais, o que nos leva a compreender que o sinal de Caná é um evento fundador. Trata-se de uma narração simbólica: ela torna presente algo diferente do que é imediatamente dito e que lhe serve de expressão. Aqui, o símbolo é mais importante que a materialidade dos fatos.

O tema geral é o cumprimento por Jesus da promessa do Antigo Testamento de abundância de vinho nos tempos messiânicos. Jesus e seus discípulos são convidados para uma festa de casamento. A mãe de Jesus também estava lá. Falar de festa de bodas é evocar não só a Aliança passada (Noé, Abraão, Moisés), mas a nova, em Jesus, de cuja plenitude todos receberam graça no lugar de graça.

A festa humana das bodas serve na tradição bíblica de metáfora para a Aliança de Deus com o seu povo. O vinho é dom de Deus para a alegria das pessoas, e sinal de prosperidade. É por essa razão que ele será abundante nas "bodas escatológicas". Em Caná, o vinho oferecido por Jesus é superior ao vinho servido primeiro. Graças à ação de Jesus, a Aliança atinge a perfeição. Por trás das palavras da mãe de Jesus está Israel, que confia na intervenção divina, espera e vê a promessa de salvação realizada.

O termo "mulher" evoca Sião, representada na Bíblia com traços de uma mulher, de uma mãe. Como em nosso relato a noiva não aparece, é a mãe de Jesus que representa Sião, cujo esposo é Deus. Em razão de sua cor, o vinho era tido como o sangue da vinha. Daí ele ter se tornado, como o sangue, símbolo da vida. "Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância", diz o Senhor. A nós, a tarefa de distribuir este vinho da alegria e de oferecer esta vida que é dom.

Site Homilia Dominical

De copo cheio e coração vazio

Estava numa festa com amigos e, dentre tantas músicas que tocavam, ouvi uma cujo refrão dizia: “De copo sempre cheio e coração vazio, ‘tô’ me tornando um cara solitário e frio”. Até então, nada fora do comum; uma música amplamente conhecida no cenário nacional como tantas outras que haviam tocado e outas que viriam a tocar. Contudo, num posterior momento de observação, pude notar o quanto aquela letra era cantada com propriedade pelas pessoas que ali estavam, inclusive por mim, talvez pelo grande sucesso que a referida música tem feito atualmente. Mas será que é só isso?

Analisando com um pouco mais de profundidade, não é difícil concluir que, em alguns aspectos, essa música reflete a realidade de muitos que, de fato, encontram-se de “copo cheio e coração vazio”. Não quero, entretanto, reduzir tal reflexão a uma questão meramente afetivo-emocional, como sugere a canção, seria muito pouco diante do que realmente podemos questionar.

Para início de conversa, por meio da metáfora do “copo cheio”, gostaria de fazer alusão a tudo o que toma nosso tempo, nossa energia, emoção e atenção, “esvaziando nosso coração”. Agendas, cabeças e vidas cheias, e por que não o “copo cheio” literalmente? Muitos problemas, compromissos, projetos, promessas, desilusões e expectativas acabam por nos tomar de quem realmente somos. O barulho e tamanha movimentação de uma vida cheia são um ótimo esconderijo para quem foge do encontro consigo; daí, torna-se comum encher-se de coisas, a fim de adiar esse encontro. Ostentam-se rotinas agitadas, vidas sociais badaladas, luxo, baladas, currículos, influência, corpos esculturais e notoriedade; mas e o coração, como está? Essa é a questão! Quem é e como está a pessoa por trás de tudo isso?

A sacralidade do corpo

Em tempos de total exposição de nossas vidas nas diversas redes sociais, nas quais fazemos nada mais nada menos que uma autopromoção de nossas personas, questiono-me: Somos quem e o que ostentamos? Parafraseando Antonie de Sain-Exupéry em ‘O Pequeno Príncipe’, que diz “o essencial é invisível aos olhos”, levanto a questão: O que nos é essencial? O que determina, de fato, a essência do que somos? O que apresentamos: nossa verdade ou uma personagem de fácil aceitação geral?

Na condição de filhos de Deus, somos criados à imagem e semelhança do Amor e para Ele vivemos. Em Sua busca nos encontramos desde o momento em que nos entendemos por gente. Cada um buscando da sua forma, com o seu jeito, usando do livre-arbítrio a nós concedido para alcançar essa meta, o que me leva à conclusão de que nosso coração se preenche à medida que nos aproximamos daqueles nos “devolvem” a nós mesmos e, consequentemente, aproximam-nos de Deus.

Na minha opinião, a verdadeira ostentação é ter ao nosso lado pessoas que nos aceitam, acolhem e amam por quem somos de fato, que marcam presença nas tempestades, quando o “copo” está quase transbordando; pessoas que, mesmo diante de nossos defeitos, preenchem nosso coração e nossa vida. A verdadeira ostentação é ter ao nosso lado alguém que nos conduz a Deus.

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Blog Destrave

A humildade conserva a graça de Deus em nós

Os discípulos de João Batista e os fariseus jejuavam com muita frequência, mas estavam incomodados, porque os discípulos de Jesus pareciam não jejuar. Sabe aquelas pessoas que ficam incomodadas demais, porque fazem isso e aquilo, e quando outras pessoas fazem tais coisas sentem-se melhores que elas, mais santificadas e agraciadas?

Se você tem a graça de ter uma vida espiritual ou teve a graça de crescer na intimidade com Deus, não se sinta maior, melhor nem mais importante do que ninguém, porque tudo o que você progrediu ou evoluiu cai por terra quando o orgulho e a soberba tomam conta do seu coração, ou quando você quer levar vantagem ou sentir-se melhor, agraciado, mais do que os outros por aquilo que você faz.

O bom odre que conserva a graça de Deus em nós se chama “humildade”, é o único vasilhame que podemos ter dentro de nós para conservar, guardar e fazer a graça acontecer! Quando começamos a comentar, a reparar a vida dos outros, quando começamos a nos sentir melhores por aquilo que fazemos, quando começamos a julgar os outros, condená-los e, sobretudo, fazer parte do antro de fofoqueiros, como os fariseus faziam para condenar, julgar e ver a vida dos outros, tudo que temos de graça se perde, nada se conserva.

O orgulho é um veneno terrível, o pior dos venenos! E não precisamos ter dúvida nenhuma: é o pior dos pecados e a maior das desgraças, porque nos mantêm cegos, não nos permite crescer; permite-nos ver o mundo de forma tão pequena, que nada em nós se renova.

O mal dos fariseus foi não terem enxergado a graça, porque estavam se afogando em tanto conhecimento que tinham das coisas de Deus, que se sentiram melhores e mais importantes que os outros, por isso não se renovaram, não viram a graça nova chegar e não foram capazes de acolher a novidade do Reino de Deus, que é nova a cada dia.

Não feche o seu coração, não permita que a soberba cegue os seus olhos, não permita que o orgulho faça se sentir melhor que o outro.

A graça de Deus se conserva no coração humilde, e a humildade guarda para sempre a graça que recebemos do Senhor!

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova

A felicidade é um mito?

Um mito é uma coisa inacreditável, um enigma, uma utopia, uma pessoa ou coisa incompreensível. É também uma interpretação alegórica de um fato real. Algumas pessoas são consideradas mitos, porque fizeram algo extraordinário, impensável para a época, quase impossível.

Dependendo da lente com a qual enxergamos o mundo e nos posicionas nele, a felicidade pode ser um mito para nós.

Se, por exemplo, digitarmos a palavra “felicidade” no Google, aparecerão mais de 34 milhões de possibilidades. Os primeiros resultados mostram frases feitas, atribuídas a pensadores, personalidades, intelectuais, artistas e pessoas desconhecidas. É essa a verdadeira felicidade da qual falamos e que nós cristãos almejamos? No dicionário, a felicidade se traduz em bem-estar, contentamento e bom êxito; é o estado de quem é feliz.

Novelas e redes sociais

Revistas, filmes, novelas e redes sociais nos apresentam pessoas sempre bonitas, bem vestidas, muito sorridentes em suas belas casas, desfrutando de longas viagens em lugares paradisíacos, com seus carros do ano, roupas de grife e cabelos da moda. São vidas que parecem tão absolutamente perfeitas, que alçam pessoas comuns ao status de “mito”, e atribui aquele estilo à felicidade. Afinal, nem todos nós teríamos condições de, um dia, usufruir essa vida cara, estereotipada e padronizada que nos é apresentada como modelo de felicidade.

Nessa ótica, talvez passemos pela vida considerando a felicidade um mito se assumirmos que precisamos de tal padrão para sermos felizes. Infelizmente, o que há de pessoas que não conseguem enxergar nem valorizar o que tem e, por isso, consideram-se infelizes, não está no gibi!

Jesus dá uma receita

Jesus deu uma receitinha boa de felicidade, que não tem nada de mitológica, ao contrário, está completamente ao nosso alcance, ao alcance da nossa essência, e se torna mais fácil ou mais difícil de viver conforme nosso comprometimento com Seu Evangelho. Essa “receita” está na passagem conhecida como o sermão das bem-aventuranças. Não vou descrever todas aqui, apenas atentar-me a um ponto: “Felizes os que são misericordiosos, porque encontrarão misericórdia” (Mt5,7).

Entramos no Jubileu da Misericórdia. O Papa Francisco abriu a Porta Santa e declarou um Ano Santo, ou Jubileu da Misericórdia, o que significa a abertura de um caminho extraordinário para a salvação, um convite a voltarmos às raízes do Cristianismo, que não exclui ninguém, mas está de portas abertas para acolher a todos, sem distinção. Nisso consiste a verdadeira felicidade. A misericórdia não é um mito, ela é real, mas depende de nós para que se materialize em felicidade para nossa vida e para a vida dos demais.

A palavra “misericórdia” é a junção de dois termos latinos: miseratio (compaixão) + cordis (coração). Trazendo essa junção para nossa vida, entendemos como “ter o coração compadecido” pelos demais, com sentimentos e ações que demonstrem essa misericórdia. A compaixão pelo outro nos recorda a compaixão que o próprio Deus tem por cada um de nós.

Quem de nós é digno e merecedor

Quem de nós é digno e merecedor de tudo aquilo que Deus faz em nossa vida? Ele tem uma misericórdia infinita, que não leva em consideração nossa pequenez nem fraqueza, e só isso já deve ser motivo suficiente para sermos felizes. Por mais que não consigamos perceber a mão de Deus nas diferentes situações de nossa vida, a misericórdia nos alcança. Sejamos felizes por isso!

Eu o desafio a fazer um propósito em 2016: pare de falar que você não é feliz. Se as coisas estão ruins, reze e faça a sua parte, busque sair do seu lugar e tente fazer as coisas de maneira diferente. Passe menos tempo admirando a vida dos outros e esses estereótipos de felicidade, e mais tempo cultivando a sua vida, a sua família, os seus amigos, e construindo a sua história de felicidade. Seja misericordioso com quem está mais perto de você. Isso mesmo!

A felicidade é acessível

Então, que tal se, antes do julgamento, praticássemos a misericórdia entre nós, na nossa casa, no nosso trabalho e com a vizinhança? Que saiamos da superfície das relações, para agir com misericórdia, aproximando nosso coração do coração do outro. Que o nosso coração se dobre com a dor e a dificuldade do outro, que saibamos ser Jesus na vida das pessoas que estão perto de nós.

A felicidade não é um mito. Ela é acessível a nós e não depende de dinheiro, fama ou de seguirmos nenhum estereótipo. Ela passa entre outras bem-aventuranças, como a nossa atitude de misericórdia no mundo. Façamos as escolhas que podemos fazer e sejamos felizes com elas. Quanto àquilo que não podemos escolher, acreditemos na misericórdia de Deus e sejamos misericordiosos com quem está perto de nós.

Desejo a todos nós um 2016 de menos mitos e mais misericórdia!

Mariella Silva de Oliveira Costa

O significado de cada parte da Ave-Maria

A Ave-Maria é uma das orações mais queridas do povo católico. É a mais antiga oração que conhecemos dirigida a Nossa Senhora, nossa Mãe, Mãe de Jesus e da Igreja. Ela está na própria Bíblia, revelação de Deus.

“Ave, cheia de graça”

Na Anunciação, o Anjo a saudou: “Ave, cheia de graça”. Maria foi a única que achou graça diante de Deus, porque foi a única “concebida sem o pecado original”. Nas aparições a Santa Catarina Labouré, na França, em 1830, ela pediu que fosse cunhada o que ficou sendo chamada de “Medalha milagrosa”. Em letras de ouro, Catarina viu escrita a bela frase: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós!”.

O Senhor é convosco

“O Senhor é convosco”, disse-lhe o Arcanjo Gabriel. Maria tem uma intimidade profunda com Deus. Diz o nosso Catecismo que “desde toda eternidade, Deus escolheu, para ser a Mãe de Seu Filho, uma filha de Israel, uma jovem judia de Nazaré na Galileia, ‘uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de Davi, e o nome da virgem era Maria’ (Lc 1,26-27)”. Ela é Filha do Pai, é a Mãe do Filho, e é a Esposa do Espírito Santo. Está em plena unidade com a Santíssima Trindade. Numa única mulher Deus tem Mãe, Filha e Esposa.

Bendita entre todas as mulheres

“Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre” (Lc 1,42). Foi assim que Santa Isabel saudou a Virgem, “em alta voz” e “cheia do Espírito Santo”. E o menino João Batista estremeceu em seu seio. Isabel deixou claro por que Maria é “bendita entre todas as mulheres”: “Donde me vem a honra de vir a mim a Mãe do meu Senhor?” (v.43). E Isabel completa: “Bem-aventurada és tu que creste…” (v.44).

O bendito fruto do seu ventre é o próprio Deus, Filho de Deus, encarnado em seu seio virginal: Jesus. Ela é a Mãe de Deus. Quando o herege Nestório, patriarca de Constantinopla, quis negar essa verdade, o povo se revoltou, e o Concílio de Niceia, em 431, confirmou a maternidade divina de Maria: (Theotókos). “Todas as gerações me chamarão bem-aventurada” (Lc 1,48), por isso a piedade da Igreja para com a Santíssima Virgem é intrínseca ao culto cristão.

Depois de saudar a Virgem Maria, Mãe de Deus, com essas palavras que desceram do céu, a oração da Ave-Maria nos leva a implorar as graças do Senhor pela intercessão daquela a quem Deus nada pode negar.

Santa Maria, Mãe de Deus

O que não consegue a Mãe do Altíssimo? O que não pode conseguir, diante do trono da graça, aquela que é Sua Mãe, Esposa e Filha? O milagre das Bodas de Caná (João 2) diz tudo, mostra o grande poder intercessor da Mãe diante do Filho. Por isso, a Igreja sempre nos ensinou: “Peça à Mãe que o Filho atende!”. O bom filho nada nega à sua mãe, por isso São Bernardo de Claraval, doutor da Igreja, a chamava de “Onipotência suplicante”. Consegue tudo, por graça, o que Deus pode por natureza.

Rogai por nós pecadores agora e na hora de nossa morte

E nós pecadores lhe imploramos: “Rogai por nós pecadores agora e na hora de nossa morte”. Consegue do Rei os grandes benefícios aqueles que estão perto d’Ele, aqueles que têm intimidade com Ele. Quem mais do que Maria tem intimidade com Deus? Quantas pessoas me pedem para mediar um pedido junto a monsenhor Jonas Abib, porque sabem que tenho intimidade com ele! O mesmo acontece com Deus. Esse é o poder da intercessão.

A Mãe Santíssima diante do seu Filho roga por nós sem cessar. Disse o Concílio Vaticano II que “assunta aos céus (…), por sua múltipla intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna. (…) Por isso, a bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja sob os títulos de advogada, auxiliadora, protetora e medianeira.” (n.969).

“A missão materna de Maria em favor dos homens de modo algum obscurece nem diminui a mediação única de Cristo; pelo contrário, até ostenta sua potência, pois todo o salutar influxo da bem-aventurada Virgem (…) deriva dos superabundantes méritos de Cristo, baseia-se em sua mediação, dela depende inteiramente e dela aufere toda a sua força.” (n.970)

A nossa Mãe roga por nós a cada momento, mesmo que não tenhamos consciência disso; especialmente protege aqueles que lhe são consagrados fervorosamente. De modo especial, defende-nos na hora da morte. Quantas almas a Virgem Maria salva na hora da morte! Especialmente aqueles que lhe são consagrados. São Bernardo dizia que não é possível que se perca um bom filho de Maria. Por isso, pedimos insistentemente que ela rogue por nós, sobretudo na hora decisiva de nossa morte. Quando rezamos o Santo Rosário, a ela oferecemos rosas espirituais que ela leva a Deus por nós. Ela não as retém para si, pois o rosário é a meditação de toda a vida de Jesus Cristo, nosso Senhor.

Felipe Aquino

Festa do Batismo do Senhor

O batismo de Jesus está situado antes do início de seu ministério (3,23), sendo narrado também pelos outros evangelistas (Mt 3,13-17; Mc 1,9-11; Jo 1,31-34). João está batizando com água e anuncia a chegada do Messias que batizará com o Espírito Santo e fogo. Enquanto o povo recebia um batismo de penitência (Lc 3,3), Jesus recebe o batismo de João como sinal do seu batismo de sangue (12,50) na entrega da sua vida na cruz, que realiza a obra da redenção, revelando assim sua missão solidária com os pecadores e os excluídos. Batizado, ele estava em oração, em comunhão com o Pai como ao longo do caminho até a cruz (5,16; 6,12; 9,18.28-29; 11,1-2; 22,32.41-46; 23,46). No momento do batismo de Jesus acontece a manifestação do mistério da Trindade: O céu se abre, ouve-se a voz do Pai e o Espírito Santo desce como pomba sobre Jesus. A vida de Jesus, suas palavras e ações revelam uma nova relação de confiança com o Pai: Tu és o meu Filho; eu, hoje, te gerei (cf. Sl 2,7). A experiência como Filho amado conduz o seu caminho de fidelidade incondicional ao projeto do Pai. A atuação de Jesus lembra a forma de agir do Servo de Deus, no livro de Isaías. Consagrado com o Espírito do Senhor, o Servo exerce a missão libertadora durante o exílio com meios pacíficos, anuncia a esperança universal de salvação que se realizará plenamente em Cristo (Lc 7,22). O salmo glorifica o Senhor, reconhecendo sua voz sobre as águas, sua presença em todo o universo. A leitura dos Atos dos Apóstolos sublinha que a Boa Nova da paz se manifestou em Jesus Cristo, o Senhor de todos os povos. Jesus, o Ungido de Deus, investido com o “poder” do Espírito no batismo, passou fazendo o bem aos sofredores, libertando -os de todos os males.

A celebração do batismo do Senhor nos faz mergulhar no mistério de sua vida, morte e ressurreição, renovando o nosso compromisso batismal para retomarmos com novo vigor o seguimento do caminho que Ele nos propõe.

Celebrando hoje o batismo de Jesus, ao escutar sua voz na Palavra proclamada, somos conduzidos pelo Espírito a passar das trevas à sua luz, e somos confirmados como filhas e filhos amados.

Revista de Liturgia

Renovemos as graças do nosso batismo

O batismo é a grande graça que podemos receber do Céu, é a grande graça que Deus concede a todos nós! O batismo, de forma maravilhosa, realiza graças invisíveis em nossa alma e em nosso coração.

Se o pecado nos separou do amor de Deus, se Ele nos colocou como criaturas indignas do Senhor, é a graça do batismo que nos torna novamente filhos d’Ele. Se por um lado, a inclinação ao mal está dentro do nosso coração, o batismo, de forma sacramental e sagrada, direciona nossa alma e nosso coração para Deus.

Hoje, celebramos o batismo de Jesus! Você poderia dizer: “Por que Ele foi batizado?”. Porque também precisou da unção do Pai para cumprir Sua missão entre nós. Veja: quando Jesus é batizado, o Céu se abre, porque toda Trindade está em festa. Jesus é o Filho, e é o Pai quem diz: “Este é o meu Filho amado; o Espírito desce sobre Ele em forma de pomba” (Mateus 3,16-17).

Quando somos batizados, a Trindade faz morada em nós, ela nos torna templo vivo do Deus vivo, a Santíssima Trindade faz morada em nós!

Precisamos parar para meditar, agradecer e reconhecer a importância do batismo em nossa vida. Aquele dia em que nossos pais nos levaram às águas do batismo, não foi um rito social ou uma cerimônia religiosa bonita; muito mais do que isso, tornamo-nos para sempre morada de Deus, lugar da habitação do Espírito.

É verdade que o batismo não é algo mágico nem supersticioso, mas é a ação poderosa de Deus em nossa vida. Se cuidarmos da sacralidade do nosso batismo e tomarmos consciência dela, tornamo-nos pessoas melhores, mais santas, sagradas e responsáveis pelo amor que Deus derrama em nós!

Se existem tantos cristãos néscios e sem juízo neste mundo, se andamos perambulando, sem saber para onde ir, é porque nos falta tomar consciência daquilo que o batismo realizou em nós.

No batismo de Jesus, queremos renovar as graças do nosso batismo, voltar à pia batismal, naquele dia santo e sagrado quando nos tornamos filhos de Deus e fomos lavados da mancha do pecado e agraciados com o dom do Espírito.

Que Deus realize em nós as maravilhas que recebemos no dia do nosso batizado!

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova