Festa dos Arcanjos - 2015


A força de uma gentileza

A falta de gentileza machuca a nossa sensibilidade

Em um mundo onde coloca-se em evidência aquilo que não é bom, ser gentil pode parecer fraqueza, quando na verdade é bem o contrário. Quem nunca mudou de ideia depois de um sorriso verdadeiro, um aperto de mão ou até mesmo uma palavra animadora? Atitudes de carinho, respeito e atenção fazem toda a diferença onde quer que seja e tem força para abrir portas e nos levar a grandes realizações! É que o coração humano criado para amar e ser amando, tem sede de ternura e quando a encontra deixa-se guiar por ela. Já a rispidez, é exatamente contrária aos nossos anseios, por isso nos fere tanto quando a recebemos.

Dizem que a falta de gentileza machuca a nossa sensibilidade, tanto quanto uma geada caindo sobre as flores. Retarda o crescimento de tudo o que é amável e nos impede de desabrochar com a beleza e a simplicidade que trazemos na alma. Por outro lado, a gentileza é comparada a um verão maravilhoso cujo calor estimula e influencia o crescimento das belas virtudes que somos capazes de externar. A gentileza é resultado de um coração forte, curado e unido a Deus pela força de se amor original e jamais pode ser confundida com a fraqueza. A fraqueza faz barulho e tenta impressionar, a gentileza é discreta e faz questão de não aparecer.

Fúria e força

Existe uma fábula atribuída a Esopo que ilustra bem estre contraste:
“Conta-se que o sol e o vento discutiam sobre qual dos dois era mais forte.
Então o vento disse:
– Provarei que sou o mais forte.
Vê aquela mulher que vem caminhando com um lenço azul no pescoço?
Aposto como posso fazer com que ela tire o lenço mais depressa do que você.
O sol aceitou a aposta e recolheu-se atrás de uma nuvem.
O vento começou a soprar até quase se tornar um furacão, mas quanto mais ele soprava com força,
mais a mulher segurava o lenço junto ao pescoço.
Finalmente, o vento acalmou-se e desistiu de soprar.
Então, o sol saiu de trás da nuvem e sorriu bondosamente para a mulher.
Com este gesto, ela imediatamente esfregou o rosto e tirou o lenço do pescoço, respirando aliviada.
O sol disse, então, ao vento:
– Lembre-se disso meu amigo: A gentileza e a bondade são sempre mais fortes que a fúria e a força”.

Gentileza e tempo

Talvez seja por isso que as pessoas que agem com gentileza, respeito e consideração são sempre tão admiradas e dependendo do caso, até mesmo temidas. São Francisco de Sales, grande doutor da Igreja, certa vez escreveu: “Quando encontrar dificuldades e contradições, não tente derrubá-las com sua força; aceite-as com gentileza e tempo.”  – e continua explicando que assim se alcançará a vitória. Até porque, muitas vezes por trás de uma palavra grosseira ou até mesmo um gesto humilhante, está um coração ferido, pedindo para ser amado e a gentileza expressa com sinceridade, pode ser o canal para a cura acontecer.

Diante desta fábula, recordo-me também da passagem de I Reis 19, 11-12, onde narra a história do profeta Elias no monte Horebe, desejoso de encontrar Deus. “Um grande e forte vento rasgou os montes e despedaçou rochas, mas o Senhor não estava no vento. Depois da tempestade veio um furacão com resultados amedrontadores, mas o Senhor não estava no terremoto. Veio então um fogo, mas o Senhor não se encontrava no fogo. Depois do fogo ouviu-se um doce sussurro no ar, uma voz mansa e cheia de amabilidade e ali estava Deus”. Um Deus gentil e amoroso que, mesmo tendo poder para criar o universo e manter o mundo, escolhe revelar-se com gentileza e amor.

Fiquemos atentos as oportunidades que Ele nos dá, sendo canais da ternura, neste mundo tão sedento de amor!

Dijanira Silva

Missionária da Comunidade Canção Nova

Coloquemo-nos a serviço do bem e não do pecado

As Palavras de Jesus, no dia de hoje, parecem ser muito duras a nós. Porque, se nossas mãos, nossos pés, nossos olhos levam-nos ao pecado, vamos cortá-los, ou seja, vamos tirar os nossos membros, nos debilitar para que possamos viver na graça. Assumindo num sentido radical da palavra, parece impossível alguém sobreviver, estar de pé; não vai sobrar um membro só do nosso corpo.

Mas, a afirmação tem um outro sentido muito mais belo e mais profundo: ‘Corta aquilo que leva a sua mão a pecar, corta aquilo que leva o seu olho a pecar, corta aquilo que leva os seus pés a pecarem’. Sejamos firmes, moderados e, acima de tudo, disciplinados para que não coloquemos os nossos membros a serviço do pecado, mas a serviço da graça!

Cuidado, existem situações em que o nosso olhar se desvia, se perde. Se o nosso olhar se desvia, se perde, se perde pelas impurezas, pelos julgamentos. Se o nosso olhar nos leva à cobiça, ao mau desejo, sejamos firmes com o olhar, em discipliná-lo para que não nos leve à condição do pecado. Isso vale para os nossos pés, para onde andamos, para onde vamos; para as nossas mãos, aquilo que pegamos, tocamos, teclamos, aquilo que fazemos com nossas mãos. Se vamos continuar no ritmo de Jesus (isso vale para nossa a língua, para os nossos ouvidos, vale para cada um dos órgãos que compõem o nosso corpo humano).

Cada um sabe onde está a sua fraqueza, o seu ponto de queda, mas, é importante cortar, disciplinar, e, de fato, colocar a nossa vida nas rédeas para que os nossos membros não nos tirem do estado da graça e nos conduza ao estado do pecado, nos conduza ao inferno.

O que nós queremos é ir para o céu, e para isso temos que colocar os nossos membros, cada um deles: o olho, o pé, a mão, tudo que temos, a serviço da graça, da verdade, do bem do Reino de Deus!

Que o bom Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova

27º Domingo do Tempo Comum

Os discípulos de Jesus proibiram um homem de expulsar demônios em seu nome. Motivo da proibição: não era do grupo dos seguidores diretos de Jesus.

Diante da notícia, Jesus reagiu dizendo: “Não o proibais, pois ninguém que faz milagres em meu nome poderá logo depois falar mal de mim. Quem não é contra nós, está a nosso favor!” (Mc 9,39-40).

Em outras palavras, se é no “nome” de Jesus que fazem o bem, é sinal que realizam precisamente o que Jesus significa e deseja: o bem das pessoas. O bem das pessoas tem tudo a ver com o “nome” de Jesus! Isso é que importa!

Querem ver? Um simples copo de agua dado a alguém – em “nome” de Jesus, portanto! – já tem a sua recompensa; não importa quem o faça. O contrário também: “Se alguém escandalizar um destes pequeninos que creem” – isto é, se age contra o “nome” de Jesus, fazendo o mal, portanto -, melhor que fosse jogado no mar com uma pedra no pescoço. Não importa também quem o faça.

Portanto, se um dos membros do teu corpo te leva a fazer o mal em vez do bem, corta-o fora, arranca-o. Em outras palavras, o “nome” de Jesus – isto é, o bem a ser feito acima de tudo” -, exige que a gente corte pela raiz tudo o que leva a afazer o mal a quem quer que seja. Caso contrário, a gente mesmo acaba se arruinando radicalmente na arte de fazer o bem.

Aliás, a história de exclusividade na arte do bem fazer já e uma história muito antiga, do tempo de Moisés, como vimos na primeira leitura (cf. Nm 11, 25-29). Alguém reclama de duas pessoas não pertencentes ao grupo dos anciãos (colaboradores próximos de Moisés) que estavam também profetizando. Moisés, iluminado pelo espírito de Deus, lhe responde: “Tens ciúmes por mim? Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta, e que o Senhor lhe concedesse o seu espírito!”.

Em outras palavras, a possibilidade de profetizar (fazer o bem) está aberta a todos. Não é exclusividade de um grupo. Eis a perfeição da lei de Deus. Por isso que cantamos hoje o Salmo 19, cujo refrão soa assim: “A Lei do Senhor e perfeita, conforto para a alma”.

Desapego, portanto, de tudo, pois os apegos não levam a nada, porque não estão no cardápio de Deus. Por isso que a Palavra de Deus hoje, através da carta de Tiago, também dá uma boa chamada aos ricos, isto é, aqueles cujo Deus são duas fortunas materiais e, consequentemente, praticam a injustiça, condenando os trabalhadores a morrerem à mingua. “Ricos, desgraçados de vocês, pois as riquezas de vocês já estão apodrecendo” (cf. Tg 5, 1-6), é o alerta da Palavra. Segurar tudo exclusivamente para si é perigoso: machuca os outros e conduz à própria ruína.


Diocese de Limeira

São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate!

Talvez entre os três arcanjos, Rafael, Gabriel e Miguel, este último seja o mais invocado pelos cristãos. Existe até mesmo a devoção da “Quaresma de São Miguel”, com início no dia 15 de agosto, Dia da Assunção de Nossa Senhora e término em 28 de setembro, véspera da festa dos santos arcanjos.

O Arcanjo Miguel sempre foi muito amado e venerado pelo povo de Deus. Diante de algumas passagens da Sagrada Escritura a Igreja foi entendendo melhor o papel e a missão que ele tem, junto ao Senhor, em favor dos homens, como, por exemplo no Livro do Profeta Daniel: “Naquele dia vai prevalecer Miguel, o grande comandante, sempre de pé ao lado do teu povo” (Dn 12, 1). Daí sabemos que o Senhor o constituiu guarda e protetor da Igreja.

Guardião dos agonizantes

A tradição o vê também como guardião dos agonizantes, aquele que leva as almas ao Trono de Deus para o julgamento, invocado como nosso advogado na vida e na hora da morte (cf. Jd 1, 9).

Nas artes, ele é representado vestindo armadura, de espada em punho e atacando o diabo, que está derrotado aos seus pés. Praticamente visualizamos esta imagem em suas palavras ao demônio: “Que o Senhor te repreenda” na Epístola de São Judas 1, 9, e em Apocalipse 12, 7-8: “Houve então uma batalha no céu: Miguel e seus anjos guerrearam contra o Dragão. O Dragão lutou, juntamente com seus anjos, mas foi derrotado e eles perderam seu lugar no céu”.

Virtude de São Miguel

Contudo, sua maior virtude vem da decisão e atitude anterior a todos esses feitos e exercícios ministeriais, em que diante da loucura de uma criatura que desejava ser comparada ao Senhor, Miguel declara: “Quem como Deus?”. Seu nome é uma alusão ao alto grau de convicção e fidelidade que este arcanjo tem ao Altíssimo. “Miguel” significa “Quem como Deus?”, exatamente na forma de pergunta, dada em resposta à arrogância de satanás.

“Deus resiste aos soberbos, mas concede a graça aos humildes” (Tg 4, 6). A força do arcanjo Miguel vem desta sua certeza e docilidade ao Senhor, por isso ele vence a serpente orgulhosa.

Num mundo tão competitivo, muitas vezes, não percebemos o quanto estamos impregnados de arrogância quando queremos defender nossos direitos, nossa vez e voz e exaltamos a nós mesmos numa luta ferrenha por reconhecimento.

Palavras que significam pecados e também a pretensão de superioridade para com outras pessoas, como “ostentação”, “ambição” e “vaidade”, se tornaram sinônimos de “coisas boas”, estão na moda e nós as absorvemos em nossas atitudes.

Que graça pedir?

Talvez a grande graça que devamos pedir ao Arcanjo Miguel e o que mais podemos aprender dele seja derrotar todo resquício de altivez em nós.

A humildade atrai o favor do Senhor e nos torna agradáveis ao Seu coração. “Felizes os pobres no espírito, porque deles é o Reino dos Céus” (Mt 5, 3). A soberba é a raiz de todos os pecados e pode nos privar do destino de eterna felicidade “para não acontecer que se ensoberbeça e incorra na mesma condenação que atingiu o diabo” (I Tm 3, 6).

Que pela intercessão de Maria, “a mais humilde das criaturas” (cf. CIC n. 722) e de São Miguel – aliados não somente no Dia da Assunção, 15 de agosto, mas para sempre no Reino de Deus – possamos nos esforçar e chegar ao nosso lugar no céu vivendo a virtude da humildade aqui nesta terra.

Rezemos:

Levanta-se Deus pela intercessão da bem-aventurada Virgem Maria, de São Miguel Arcanjo e de todas as milícias celestes, que sejam dispersos seus inimigos e fujam de Sua face todos os que o odeiam. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém”.

São Miguel Arcanjo, rogai por nós!

Sandro Arquejada

Missionário da Comunidade Canção Nova

Como Cristo, que saibamos carregar a nossa cruz de cada dia

Quando Jesus pergunta a Seus discípulos: “Quem diz o povo que eu sou?” (Lucas 9, 18), na verdade, Jesus está perguntando o que o povo está entendendo; o que cada um deles, cada um de nós estamos entendendo, compreendendo sobre a identidade de Jesus, sobre a pessoa d’Ele.

Já viram tantos milagres, tantas curas, já viram a Sua ação profética, a Sua ação no meio do povo. E cada um capta, compreende, entende da sua maneira. E por isso, a Seus discípulos também pergunta: ‘Para vocês quem eu sou?’ ‘Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo!’, responde Pedro. Mas, Jesus os proíbe que falem sobre isso.

E por que Jesus proíbe? Porque na cabeça do povo e na cabeça dos próprios discípulos, o Messias é um ser glorioso, cheio de poder, de glória, de exultação, de exaltação. E Jesus quer ensinar, agora, qual é o significado profundo do ser Messias.

Ele é, acima de tudo, um homem como qualquer outro homem, por isso, que na condição humana vai sofrer muito, vai ser rejeitado, morto. Mas, a verdade maior e mais bela de todas é que no terceiro dia Ele vai ressuscitar.

Quem não é digno de abraçar o Cristo sofredor, crucificado, não pode abraçar o Cristo glorioso. Quem não quer passar pela cruz, pelo sofrimento, pela purificação das vias humanas, não poderá entrar no Reino da Glória.

Nós, muitas vezes, queremos saber da pompa, da glória, do reconhecimento, dos aplausos, mas o discípulo de Cristo é, acima de tudo, seguidor do Crucificado. Ele é identificado e se identifica com o Senhor, o servo sofredor, aquele que em tudo assumiu a condição humana e sobre si carregou nossas dores, nossos pecados e nossos sofrimentos.

Amados irmãos e irmãs, olhemos para Jesus crucificado, contemplemos n’Ele a nossa humanidade sofrida, machucada, doente. E com Ele aprendamos também a carregar a nossa cruz de cada dia!

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova

Sede cumpridores da Palavra e não somente ouvintes

Precisamos ser bênção na vida das pessoas e, principalmente, em nossa família! Nós sempre trazemos em nós um motivo para a nossa oração. Isso é muito bom, porque estamos sempre sendo bênção na vida dos outros e Ele nos criou para assim o sermos.

Entenderemos como ser bênção na vida do outro, através da Palavra em Tiago 1, 21-25: “Rejeitai, pois, toda impureza e todo vestígio de malícia e recebei com mansidão a palavra em vós semeada, que pode salvar as vossas almas. Sede cumpridores da palavra e não apenas ouvintes; isto equivaleria a vos enganardes a vós mesmos. Aquele que escuta a palavra sem a realizar assemelha-se a alguém que contempla num espelho a fisionomia que a natureza lhe deu: contempla-se e, mal sai dali, esquece-se de como era. Mas aquele que procura meditar com atenção a lei perfeita da liberdade e nela persevera – não como ouvinte que facilmente se esquece, mas como cumpridor fiel do preceito -, este será feliz no seu proceder”.

São João Paulo II dizia que ‘Fomos criados para ser dom!’. E o que você acha que é dom? É alguma aptidão que podemos ser para o outro, é a expressão de algo que o outro precisa.

Você reza por sua família?

Existem muitas pessoas boas no mundo, mas também muitas pessoas boas que não estão ao nosso lado. A Palavra de Deus diz: “Sede cumpridores da palavra e não apenas ouvintes”. Para que o nosso dom seja ativo na vida do outro, para que atinjamos o ápice daquilo que Deus pensou para nossa vida não podemos ser apenas ‘pessoas boas’, mas precisamos ser, de fato, bênção na vida do outro!

Você é uma pessoa boa? É dom para os outros?

Precisamos ser o melhor dom que a pessoa possa receber. Sejamos cumpridores da Palavra de Deus, sejamos a bênção que a nossa família necessita! Não é ser ‘mais ou menos’ bênção. É ser um perfeito cumpridor da Palavra!

Hoje em dia, tudo é voltado para o “eu”, estamos preocupados em ser feliz, porém, de forma pessoal. Pensamos somente no nosso problema e quando nos deparamos com o problema do outro escolhemos resolver primeiro o nosso. Somos moldados a pensar somente em nós.

Muitas vezes, brigamos com as pessoas que amamos, mas, isso acontece porque estamos sendo treinados à pensar somente em nós e não no outro. Desta forma, precisamos prestar atenção e começar a abrir mão. E por que abrir mão? Para ser bênção, para ser cumpridor dos preceitos de Deus!

Tratamos a Palavra de Deus como uma história bonita, como um mero romance, mas a Palavra de Deus é como profetismo em nossa vida e esta precisam ser cumpridas dentro de nós.

A ação máxima do Senhor em ser dom foi morrer na cruz. Ele não deu simplesmente Seus gestos, mas a Sua vida. Precisamos ser fiéis ao ponto de conseguirmos dar a vida. Talvez, não pedindo a cruz, o martírio de sangue, mas fazendo silêncio, dando a outra face, etc. Nascemos para ser dom e precisamos ser o máximo do dom, cumprindo a Palavra de Deus!

Três modos de ser dom para os seus, para a sua família:

Ser anunciador. Vamos verificar em nossa vida toda impureza, os vestígios de malícia. Existem coisas que vemos na televisão que um anunciador da Palavra não deveria ver; Existem gestos e atitudes que cumpridores da Palavra não deveriam fazer. O cumprimento da Palavra precisa ser vivido, para que possamos anunciar a Palavra à outras pessoas.

Rezar pelos nossos. Rezar de verdade, porque somos muito preguiçosos em nossas orações. Muitas vezes, a oração é um caminho difícil, porque rezamos com ansiedade e não acontece nada [porque não acontece em nosso tempo]. Deste modo, deixamos de rezar, porque achamos que Deus não cumpre nada.

Servir ao próximo. Este é um modo de converter ou ajudar na conversão de uma pessoa. A Palavra de Deus coloca-nos à serviço, faz com que sejamos concretos em nossos gestos. Jesus ensina-nos isso quando lava os pés de Seus discípulos, daqueles que O serviam.

Diz a Palavra que: “Aquele que escuta a palavra sem a realizar assemelha-se a alguém que contempla num espelho a fisionomia que a natureza lhe deu: contempla-se e, mal sai dali, esquece-se de como era”.

Seja cumpridor da Palavra de Deus, testemunhe a sua experiência com ela. A Palavra de Deus não prende ninguém, a Igreja não prende ninguém, então, seja cumpridor dos preceitos de Deus!

Quer saber o segredo para ser feliz? Seja dom! Anuncie! Reze! Viva a Palavra do Senhor!

André Florêncio

Missionário da Comunidade Canção Nova

Sejamos revestidos pelo poder de Jesus

Quem é discípulo de Jesus, quem se torna seguidor de Nosso Senhor Jesus Cristo precisa tomar posse da verdade, do poder e autoridade que Deus dá. O poder e autoridade não são sobre as pessoas; é o poder e a autoridade, primeiro, sobre a nossa vida e, sobretudo, naquilo que pode arruinar a nossa vida.

Por isso, o Senhor nos dá a capacidade de sabermos lidar com os demônios da vida. E sabemos que não são poucos os demônios que rodeiam a nossa vida. Sabe, aqueles demônios que parecem que tiram a nossa paciência, o nosso ânimo, o nosso vigor? Outros que ainda causam confusão, intrigas, nos colocam em posição de competição, de disputa?

Não podemos deixar que os “demoniozinhos” que vêm à nossa vida semeando maus pensamentos, maus sentimentos, tomem conta de nós! É preciso, primeiro, uma luta contra a nossa própria vontade. Porque, é preciso ter uma vontade disciplinada, iluminada, decidida de fazer o que é correto, o que é certo e justo.

Quando enfraquecemos em nossa vontade perdemos uma luta muito importante contra as forças do mal. Pensemos num jovem que não consegue ter mais vontade ou não tem vontade maior para lutar contra as drogas ou aquilo que o escraviza. Pensemos em alguém que deixou-se escravizar pelo álcool ou por qualquer outro vício, por exemplo: o jogo, a televisão, etc. A vontade de fazer o que é incorreto é maior que a vontade de combater este mal.

O poder de Jesus precisa revestir a nossa própria vontade. ‘Eu quero fazer o bem, mas acabo fazendo o mal’, nos recorda São Paulo. Vontade indisciplinada, vontade que não se controla mais. Por isso, este trabalho precisa começar a ser feito já com nossas crianças, com nossos filhos. Não podemos fazer os gostos e as vontades de nossas crianças, porque depois nem elas conseguirão ter uma vontade forte, própria, decidida para combater muitas coisas deste mundo.

Precisamos disciplinar nossa vontade e, por isso, o Senhor nos dá poder e autoridade. Porque, se não tivermos muita força de vontade e uma vontade forte para lutarmos contra certos inimigos da nossa vida, seremos vencidos. Isso vai das coisas que parecem simples. Às vezes, dá uma vontade enorme de falar mal dos outros; resista, diga ‘não’; às vezes dá uma vontade enorme de falar uma coisa feia, um ‘palavrão’; você pode resistir; às vezes, dá uma vontade enorme de fazer algo que não é correto; lute, resista.

E onde conseguimos essa força, essa luz para vencer e resistir ao mal, sobretudo, quando a nossa vontade está enfraquecida? Revestir-se do poder da oração, acreditar na força da oração!

Me recordo que em alguns momentos da minha vida, estava tão fragilizado por uma situação. E nessa situação não conseguia dizer “não” ao mal, à vontade de fazer aquilo que não era correto. Comecei a rezar o “Pai Nosso”, e a força da oração do Pai Nosso: “Não nos deixei cair em tentação”, a própria força do Cristo é que me revestiu da vontade de Deus.

Por isso, estou dizendo a você: na luta contra o mal, Deus nos quer dar poder e autoridade! Não abramos mão da força da oração, de fortificar a nossa vontade e nos desviarmos daquilo que não nos faz bem!

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova

23 de Setembro – Dia de São Pio de Pietrelcina, alívio para os sofrimentos de seus fiéis

Este digníssimo seguidor de S. Francisco de Assis nasceu no dia 25 de maio de 1887 em Pietrelcina (Itália). Seu nome verdadeiro era Francesco Forgione. Ainda criança era muito assíduo com as coisas de Deus, tendo uma inigualável admiração por Nossa Senhora e o seu Filho Jesus, os quais via constantemente devido à grande familiaridade. Ainda pequenino havia se tornado amigo do seu Anjo da Guarda, a quem recorria muitas vezes para auxiliá-lo no seu trajeto nos caminhos do Evangelho.

Conta a história que ele recomendava muitas vezes as pessoas a recorrerem ao seu Anjo da Guarda estreitando assim a intimidade dos fiéis para com aquele que viria a ser o primeiro sacerdote da história da Igreja a receber os estigmas do Cristo do Calvário. Com quinze anos de idade entrou no Noviciado da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos em Morcone, adotando o nome de “Frei Pio” e foi ordenado sacerdote em 10 de agosto de 1910 na Arquidiocese de Benevento. Após a ordenação, Padre Pio precisou ficar com sua família até 1916, por motivos de saúde e, em setembro desse mesmo ano, foi enviado para o convento de São Giovanni Rotondo, onde permaneceu até o dia de sua morte.

Abrasado pelo amor de Deus, marcado pelo sofrimento e profundamente imerso nas realidades sobrenaturais, Padre Pio recebeu os estigmas, sinais da Paixão de Jesus Cristo, em seu próprio corpo. Entregando-se inteiramente ao Ministério da Confissão, buscava por meio desse sacramento aliviar os sofrimentos atrozes do coração de seus fiéis e libertá-los das garras do demônio, conhecido por ele como “barba azul”.

Torturado, tentado e testado muitas vezes pelo maligno, esse grande santo sabia muito da sua astúcia no afã de desviar os filhos de Deus do caminho da fé. Percebendo que não somente deveria aliviar o sofrimento espiritual, recebeu de Deus a inspiração de construir um grande hospital, conhecido como “Casa Alívio do Sofrimento”, que se tornou uma referência em toda a Europa. A fundação deste hospital se deu a 5 de maio de 1956.

Devido aos horrores provocados pela Segunda Guerra Mundial, Padre Pio cria os grupos de oração, verdadeiras células catalisadoras do amor e da paz de Deus, para serem instrumentos dessas virtudes no mundo que sofria e angustiava-se no vale tenebroso de lágrimas e sofrimentos. Na ocasião do aniversário de 50 anos dos grupos de oração, Padre Pio celebrou uma Missa nesta intenção. Essa Celebração Eucarística foi o caminho para o seu Calvário definitivo, na qual entregaria a alma e o corpo ao seu grande Amor: Nosso Senhor Jesus Cristo; e a última vez em que os seus filhos espirituais veriam a quem tanto amavam.

Era madrugada do dia 23 de setembro de 1968, no seu quarto conventual com o terço entre os dedos repetindo o nome de Jesus e Maria, descansa em paz aquele que tinha abraçado a Cruz de Cristo, fazendo desta a ponte de ligação entre a terra e o céu.

Foi beatificado no dia 2 de maio de 1999 pelo Papa João Paulo II e canonizado no dia 16 de junho de 2002 também pelo saudoso Pontífice. Padre Pio dizia: “Ficarei na porta do Paraíso até o último dos meus filhos entrar!”


São Pio de Pietrelcina, rogai por nós!

Minha vida precisa mudar!

Minha vida precisa mudar! É incrível notarmos que ao lermos os Evangelhos, todos aqueles que desejavam e se aproximavam de Jesus tinham suas vidas radicalmente mudadas, transformadas e restauradas. Muitos experimentaram não somente a Cura Física, mas a Cura Espiritual e foram completamente Libertos do Maligno.

Ainda assim, alguns puderam acompanhar Jesus mais de perto, tiveram contato com Ele; mas suas vidas não foram transformadas, não perceberam mudanças, e seguiram assim, como se nada tivesse acontecido!

Meu Deus, que medo de seguir a minha vida como se eu não tivesse um dia me encontrado com Jesus! E estou falando de mim mesmo, Danilo, missionário há muitos anos da Comunidade Canção Nova! Um homem que vive 100% da sua vida com uma única finalidade: Fazer com que as pessoas conheçam Jesus! E ainda assim, posso viver a minha vida como se eu não O conhecesse! Que Deus, pela Sua graça me livre realmente desse mal!

Mas o que quero dizer é que você pode ter feito essa pergunta à você mesmo por diversas vezes: “Por que eu não consigo mudar?!” “Por que tantas vezes eu disse que eu seguiria Jesus, e o abandono no meio do caminho?!” “Por que quando me decido a segui – Lo, caio novamente no mesmo pecado que me derruba, e me sinto derrotado, retornando a estaca zero?!”

São perguntas que me fazem constantemente, porque é a realidade do que acontece com muitas pessoas.

A resposta é de difícil conclusão; mas o que tenho notado e penso que aqui pode levar a cada um de nós há uma breve reflexão é que: Continuamos a escolher os nossos interesses pessoais e escolhemos aquilo que nos dá prazer.

Queremos mudar, estamos desejosos de mudança interior e exteriormente, queremos realmente sermos diferentes, mas ao primeiro obstáculo que se apresenta e que surgi a questão: “Priorizar agora Deus, ou aquilo que me trará beneficios?!” ou ainda: “Escolher por Deus, ou por mais um momento de prazer, ainda que seja passageiro?!” Escolhemos ERRADO!

Meu irmão e minha irmã, estamos patinando em sermos mais de Deus porque esquecemos o que Jesus nos ensinou desde o inicio:

“Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo” (Mt 6,33)

A verdade é que não conseguimos ter nossa vida mudada por Deus, porque não nos decidimos realmente segui – Lo! Queremos estar perto, queremos ouvir os Seus ensinamentos, queremos até aprender algumas coisas boas com Jesus…Mas definitivamente, só tem a vida mudada e transformada quem escolheu segui – Lo!
E você pode se perguntar agora: “Mas eu escolhi segui – Lo, mas ainda assim minha vida não mudou…”

E a questão agora, se torna outra: Você um dia escolheu seguir Jesus, mas preciso te dizer que esta escolha precisará agora acontecer todos os dias, todos os dias, todos os dias.

Realmente você deu um SIM para Deus, mas a nossa vida de cristãos a partir desse primeiro SIM, deverá conter milhares de outros SIM’s.

Porque é neste SIM de cada dia que você encontrará Deus, e somente a experiência do encontro pessoal com Deus a cada dia é capaz de fazer com que nossa vida seja transformada.

Judas Iscariotes escolheu também um dia seguir Jesus, o problema é que provavelmente muitos outros SIM’s ele deixou de dar. Com isso o seu coração foi se distanciando, sua decisão por Deus foi sendo enfraquecida, ao ponto de um dia ele trair Jesus.

E Judas estava ao lado de Jesus todos os dias, mas não experimentava o encontro pessoal com Ele! E quantas outras pessoas tiveram a oportunidade de escolher por Jesus naquela época e nao fizeram…

Não estamos buscando fazer a vontade de Deus acima da nossa! Não estamos priorizando Deus em nossas vidas! Desculpe – me falar assim, mas estamos nos tornando cristãos frouxos! Cristãos de momentos, cristãos de conveniência…

Vamos criando uma espiritualidade de inconstancias! Dias eu rezo, e dias fico sem rezar…Ora estou vivendo bem com Deus, ora estou afundado em pecados…É um vai e vem que no final de tudo só nos faz mais fracos!

É tempo de mudança, tempo de parar, de se rever, retomar…Tempo de realmente você parar um dia dessa semana, buscar uma Igreja, um Mosteiro, um lugar que te leve para Deus, e ir lá com um pedaço de papel e uma caneta, e “fazer as contas” como esta seu relacionamento com Deus…Escrever o que você precisa deixar de lado, que pecado tem prendido você, o que tem impedido você de seguir e se encontrar com Jesus todos os dias…Escreva, não tenha medo…Pode ser que você se surpreenda com as respostas que terá…

Mas essa decisão precisa partir de você! Eu não posso fazer por você, e nem mesmo Deus vai fazer o que é de sua responsabilidade!

Estamos vivendo como “pintinhos fragéis” quando na verdade Deus nos chama a sermos “águias”

Você não está lendo este artigo por acaso…Deus já começou a colocar no seu coração situações bem concretas que precisarão da sua resposta! Deus já colocou pessoas no seu coração que você precisará se afastar, relacionamentos afetivos que precisarão serem desfeitos…Lugares que você deve parar de frequentar…

Hoje Deus deu um passo em sua direção…Não deixe mais uma vez que Ele passe, e você não tenha a sua vida completamente transformada.

Acredito que muitos testemunhos virão a partir do dia de hoje. Não tenha receio de deixar os seus comentários aqui no Blog do que Deus já esta fazendo no seu coração!
Deus abençoe você e seus propósitos!

Danilo Geraldo

20 conselhos do Papa Francisco aos recém-casados

Ao final das audiências gerais, já se tornou costume a saudação do Papa a casais recém-casados. Um momento muito especial para essas pessoas que iniciam uma vida a dois receber a benção do Santo Padre. Em primeiro lugar, Francisco elogia a coragem dos jovens por terem escolhido o matrimônio porque, segundo o Papa, casar “requer muita coragem”. Ao longo do ciclo de catequeses direcionadas às famílias, selecionei 20 conselhos aos novos casais:

Conselhos

1. Façam a experiência do amor gratuito como é o amor de Deus pela humanidade.
2. A mansidão dos santos indique a vocês o estilo das relações entre os cônjuges na família.
3. A fortaleza da santidade até o martírio aponte os valores que verdadeiramente valem a pena na vida familiar.
4. Amem a vida que é sempre sagrada, apesar de marcada por fragilidade e doenças.
5. As obras de misericórdia ajudem vocês a viverem a existência conjugal abrindo-a à necessidade dos irmãos.
6. Encontrem na aliança que, Cristo assumiu com Sua Igreja a preço de Seu Sangue, a base a do pacto conjugal de vocês
7. Construam sua família sobre o mesmo amor que uniu José à Virgem Maria.
8. Desejo de coração que vocês cresçam na generosa disponibilidade em relação ao Senhor, seguindo o exemplo da Virgem Santa.
9. Coloquem Deus no centro para que sua história conjugal tenha mais amor e mais felicidade.
10. Vivam o matrimônio em concreta adesão a Cristo e aos ensinamentos do Evangelho.
11. Vivam o seu amor imitando o amor misericordioso de Jesus.

Virgem Maria

12. Aprendam da Virgem Maria a conceder espaço à escuta da Palavra de Deus e à prática da caridade, vivendo com alegria a pertença à Igreja, à família dos discípulos do Cristo Ressuscitado.
13. A cruz cotidiana seja a referência de vocês para que a vida familiar seja uma lareira de oração e recíproca compreensão.
14. Aprendam a cultivar a devoção à Mãe de Deus pedindo-a para que não falta nunca na casa de vocês o amor e o respeito recíproco.
15. O amor à Eucaristia nutrido pelos santos estimule vocês a fundar a família sobre o amor de Deus.
16. O apostolado dos santos nas periferias convide vocês a ajudar os mais frágeis e necessitados da família.
17. A Devoção ao Sagrado Coração de Jesus e ao Coração Imaculado de Maria sustente vocês no caminho conjugal e na educação com amor dos filhos que o Senhor quiser lhes dar.
18. No caminho que vocês assumiram, busquem a Eucaristia para que nutridos de Cristo sejam famílias cristãs tocadas pelo amor do Coração de Jesus.

Santa Mônica

19. Confiemos à intercessão de Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho, os recém-casados e os pais cristãos para que como Mônica, acompanhem com o exemplo e com a oração o caminho dos filhos.
20. Santa Maria seja o modelo no caminho conjugal de dedicação e fidelidade.

Rodrigo Luiz dos Santos
Missionário

A exemplo de Maria, sejamos ouvintes da Palavra de Deus

Cada vez que medito essas Palavras de Jesus vejo, cada vez mais, a grandeza de Maria, Sua mãe, nossa mãe. Ainda que alguns queiram compreender de forma errada esta Palavra, como se Jesus estivesse desprezando ou não dando valor à sua mãe; ela [Palavra], na verdade, nos diz o contrário, Jesus está exaltando sua mãe e todos aqueles que como ela [Maria] ouvem a Palavra de Deus e a coloca em prática.

Maria teve um privilégio mais do que especial, não apenas o de ter gerado Jesus, mas foi a primeira a ouvi-Lo e foi quem mais ouviu Jesus. Ela O ouviu dentro de si, do seu coração, do seu ventre, quando o coração de Jesus começou a bater enquanto ser humano.

É a mãe quem sente o coração do filho. Maria foi aquela que ouviu Jesus quando este começou a balbuciar, a soltar as primeiras palavras; aquela que ensinou seu filho a falar, foi aquela que aprendeu com Ele a falar das coisas de Deus. Maria viu seu filho crescer, viu seu filho Jesus se tornar, cada vez mais, íntimo de Seu Pai e foi com Ele aprendendo a dimensão mais profunda do Reino de Deus.

Eu me volto, hoje, para esta mulher silenciosa, humilde, agraciada, serva, plena da Palavra de Deus. E peço: ‘Maria, me ajude! Ajude meus irmãos, ajude todos nós, seus filhos, a sermos, primeiro, ouvintes da Palavra de Deus, a abrir mesmo os nossos ouvidos com o mesmo Espírito que entrou em você, mãe de Deus e nossa. A abrir também o nosso coração para que tenhamos plena disposição para ouvirmos e servirmos a Palavra de Deus!’.

A grande lição que Maria nos dá é a de ter ouvido e vivido a Palavra viva de seu filho Jesus. Às vezes, nós até escutamos a Palavra de Deus, a achamos bonita, verdadeira, mas precisamos transformá-la em princípio para a nossa vida!

‘Princípio’, vem de primeiro, é aquilo que nos conduz a sermos daquele ou deste jeito. Por isso, todos nós precisamos olhar para os princípios que regem a nossa vida.

Estamos nos deixando ser conduzidos, iluminados pela Palavra de Deus? A Palavra de Deus guia os nossos passos de modo a sermos discípulos autênticos de Jesus. Que não sejamos meros ouvintes da Palavra, mas sejamos, de fato, aqueles que ouvem e fazem todo o esforço para colocar em prática a Palavra ouvida e meditada!

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova

25º Domingo do Tempo Comum - Domingo da disputa pelo primeiro lugar

Na 1ª leitura, a presença e as ações do justo incomodam e denunciam o opressor. Sua confiança, provações e humilhações prefiguram o sofrimento de Jesus.

O salmista reconhece a bondade do Senhor, que o socorre nos perigos e aflições.

A 2ª leitura sublinha que a vida trilhada conforme a sabedoria que vem do alto é pura, pacífica, conciliadora, cheia de misericórdia.

O evangelho apresenta o segundo anúncio da paixão, morte e ressurreição de Jesus, seguido por uma instrução aos discípulos, como ocorreu, também, no primeiro (8,31s). Enquanto atravessava a Galileia a caminho de Jerusalém, Jesus ensinava os discípulos: O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão e, morto, ressuscitará depois de três dias. Os discípulos não compreendiam essa palavra de Jesus, pois esperavam um Messias glorioso. No caminho, discutiam quem era o maior, uma vez que ainda não tinham entendido que Jesus é o Messias servidor. Em casa, com sua pedagogia e palavra, Jesus conduz a comunidade discípula a superar a ideologia do poder e da ambição. Sentado, na posição de Mestre, chamou os Doze, os que estavam mais intimamente ligados à sua missão e lhes disse: Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último e o servidor de todos. No caminho do seguimento a Jesus, que veio para servir e dar a própria vida (10,45), os discípulos aprendem a praticar suas palavras, que invertem os valores vigentes e mostram a verdadeira ordem das grandezas aos olhos de Deus. A imagem da criança, no meio dos discípulos e abraçada por Jesus, ensina a acolher os pequenos e indefesos, a resgatar a dignidade dos excluídos. A criança simboliza o acolhimento à Boa-Nova do Reino de Deus presente em Jesus (10,15).

Revista de Liturgia

É preciso voltar para os braços do Pai

Quando as coisas não acontecem exatamente como gostaríamos, precisamos voltar para os braços do Pai.

O impossível pode se realizar em nossa vida e o perdão dos pecados é algo maravilhoso, inexplicável que não damos a importância apropriada. Antes de iniciar a homilia, quero falar que o nosso Deus é um Deus de misericórdia que está sempre disposto a nos ouvir. Ele quer trazer a paz, a misericórdia, o perdão ao nosso coração.

A primeira leitura, nos diz de um modelo. Paulo, ao falar a Timóteo, fala sobre como deve ser uma pessoa que está à frente para pastorear um grupo e não porque sabe mais, mas porque alguém precisa ‘puxar’ o rebanho de Deus. Paulo fala que essa pessoa precisa ser responsável.

Ao ser ordenado, eu recebi a missão de pastorear as ovelhas de Deus, por isso eu celebro missa, atendo confissões, me gasto. Mas, parece que Timóteo estava passando por uma crise, porque percebeu que não estava sendo aquele modelo aos irmãos.

Paulo fez com que Timóteo chegasse à conclusão de que ele precisava ser fiel. Timóteo, talvez, tenha enfrentado situações que fizessem com que ele se sentisse cansado. Uma das situações é que ele poderia estar vivendo de uma forma solitária. Talvez, ele tenha experimentado a solidão de quem está à frente. O pastor, muitas vezes, sofre a solidão por não conseguir dividir com ninguém aquilo que vive.

Timóteo, no seu ser jovem, pode ter se achado inadequado para a missão que Deus lhe havia confiado. Quantas vezes nos perguntamos: ‘Senhor, será que sou capaz de fazer isso que me pedes?’

Nossa vida de oração é muito importante na missão, precisamos estar em intimidade com Deus, não sendo negligentes em nossa forma de rezar. Se não há intimidade, se não há participação na vida divina, corremos o risco de não ser aquilo que Deus sonha e planeja para nós. A vida de oração deve nos levar sempre pra frente e quando as coisas não acontecem exatamente como gostaríamos que acontecessem, precisamos voltar para Deus.

Diante de tudo isso, precisamos querer, do fundo do coração, voltar para este Deus que nos ama, que nos acolhe. Voltar para Deus é tocar no que é mais sagrado, é tocar no nosso íntimo. Timóteo esqueceu que tinha um amigo com quem poderia falar sobre tudo.

É preciso se alimentar da leitura e não é de qualquer livro que Paulo está falando, ele fala da Palavra de Deus. Além de se alimentar da Palavra, de querer exortar o povo, é preciso ensinar e muitas vezes, ensinamos mais com nosso testemunho.

Se acaso você se sentir solitário, inadequado, um pouco afastado de Deus, porque não tem rezado como Deus pede que você cresça na intimidade com Ele, é preciso ir à Palavra, se fortalecer com a Escritura.

No Evangelho de hoje, tivemos a oportunidade de ouvir uma passagem que precisa mexer com o nosso coração. A mulher do Evangelho era uma pecadora pública, todos sabiam os pecados que ela cometia e Jesus também, mas Ele está sempre disposto a perdoar, a devolver a paz. Jesus devolveu a paz àquela mulher e a fé dela, o desejo de mudança foi o que moveu o coração de Jesus para esta atitude. Aquela mulher muito amou e porque muito amou todos os seus pecados foram perdoados.

Padre Evandro Lima
Sacerdote da Comunidade Canção Nova