11 de Julho - Dia de São Bento, vida de oração e meditação

Abade vem de “Abbá”, que significa pai, e isto o santo de hoje bem soube ser do monaquismo ocidental. São Bento nasceu em Núrcia, próximo de Roma, em 480, numa nobre família que o enviou para estudar na Cidade Eterna, no período de decadência do Império.

Diante da decadência – também moral e espiritual – o jovem Bento abandonou todos os projetos humanos para se retirar nas montanhas da Úmbria, onde dedicou-se à vida de oração, meditação e aos diversos exercícios para a santidade. Depois de três anos numa retirada gruta, passou a atrair outros que se tornaram discípulos de Cristo pelos passos traçados por ele, que buscou nas Regras de São Pacômio e de São Basílio uma maneira ocidental e romana de vida monástica. Foi assim que nasceu o famoso mosteiro de Monte Cassino.

A Regra Beneditina, devido a sua eficácia de inspiração que formava cristãos santos por meio do seguimento dos ensinamentos de Jesus e da prática dos Mandamentos e conselhos evangélicos, logo encantou e dominou a Europa, principalmente com a máxima “Ora et labora”. Para São Bento a vida comunitária facilitaria a vivência da Regra, pois dela depende o total equilíbrio psicológico; desta maneira os inúmeros mosteiros, que enriqueceram o Cristianismo no Ocidente, tornaram-se faróis de evangelização, ciência, escolas de agricultura, entre outras, isso até mesmo depois de São Bento ter entrado no céu com 67 anos.


São Bento, rogai por nós!

15º Domingo do Tempo Comum

O Evangelho de Marcos situa-se no bloco 6,6b-8,26, no qual termina a primeira parte da obra do evangelista. Jesus, o Messias e Filho de Deus (1,1), enviado para proclamar a Boa Notícia do Reino de Deus (1,14-15), toma a iniciativa de convocar discípulos para participar de sua vida e missão (1,16-20; 13-14). Os “doze” representam a comunidade dos discípulos e discípulas, chamados a uma adesão radical a Jesus para ser missionários a serviço do seu Reino.

Os doze discípulos, chamados para viver em comunhão com Jesus, anunciar a Boa-Nova e expulsar os demônios (3,13-19), agora são enviados “dois a dois”, revestidos com a força do Espírito para libertar do mal (6,7). O apoio mútuo, e a vida fraterna em comunidade garantem o êxito da missão, iniciada por Jesus, ao expulsar um espírito impuro (cf. 1,21-28). Os discípulos são instruídos a “que não levassem nada pelo caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro à cintura; mas que calçassem sandálias e não usassem duas túnicas” (6,8-9).

O desprendimento, o espírito evangélico de pobreza, a confiança em Deus liberta para o serviço ao Reino na gratuidade. O cajado e as sandálias facilitam a viagem (cf. Ex 12,11), o longo caminho a ser percorrido. O acolhimento, a hospitalidade favorece o trabalho dos missionários, que costumavam “permanecer numa casa até a partida” (cf. 6,10), até a formação da comunidade. A urgência do anúncio leva a não parar no caminho, por causa dos que rejeitam a Boa-Nova de Jesus. O gesto simbólico de “sacudir a poeira dos pés” remete também ao momento do retorno dos israelitas ao país, após a visita a uma terra estrangeira.

Os discípulos compartilham a missão de Jesus, a proclamação do Reino de Deus através de palavras e ações. Eles “pregavam que era necessário converter-se, expulsavam muitos demônios e curavam muitos doentes, ungindo-os com óleo” (cf. 6,12-13). Como haviam acompanhado Jesus, que curava impondo as mãos (cf. 6,5), aprendem que a unção com óleo e a experiência da fé libertam a pessoa integralmente. Segundo Tiago (5,14), os doentes eram curados através da oração e da unção com óleo em nome do Senhor.

A leitura do profeta Amós apresenta a vocação como iniciativa dão amor de Deus. Amós, que era pastor e agricultor em Judá “vaqueiro e cultivador de sicômoros” (cf. 7,14), foi chamado por Deus para exercer o ministério no reino do Norte (Israel), no séc. VIII a.C. Amasias era o sacerdote encarregado do Santuário de Betel, lugar sagrado de culto e encontro com Deus (cf. Gn 35,1-8; Jz 20,26; 21,2).

Amós, conhecido como o “profeta da justiça social”, criticou a religião que era controlada pelo rei, e toda forma de injustiça e corrupção dos poderosos. Como verdadeiro profeta, enviado por Deus, anunciou a Palavra, impelindo o povo a voltar para o caminho da salvação. Amós entrou em conflito com Amasias, o sacerdote oficial que administrava o templo, aliados aos interesses do rei.

O Salmo 84 (85) é uma oração comunitária de súplica que manifesta a esperança na salvação e na restauração plena do povo. “Amor e fidelidade, justiça paz” são os alicerces que proporcionam a verdadeira renovação. O Senhor acompanha a história, sustentado o povo na difícil missão de reconstituir o país na volta do exílio.

A leitura da carta aos Efésios é um hino litúrgico que começa com uma exclamação de louvor “bendito seja”, fórmula comum em orações (cf. Tb 13,1; 1Pd 1,3). Bendize e louva ao Pai, glorificado por tudo o que fez por seu povo em Cristo e por Cristo. O projeto salvífico do Pai foi manifestado plenamente através do Filho Jesus e continua agindo no mundo pela ação do Espírito Santo.

Deus, em seu grande amor, nos escolhe desde a eternidade para sermos filhos (1,3-6). Seu desígnio salvífico, na plenitude dos tempos, realizou-se na vida e entrega de Cristo que nos redimiu, oferecendo–nos a graça par trilharmos o caminho da vida nova (1,7-12). A salvação torna-se uma realidade presente por meio do Espírito Santo da herança futura (1,13-14).


Diocese de Limeira

14º Domingo do Tempo Comum

O Evangelho de Marcos apresenta o episódio da vinda Jesus a Nazaré, sua pátria, onde a incredulidade contrasta com a fé expressa nos milagres anteriores, com o reconhecimento de seu poder de ressuscitar até os mortos (4,35-5,43). Nazaré era uma aldeia da Galileia (1,9), pequena e insignificante (Jo 1,46). O ensino de Jesus a serviço da vida plena é acolhido por muitas pessoas, mas também rejeitado por outras.

Ao chegar o “sábado”, Jesus começou a ensinar na sinagoga. Suas palavras suscitam admiração nos ouvintes: “De onde lhe vem isso? Que sabedoria é esta que lhe foi dada? E esses milagres realizados por suas mãos?” (6,2). Em 1,21-28, os que haviam escutado a Palavra de Jesus, acompanhada da ação libertadora em favo da pessoa com espírito impuro, reconhecem o ensinamento novo de Jesus. Em 3,1-6, os grupos dominantes começam a tramar a morte de Jesus, após a cura da pessoa com a mão paralisada, na sinagoga, em dia de sábado.

O ensino de Jesus revela que Ele é o Messias Servo, enviado pelo Pai para oferecer a vida em plenitude. Muitas pessoas não reconhecem a presença de Deus no “carpinteiro, o filho de Maria“ (6,3), pois esperavam um Messias poderoso, triunfalista. Jesus afirma que “um profeta só não é valorizado na sua própria terra” (6,4). A consequência da atuação de Jesus é a mesma dos profetas perseguidos e mortos (Cf. Mt 23,29-36). A falta de acolhimento a Jesus, Cristo e Filho de Deus, prefigura sua rejeição extrema que culminará na cruz. Crer é a condição para pertencer à nova família de Jesus, à nova comunidade formada ao redor d’Ele e de sua Palavra e ação.

Por causa do ambiente geral de rejeição e incredulidade, Jesus realizou apenas alguns milagres de cura. A incompreensão dificulta o reconhecimento dos sinais de salvação realizados por Jesus, o filho de Maria, o trabalhador que cresceu em Nazaré junto com familiares, amigos e conhecidos. A adesão a Jesus proporciona a cura, a descoberta da novidade radical do Reino de Deus que Ele anunciava. “Jesus se admirava da incredulidade deles” (6,6), mas continuava proclamando a Boa-Nova do Reino nos povoados da região.

A leitura do profeta Ezequiel é parte da missão que Deus confia ao profeta em 2,1-3,15. Ezequiel está “caído no chão” (Cf. 1,28), prostrado como o povo exilado na Babilônia. Porém, ele se deixa mover pelo Espírito do Senhor, que o coloca em pé, em atitude de prontidão. Assim, ele ouve a voz de Deus que toma a iniciativa do chamado e o e o envia a anunciar sua Palavra aos israelitas.

Ezequiel, como outrora Jeremias (Cf. Jr 7,24), recebe a missão de falar em nome de Deus a um povo rebelde. O êxito é garantido pela força da Palavra do Senhor que, mesmo rejeitada, realiza o objetivo: “Quer te escutem, quer não – saibam que houve um profeta entre eles” (2,5). Deus não abandona o povo, não obstante suas infidelidades. Ao longo da história Ele envia profetas para conduzi-lo no caminho da aliança.

O Salmo 122 (123) é uma súplica confiante que convida a “levantar os olhos” para o Senhor em meio às aflições, ao desprezo e às humilhações. Como os romeiros, o salmista mantém os olhos fixos em Deus enquanto caminha e espera a salvação diante dos poderosos e opressores.

A leitura da Segunda Carta aos Coríntios integra a última parte da carta (10,1-13,10), que ressalta a força de Deus manifestada na fraqueza, como na cruz de Cristo. O “espinho na carne” (12,7) recorda especialmente o sofrimento de Paulo em meio às adversidades enfrentadas na evangelização. Assim, ele testemunha a força da ressurreição do Senhor através das fadigas do apostolado.

“Por causa de Cristo”, Paulo sofreu humilhações, necessidades perseguições, angústias. O caminho de identificação com Jesus leva a reconhecer que “quando somos fracos, então é que somos fortes”. O êxito da missão é assegurado pela confiança no Senhor: “Basta-te a minha graça, pois é na fraqueza que a força manifesta todo o seu poder” (12,9). A presença do Senhor fortalece o ministério apostólico de Paulo, como outrora o de Jeremias (cf. Jr 15,20-21).

Diocese de Limeira

Solenidade de São Pedro e São Paulo, Apóstolos

O Evangelho de Mateus situa-se em uma parte maior (13,53-18,35), que culmina com o discurso eclesiológico de Jesus sobre a comunidade de seus seguidores e seguidoras. Após o relato da profissão de fé de Pedro (16,13-20), segue-se o anúncio da morte e ressurreição de Cristo, o Messias Servo, e a expressão feita aos discípulos para segui-lo no caminho até a cruz (16,21-28).

Jesus pergunta aos discípulos a opinião do povo e deles mesmos a respeito de sua identidade. A atuação libertadora de Jesus faz o povo lembrar grandes profetas do passado. Havia a esperança do retorno de Elias como precursor do Messias (cf. Ml 3,23-24). Herodes Antipas associou a missão de Jesus a João Batista ressuscitado dos mortos (14,2). Jeremias, o profeta sofredor por excelência, aponta para a paixão de Jesus. Revelado no batismo como o Filho amado do Pai, Jesus “cumpre toda a justiça” (3,15), realizando as expectativas proféticas.

Os discípulos, que haviam acompanhado o ministério de Jesus, são interpelados a responder à questão essencial que os identifica no caminho do seguimento: “E vós, dizeis que eu sou? ” (cf. 16,15). A resposta de Pedro, dada em nome dos discípulos, expressa a adesão existencial a Jesus como “o Cristo, o Filho do Deus vivo” (16,16). O termo hebraico “Messias” é traduzido para o grego como “Christos”, ambas as palavras significam Ungido.

Na profissão de Pedro, ressoa a fé da comunidade cristã primitiva que, iluminada pela ressurreição de Jesus e inspirada pela ação do Espírito Santo, testemunha Jesus como o Cristo e Filho de Deus (cf. 1,1.16; 3,17; 14,33; 27,54). A experiência de adesão leva a reconhecer que Jesus é  Ungido de Deus, Messias Servo que manifesta a Boa Noticia do Reino aos oprimidos (115; cf. Is 61,1). A comunidade experimenta Jesus “vivo” em seu meio como o Emanuel, o Deus conosco (cf. 1,23; 28,20; cf. 18,20).

Os que reconhecem e testemunham a verdadeira identidade de Cristo, como Pedro, são felizes, bem-aventurados. Pedro, como pedra, deve ser fundamento para a comunidade eclesial, que está se formando ao redor de Jesus e de sua Palavra e ação. O termo gregoEkklesia, “Igreja”, ocorre em 16,18 e 18,17 e designa especialmente “assembléia do povo de Deus”.

As forças opostas ao Reino de Deus não prevalecerão contra a comunidade, construída sobre a pedra angular, que é Cristo. A “administração das chaves do Reino dos Céus” (16,19) realça o compromisso a serviço do projeto de Deus: cooperar no crescimento do Reino de Deus, instaurado por Jesus, é missão confiada a Pedro e a toda a comunidade cristã (18,18).

A leitura dos Atos dos Apóstolos refere-se ao episódio da prisão e libertação de Pedro. As perseguições, por causa da Boa-Nova do reino de Deus, começaram com Jesus e agora continuam na vida de seus perseguidores. Estamos por volta do ano 44, quando Tiago, filho de Zebedeu, que pertencia ao grupo dos doze apóstolos, foi morto por ordem de Herodes Agripa I, neto do famoso Herodes, o Grande.

Pedro é aprisionado na proximidade da Páscoa (12,1-4), revivendo o destino de Jesus (cf. Lc 22,1). Ele “estava dormindo”, quando o anjo “o despertou” (12,6-7). Esses verbos remetem especialmente à morte e ressurreição de Jesus. A Ação de Deus, manifestada na Páscoa de Jesus, liberta Pedro por meio do “anjo” como libertou os israelitas do Egito. Enquanto Pedro era libertado, a comunidade estava reunida em oração (12,5-12).

O Salmo 33(34) é uma oração pessoal de ação de graças ao Senhor que liberta aqueles que buscam o refugio em sua bondade. O “anjo do Senhor acampa ao redor dos que o temem”, comprometidos com seu projeto de justiça e vida plena para todos.
A leitura da Segunda Carta a Timóteo apresenta o ensinamento e o testemunho de Paulo, como um testamento deixado às comunidades cristãs. Ele realizou o ministério com fidelidade: “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé” (4,7). Por isso, aguarda com confiança o encontro definitivo com o Senhor. A entrega total de sua vida é comparada com as libações, onde se derramavam vinho, água ou azeite sobre as vítimas (cf. Fl 2,17).

Paulo em meio aos sofrimentos e às perseguições experimentou o abandono de todos, como Jesus na horta da paixão (cf. Mt 26,31.56). No entanto cheio de confiança no Senhor, ele completou a isso entre os gentios em circunstâncias adversas: “a Palavra tinha de ser ouvida por todas as nações” (cf. 4,17). A esperança tornou-se motivo de alegria e consolo diante das tribulações por causa do Evangelho.


Diocese de Limeira

12º Domingo do Tempo Comum

O Evangelho de Marcos narra o episódio da tempestade acalmada. O ensino em parábolas (cf. 4, 1-34) é seguido de quatro narrativas de milagres: a tempestade acalmada (cf, 4,35-41), o endemoninhado da região dos gerasenos (cf. 5,1-20), a cura da mulher com hemorragia e a ressurreição da filha de Jairo (cf. 5,21-43). Jesus, depois de ensinar através da Palavra, ensina por meio de ações salvíficas, sendo chamado pelos discípulos de “Mestre” (4,38).

“Essas ações de Jesus se sucedem no decorrer de alguma viagem: para ir à região dos gerasenos é necessário atravessar o lago e, durante a travessia desencadeia-se a tempestade; do outro lado, em terra pagã, Jesus cura o endemoninhado e volta para o território judeu. Jairo pede a Jesus que vá curar sua filha; no trajeto dá-se a cura da que sofria de hemorragia e, chegando à casa de Jairo, Jesus ressuscita a menina” (Cf. Delmore Jean. Leitura do Evangelho segundo Marcos, p.62). O sentido pleno dos milagres é descoberto à luz da ressurreição de Cristo, de sua vitória sobre a morte.

A narrativa da tempestade acalmada começa com o convite de Jesus dirigido aos discípulos ao cair da tarde: “Passemos para a outra margem!” (4,35). Depois de serem instruídos de forma particular por Jesus (cf. 4,34), os discípulos são impelidos a fazer a travessia com ele, que permanece no barco “do modo como estava”. Quando dirigiu o ensino em parábolas (4,1-2). Enquanto atravessavam o lago Tiberíades, “veio, então, uma ventania tão forte que as ondas se jogavam dentro do barco; e este se enchia de água” (4,37).

Conforme a mentalidade da época, o mar era o lugar onde surgiam as forças caóticas e os poderes promotores do mal (Cf. Dn 7). Os discípulos, ameaçados pelas adversidades, procuram Jesus: “Mestre, não te importa que estejamos perecendo?” Jesus “se levantou e repreendeu o vento e o mar: Silêncio! Cala-te!” (4,39). Em 1,25, Jesus liberta a pessoa do espírito impuro, dizendo: “Cala-te, sai dele!”. Seus seguidores são exortados a confiar em sua presença salvífica: “Ainda não tendes fé?” (4,40). A confiança na vitória de Cristo sobre a morte pela ressurreição garante a eficácia da missão dos discípulos.

A experiência da fé leva os discípulos a descobrir progressivamente quem é Jesus, seu poder de salvação sobre as forças opostas ao projeto de Deus. A pergunta: “quem é este, a quem obedecem até o vento e o mar?” (4,41) já contém uma profissão de fé implícita em Jesus, o Filho de Deus. O reconhecimento da identidade de Jesus conduzirá à libertação plena do medo.

Em 1,27, o povo também dizia: “Quem é este?”, diante da libertação da pessoa do espírito impuro. As obras realizadas por Jesus, como controlar o vento e o mar, eram atribuídas a Deus (cf. Sl 107, 23-32). Jesus liberta os discípulos dos fenômenos cósmicos, das forças caóticas, assim como libertou a pessoa escravizada.

A leitura do livro de Jó, em sua última parte (38,1-42,6), ressalta a experiência do encontro com Deus, que dá sentido à existência do ser humano: “Eu te conhecia só por ouvir dizer, mas agora, vejo-te com meus próprios olhos” (42,5). O caminho da Palavra conduziu Jó ao encontro com o Senhor da vida. O texto de hoje começa dizendo que “Então, o Senhor, do meio de a tempestade, respondeu a Jó” (38,1), revelando a eficácia de sua Palavra que domina as forças do mal e do caos.

A tempestade remete às “teofanias”, à maneira de Deus manifestar sua presença de salvação (Cf.  Sl 18, 8-16; 50,3; Na 1,3; Ez 1,4; Ex 13,22; 19,16). O Senhor manifesta sua presença de salvação, que ilumina o povo ao longo da história. Depois de colocar os fundamentos da terra (38, 4-7), Deus controla o mar, “Eu o demarquei com meus limites” (38,10). Sua Palavra criadora organiza e conduz o universo com sabedoria.

O Salmo 106 (107) é um hino de ação de graças ao Senhor por seu amor, suas maravilhas manifestadas em favor do ser humano. O Deus, que ouviu o clamor e “transformou a tempestade em brisa suave” revelou-se plenamente em Cristo acalmando a tempestade, vencendo as forças que geram o mal.

A leitura da segunda carta aos Coríntios apresenta o amor de Cristo, revelado em sua morte na cruz, como o fundamento do ministério apostólico. “O amor de Cristo nos impele” (5,14), levando-nos a uma vida nova. “Cristo morreu por todos, para que não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (5,15). Sua entrega nos impele a permanecer em comunhão com Ele e seu projeto (Cf. 1Ts 5,10). Paulo, após o encontro com o Ressuscitado no caminho de Damasco, afirma: “Já não sou eu que vivo é Cristo que vive em mim“ (Gl 2,20).

A adesão a Cristo implica em testemunhar a nova humanidade: “Se alguém está em Cristo, é criatura nova. O que era antigo passou, agora tudo é novo” (5,17). A nova criação revelou-se na Páscoa de Cristo, mediante a qual Deus reconciliou o mundo (5,18-21). Assim, somos chamados a anunciar o amor reconciliador, que brota do encontro com Jesus, o Crucificado e Ressuscitado. O novo modelo de viver em Cristo leva a construir uma ordem social verdadeiramente justa e redimida.


Diocese de Limeira