Nosso Deus é vitorioso!

Nós não somos de esmorecer, porque temos um Deus que nos amou e Ele é vitorioso! Temos confiança plena no amor que o Altíssimo tem por nós.

“Irmãos, se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Romanos 8,31b).

Hoje nós tomamos posse dessa verdade maravilhosa da Palavra de Deus! Se o Senhor está ao nosso lado, se Ele está a nosso favor, se Ele é a nossa proteção, o nosso refúgio, o nosso socorro, se é no Senhor em quem nós colocamos a nossa confiança, quem é, meus irmãos, que poderá tirar nossa vida?

Quem é que poderá nos separar deste amor maravilhoso que Deus tem por nós? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo e a espada farão isso? Serão os sofrimentos e a falta de amor ao próximo? Será a crise financeira? As decepções da vida? Serão as mágoas, os ressentimentos, o rancor? Não, meus irmãos, nada disso poderá nos separar do amor maravilhoso, que Deus tem por nós, manifestado na cruz de Jesus.

Uma vez que o Sangue de Cristo nos conquistou, uma vez que esse amor maravilhoso foi derramado em nossos corações, nós não podemos nos entregar à fraqueza, de modo a nos sentirmos vencidos, porque o Senhor, por nós, já é vencedor.

Claro que não quero ninguém se iludindo, e Deus não quer ninguém se iludindo, achando que nós não passaremos por aflições, tribulações e dificuldades. A verdade é que passamos por tudo isso, e, algumas vezes, até de forma dobrada, triplicada! Mas nenhuma dessas dificuldades é maior do que o amor de Deus por cada um de nós!

O amor de Deus Pai é maior do que qualquer dor, sofrimento e decepção! Sim, porque, muitas vezes, somos tomados por decepções que nos arrasam e tiram nossa força de viver; e chegamos até a ficar magoados com Deus. Nós nos decepcionamos uns com os outros, nós nos magoamos uns aos outros. Mas nenhuma situação, nem mesmo os nossos pecados ou as nossas fraquezas, quando as entregamos para o Senhor, nem eles podem ser maiores do que o amor que Deus tem por nós.

É por isso que não vamos esmorecer diante de notícias negativas, diante de coisas que vêm contra nós, contra a nossa fé, nossa casa, nossa família! Nós não somos de esmorecer, porque temos um Deus que nos amou e Ele é vitorioso! Temos confiança plena no amor que o Altíssimo tem por nós.

Deus abençoe você!


Padre Roger Araújo

Homens, sejam como São José!

Hoje a Palavra de Deus fala especialmente aos homens. Ela conta o que São José viveu com sua família.

Nós homens, quando vamos viajar, gostamos de nos programar, organizar toda a viagem, mas com José não foi assim. Ele foi acordado no meio da noite pelo anjo, que apareceu a ele em sonho, para lhe dizer que ele teria de se levantar e fugir para o Egito com sua família, pois Herodes queria matar todas as crianças daquela região.

São José não teve tempo de se preparar, ele levantou-se de noite e com sua esposa e seu filho e partiu para o Egito e lá permaneceu até a morte de Herodes. Entendam que esse homem [Herodes] é como se fosse o próprio demônio, cujo desejo é destruir nossas famílias.

E no versículo 18 está escrito: “Ouviu-se um grito em Ramá, choro e grande lamento: é Raquel que chora seus filhos, e não quer ser consolada, porque eles não existem mais.”

Hoje, não é mais o choro de Raquel que nós ouvimos, mas o de Maria. Nossa Senhora derrama lágrimas de sangue por cada família que não existe mais.

Quero dizer a você que é pai de família e homem de Deus: nós vivemos o que José viveu na fuga para o Egito, uma luta contra a destruição da nossa família. E hoje, há uma carência muito grande de homens que sejam como o pai adotivo de Jesus, que se levantem para proteger suas famílias.

Nós homens temos o dom e o dever de cuidar do presente que Deus nos deu: a nossa família. Aquela mulher que, um dia, subiu ao altar com você é um dom para sua vida. Os filhos são dons de Deus, presentes d’Ele para você, e a Igreja também ensina que é nosso dever protegê-los.

Se José não tivesse a consciência de que era dever dele proteger a Virgem Maria e o Menino Jesus, ele não teria acatado o pedido do anjo. Ele sabia que precisava cuidar dos dois.

A Igreja também ensina que nós homens devemos viver uma amizade com nossas esposas, cuidar delas como se estivéssemos cuidando do nosso próprio corpo. Tratá-las com ternura e gestos concretos de amor.

Nós precisamos ser homens como São José. Que o Espírito Santo levante muitos homens no dia de hoje, para que saiam desse comodismo e desse orgulho que os têm levado à perdição. Que todos tenham coragem de chegar para suas esposas com um presente, ou de coração sincero, e lhes dizer que elas são importantes e especiais, e lhes pedir perdão.

Homens, o diabo quer destruir nossas famílias! Acordem, peguem suas famílias e saiam das garras do demônio, do pecado! Deus lhes deu um dom, mas também o dever de cuidar dessa família. Cuidar não é só trabalhar, mas também ser de Deus, ser exemplo de amor para seus filhos.

A maior alegria que você pode dar ao seu filho é tratar sua esposa com amor na frente dele. Beije a sua esposa na frente do seu filho, pegue na mão dela, ame-a do jeito que ela é. Isso é casamento. Pare de exigir uma mulher perfeita! Pegue sua família e leve-a para Deus.

Levantem-se, "Josés"! Suas famílias estão sendo perseguidas, correndo o risco de ser destruídas! Que o Espírito Santo possa levantar cada homem para que ele diga: “A minha família não vai ser destruída! Eu vou fugir do pecado, vou levar minha família para o céu, eu agora sou um José!” Contem com a intercessão de São José e comecem, hoje, a amar e a cuidar de suas famílias.

Vou terminar contando uma história. Havia uma carpintaria e lá tinha a assembleia das ferramentas. O martelo queria ser líder desta assembleia, mas disseram que ele não poderia, porque era muito duro, grosso, vivia golpeando e machucando os demais. Então, ele disse que já que não podia, também não queria que o parafuso fosse o líder, porque ele daria muitas voltas e não chegaria a lugar nenhum. O parafuso aceitou, mas disse que a lixa também não podia ser líder, porque ela era áspera e vivia causando atrito. A lixa concordou, mas falou que a trena também não seria, porque ela media todo mundo e achava que só ela era perfeita. E ficou aquela discussão. Aí, chegou o carpinteiro. Ele pegou o martelo, o parafuso, a lixa e a trena; e fez um lindo móvel. Depois que terminou, colocou os objetos de lado e saiu. Então, o serrote, que viu tudo de um canto, afirmou: “Vocês ficam aí, olhando só os defeitos uns dos outros, o carpinteiro veio aqui e pegou o que cada um tem de melhor, para fazer esse lindo móvel.”

O "Carpinteiro de Nazaré", que é Jesus Cristo, hoje apresenta o carpinteiro José, que pode ajudá-lo. Peça a intercessão dele, peça para ser ferramenta nas mãos de Deus, para que Ele use os seus talentos.

Você é um homem bom, só está desorientado. Volta para casa e para sua família! Deixe esse pecado de lado, peça perdão, recomece, pare de brigar, dialogue com sua esposa, ame-a na frente dos filhos, cuide do que Deus lhe deu.

Que hoje se levante uma geração de homens como São José, homens de Deus, virtuosos, corajosos, que fogem do pecado e da tentação; e que vão para o "Egito" de hoje, isto é, para a Igreja, que é lugar de refúgio, e que levem suas famílias consigo.

Alexandre Oliveira

Membro da Comunidade Canção Nova

Fecundidade

"Deus disse: 'Façamos o ser humano à nossa imagem e segundo nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos, todos os animais selvagens e todos os animais que se movem pelo chão'. Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou. Homem e mulher ele os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: 'Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a! Dominai sobre os peixes do mar, as aves do céu e todos os animais que se movem pelo chão'. Deus disse: 'Eis que vos dou, sobre toda a terra, todas as plantas que dão semente e todas as árvores que produzem seu fruto com sua semente, para vos servirem de alimento. E a todos os animais da terra, a todas as aves do céu e a todos os animais que se movem pelo chão, eu lhes dou todos os vegetais para alimento'... E Deus viu tudo quanto havia feito, e era muito bom" (Gn 1, 26-30).

Fecunda há de ser a vida humana nesta terra, fecunda, esperamos, seja a própria terra, portadora de vida e de alegria. Grávidas de realização e felicidade sejam todas as nossas atitudes e nossos gestos.

E por que muitas vezes nossos atos carecem da desejada fecundidade, com a qual esperávamos frutos e consequências para o nosso bem e o bem dos outros? A esterilidade de palavras e ações nos assusta e, ao mesmo tempo, nos provoca. Parece que não aprendemos com a própria terra, cujo húmus é matéria orgânica depositada no solo, resultante de decomposição de animais e plantas com a consequente liberação de nutrientes. Só pelo caminho da humildade se desencadeia o processo para a multiplicação de frutos na vida humana, tanto que a corrida desleal entre as pessoas ou grupos, quando se atropelam mutuamente, suscita a terrível sensação de tristeza e falta de sentido, infelizmente comum entre nós.

Quando nos deparamos com a Sagrada Escritura, não é difícil perceber que ela pretende nos persuadir do bem da humildade e nos afastar do mal do orgulho. Jesus pronunciou estas palavras: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos" (Mt 11,25). Ele próprio não se apegou ao ser igual a Deus, mas despojou-se, assumindo a forma de escravo e tornando-se semelhante ao ser humano. Humilhou-se, fazendo-se obediente até a morte – e morte de cruz! Por isso, Deus O exaltou acima de tudo e Lhe deu o Nome, que está acima de todo nome, para que, ao Nome de Jesus todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor (Cf. Fl 2, 6-11). E São Paulo introduz este belíssimo hino com palavras fortes: "Haja entre vós o mesmo sentir e pensar que no Cristo Jesus" (Fl 2,5).

Na Parábola do Fariseu e do Publicano, o Senhor nos abre a compreensão dos frutos da humildade e da simplicidade de vida, expressos nada menos do que na vida e na oração de um pecador público, traidor de seus irmãos. No entanto, justamente pelo caminho do reconhecimento da própria fraqueza é que nasce a experiência da felicidade experimentada (Cf. Lc 18, 9-14). A virtude da humildade se expressa na verdade do confronto entre o ser humano, com suas fragilidades e limites, colocado diante do próprio Deus, que não o esmaga nem o destrói, mas o eleva. A iniciativa do amor vem de Deus, que dá o primeiro passo, ao criar-nos e enviar Seu Filho para nossa salvação. Deus não exige primeiro, mas se entrega e assim provoca a resposta.

Diante de Deus, a sinceridade da oração suscitará, em primeiro lugar, a gratidão e o reconhecimento pelas Suas obras. Olhar ao nosso redor para perceber que recebemos muito mais do que merecemos ou pedimos. Depois, ao confrontar-se com Deus, cada pessoa descobrirá a distância entre o que recebeu e o que efetivamente correspondeu! O publicano da parábola evangélica "ficou à distância e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: Meu Deus, tem compaixão de mim, que sou pecador!" (Lc 18, 13).

Mas a humildade não para no reconhecimento das limitações. Quem se reconhece pequeno diante de Deus dá logo o salto para a gratidão! "A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque ele olhou para a humildade de sua serva. Todas as gerações, de agora em diante, me chamarão feliz" (Lc 1,47-48). O humilde é agradecido, livre, não cultiva traumas ou complexos, mas se eleva pela capacidade de louvar e agradecer!

Diante do próximo, a humildade é capaz de admirar, sem ciúme ou inveja, o bem que existe no outro. Antes, é capaz de superar a percepção de seus erros e limites, aprende a defender e ajudar as pessoas a crescerem. Vale a recomendação da Carta aos Hebreus: "Estejamos atentos uns aos outros, para nos incentivar ao amor fraterno e às boas obras. Não abandonemos as nossas assembleias, como alguns costumam fazer. Antes, procuremos animar-nos mutuamente – tanto mais que vedes o dia aproximar-se" (Hb 10, 24-25). Chega-se inclusive a gestos verdadeiramente fecundos: "Nada façais por ambição ou vanglória, mas, com humildade, cada um considere os outros como superiores a si e não cuide somente do que é seu, mas também do que é dos outros" (Fl 2, 3-14).

A prática da humildade pede que não sejamos maiores nem menores do que somos, mas do tamanho que somos! Vale a recomendação da Escritura: "Na medida em que fores grande, humilha-te em tudo e assim encontrarás graça diante de Deus. Muitos são altaneiros e ilustres, mas é aos humildes que ele revela seus mistérios. Pois grande é o poder só de Deus, e pelos humildes ele é honrado. Não procures o que é mais alto do que tu nem investigues o que é mais forte; pensa sempre no que Deus te ordenou e não sejas curioso acerca de suas muitas obras" (Eclo 3, 20-22). Só a prática cotidiana da escuta de Deus e o discernimento de sua vontade nos conduzirá a tal equilíbrio! Para tanto, há que suplicar: "Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar o que ordenais para conseguirmos o que prometeis".

Dom Alberto Taveira Corrêa

Arcebispo de Belém - PA

30º Domingo do Tempo Comum

Na 1ª leitura, Deus é um juiz justo, que não faz acepção de pessoas e ouve sempre a oração de seus prediletos, representados aqui pelo pobre, órfão e viúva.

A 2ª leitura apresenta o testemunho de Paulo, no fim de sua missão apostólica: Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé.

No Evangelho, a parábola do fariseu e do publicano é uma lição exemplar, para os que confiam na própria justiça e desprezam os outros. As pessoas subiam ao templo para as orações e as oferendas, que começavam com a ação de graças pelos benefícios recebidos de Deus. Mas o fariseu, seguidor rigoroso da Lei, agradece sua própria bondade e espera a salvação como recompensa pelas obras realizadas. Revela também uma atitude de juiz diante do publicano, direito reservado a Deus. O publicano, desprezado por ser cobrador de impostos para o império romano, reconhece a necessidade da misericórdia de Deus. Bate no peito em sinal de arrependimento e conversão e implora a compaixão de Deus. Sua oração autêntica mostra que o sacrifício agradável a Deus é um coração contrito, renovado pela graça. Jesus, que veio manifestar o rosto misericordioso do Pai aos pequenos e excluídos, declara: Este último voltou para casa justificado, pois quem se humilha será exaltado.


Revista de Liturgia

29º Domingo do Tempo Comum

A 1ª leitura mostra que Deus liberta o povo através da ação humana. Enquanto Moisés mantinha as mãos levantadas, implorando o auxílio divino, os hebreus superavam os obstáculos da caminhada pelo deserto.

A 2ª leitura ensina a buscar o sustento da fé na fonte da verdade, que é a palavra de Deus na Escritura Sagrada.

A parábola do juiz e da viúva é introduzida com o apelo para orar sempre, sem jamais esmorecer. A viúva indefesa denuncia o adversário injusto e persevera na busca por justiça. Sua figura iluminava a missão das comunidades primitivas, diante da realidade hostil e opressora. O juiz não temia a Deus, nem respeitava o ser humano. Assim, deixava de socorrer o oprimido, de fazer justiça ao órfão, de defender a viúva. Mas, diante da insistência da pobre viúva, fez-lhe justiça. A atitude do juiz iníquo ilustra o ensinamento de Jesus: E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite clamam por ele? O Senhor, título atribuído a Jesus após a ressurreição, consola os discípulos com a certeza que Deus fará justiça bem depressa, pois ele é rico em misericórdia. O Pai escuta o clamor dos filhos oprimidos e torna-se seu Defensor e Libertador. O exemplo de Cristo, o Filho do Homem glorificado por sua fidelidade ao plano de salvação, anima seus seguidores a permanecer vigilantes na fé e oração, fiéis ao seu projeto até a sua vinda.

Revista de Liturgia

Ser grato é ser fraterno

Convivemos, dentro do clima da pós-modenidade, com a esfera do individualismo e com o sistema de egocentrismo muito aguçado, que têm como fonte de sustentação o mito do bem-estar. Isso vem acontecendo na realidade de endeusamento e idolatria do mercado e do consumo, dificultando a essencial prática da gratidão.

Temos muitos gestos evidentes de gratidão. Um deles está nos presentes que oferecemos aos amigos em diversas ocasiões. Mas não basta somente isso se não valorizamos a pessoa na sua identidade, reconhecendo nela o bem que faz, sendo até merecedora do gesto de gratidão. Agradecer é confiar sem ficar exigindo troca.

Às vezes agradecemos um estrangeiro com mais frequência e facilidade do que a quem está sempre conosco. Na convivência achamos ser um direito o que o outro faz por nós e não nos preocupamos com o ato da gratidão. Isso pode ter a conotação de não valorizar o que recebemos de quem convive conosco todo dia.

A Bíblia fala de dez leprosos que ficaram curados (cf. Lc 17,11-19). Apenas um, que era estrangeiro, voltou para agradecer. Isso foi causa de crítica de Jesus, porque demonstraram atitude de ingratidão, de fechamento em si mesmos. Podemos até concluir que a ingratidão coincide um pouco com a injustiça e o não reconhecimento do valor de quem nos faz o bem.

Louvor, graça, gratidão, gratuidade e agradecimento são palavras-chave, que ajudam no relacionamento comunitário. Há o perigo de sermos mais propensos a pedir do que a agradecer. Pior ainda é quando queremos levar vantagem em tudo, tendo atitude de exploração e de injustiça com o outro. Ser grato é ser fraterno e capaz de ajudar na boa convivência.

Dom Paulo Mendes Peixoto

Arcebispo de Uberaba (MG)

Papa Francisco consagra o mundo à Virgem Maria

Papa Francisco realizou neste domingo, 13, o Ato de Consagração do mundo à Virgem Maria. Diante da imagem de Nossa Senhora de Fátima, a mesma da Capelinha das Aparições, o Santo Padre confiou à Maria a humanidade “afligida pelo mal e ferida pelo pecado”.

A consagração aconteceu após o discurso do Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella, e fez parte das atividades da Jornada Mariana, que começou ontem, 12.

A Imagem venerada na Capelinha das Aparições esteve pela terceira vez no Vaticano e retornou a Portugal logo após a Missa. Papa Francisco repetiu o gesto realizado por João Paulo II em 13 de maio de 1982.

Ato de Consagração do mundo à Virgem Maria

“Beata Maria Virgem de Fátima,
com renovada gratidão pela tua presença materna
unimos a nossa voz àquela de todas as gerações
que te chamam beata.

Celebramos em ti as grandes obras de Deus,
que jamais se cansa de prostrar-se com misericórdia
sobre a humanidade, afligida pelo mal e ferida pelo pecado,
para curá-la e para salvá-la.

Acolhe com benevolência de Mãe
O ato de consagração que hoje fazemos com confiança,
diante desta tua imagem tão querida a nós.

Estamos certos de que cada um de nós é precioso aos teus olhos
e que nada é a ti estranho de tudo aquilo que habita em nossos corações.

Nos deixamos alcançar pelo teu dulcíssimo olhar
e recebemos o afago consolador do teu sorriso.

Protege a nossa vida entre os teus braços:
abençoa e reforça todo desejo de bem;
reaviva e alimenta a fé;
ampara e ilumina a esperança;
suscita e anima a caridade;
guia todos nós no caminho da santidade.

Ensina-nos o teu mesmo amor de predileção
Pelos pequenos e pelos pobres,
pelos excluídos e os sofredores,
pelos pecadores e os dispersos de coração:
reúne todos sob tua proteção
e os entrega ao teu Filho amado, o Senhor nosso Jesus.


Amém.

13 de Outubro: 6ª Aparição de Nossa Senhora

Debaixo de uma forte chuva e cercados por uma multidão de mais de 70 mil pessoas, a Cova da Iria tornou-se palco do mais belo espetáculo atmosférico, jamais visto até hoje.

“Quero dizer-te que façam aqui uma capela em Minha honra, que sou a Senhora do Rosário, que continuem sempre a rezar o terço todos os dias. A guerra vai acabar e os militares voltarão em breve para suas casas.

- Eu tinha muitas coisas para Lhe pedir: se curava uns doentes, se convertia uns pecadores, etc. Uns, sim: outros, não. É preciso que se emendem, que peçam perdão dos seus pecados. E tomando um aspecto mais triste: Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor, que já está muito ofendido.”

E abrindo as mãos, fê-las refletir o sol, prometido três meses antes, como prova da verdade das aparições de Fátima. Pára a chuva e o sol por três vezes gira sobre si mesmo lançando para todos os lados feixes de luz e de várias cores. Parece a dada altura desprender-se do firmamento e cair sobre a multidão. Após dez minutos de prodígio, tomou o sol o seu estado normal. Entretanto, os Pastorinhos eram favorecidos com outras aparições.

Desaparecida Nossa Senhora na imensa distância do firmamento, vimos ao lado do sol, São José com o Menino e Nossa Senhora vestida de branco, com um manto azul. São José com o Menino parecia abençoar o Mundo, com um gesto que fazia com a mão em forma de cruz. Pouco depois, desvanecida esta aparição, vi Nosso Senhor e Nossa Senhora que me dava a idéia de ser Nossa Senhora das Dores. Nosso Senhor parecia abençoar o Mundo da mesma forma que São José. Desvaneceu-se esta aparição e pareceu-me ver ainda Nossa Senhora em forma semelhante a Nossa Senhora do Carmo.


Memórias da Irmã Lúcia

28º Domingo do Tempo Comum

A 1ª leitura descreve a cura do general sírio Naamã e ressalta que a salvação é dom de Deus, oferecido a todas as pessoas. O estrangeiro Naamã expressa a adesão total ao verdadeiro Deus, fonte da vida, colocando-se a seu serviço.

Na 2ª leitura, a entrega de Cristo, que passou pelo caminho da cruz para chegar à glória da ressurreição, fortalece a missão em meio aos sofrimentos por causa do evangelho.

No Evangelho, Jesus, a caminho de Jerusalém, encontra dez leprosos que param a certa distância, pois moravam em lugares afastados e eram considerados impuros . Rompe as barreiras que separavam puros e impuros e ouve o grito de esperança dos que estão à margem da vida: Jesus, Mestre, tem compaixão de nós! Manifesta o amor compassivo de Deus, que restaura as pessoas para o convívio humano e o culto. A ação salvadora do Mestre proporciona a cura no caminho, a conversão e a adesão plena. Por isso, um leproso, ao perceber que estava curado, volta e glorifica a Deus em alta voz, prostra-se aos pés de Jesus e agradece. Ele, que era desprezado por ser samaritano, reconhece o dom gratuito da salvação revelado em Cristo. Mas a falta de gratidão revela a autossuficiência dos que se julgam merecedores da salvação pela observância da Lei. O samaritano acolhe a palavra de salvação do Enviado do Pai: Levanta-te e vai! Tua fé te salvou.


Revista de Liturgia

12 de Outubro - Dia de Nossa Senhora da Conceição Aparecida

Com muita alegria nós, brasileiros, lembramos e celebramos solenemente o dia da Protetora da Igreja e das famílias brasileiras: Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

A história de Nossa Senhora da Conceição Aparecida tem seu início pelos meados de 1717, quando chegou a notícia de que o Conde de Assumar, D. Pedro de Almeida e Portugal, Governador da Província de São Paulo e Minas Gerais, iria passar pela Vila de Guaratinguetá, a caminho de Vila Rica, hoje cidade de Ouro Preto (MG).

Convocados pela Câmara de Guaratinguetá, os pescadores Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves saíram à procura de peixes no Rio Paraíba. Desceram o rio e nada conseguiram.

Depois de muitas tentativas sem sucesso, chegaram ao Porto Itaguaçu, onde lançaram as redes e apanharam uma imagem sem a cabeça, logo após, lançaram as redes outra vez e apanharam a cabeça, em seguida lançaram novamente as redes e desta vez abundantes peixes encheram a rede.

A imagem ficou com Filipe, durante anos, até que presenteou seu filho, o qual usando de amor à Virgem fez um oratório simples, onde passou a se reunir com os familiares e vizinhos, para receber todos os sábados as graças do Senhor por Maria. A fama dos poderes extraordinários de Nossa Senhora foi se espalhando pelas regiões do Brasil.

Por volta de 1734, o Vigário de Guaratinguetá construiu uma Capela no alto do Morro dos Coqueiros, aberta à visitação pública em 26 de julho de 1745. Mas o número de fiéis aumentava e, em 1834, foi iniciada a construção de uma igreja maior (atual Basílica Velha).

No ano de 1894, chegou a Aparecida um grupo de padres e irmãos da Congregação dos Missionários Redentoristas, para trabalhar no atendimento aos romeiros que acorriam aos pés da Virgem Maria para rezar com a Senhora “Aparecida” das águas.

O Papa Pio X em 1904 deu ordem para coroar a imagem de modo solene. No dia 29 de abril de 1908, a igreja recebeu o título de Basílica Menor. Grande acontecimento, e até central para a nossa devoção à Virgem, foi quando em 1929 o Papa Pio XI declarou Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil, com estes objetivos: o bem espiritual do povo e o aumento cada vez maior de devotos à Imaculada Mãe de Deus.

Em 1967, completando-se 250 anos da devoção, o Papa Paulo VI ofereceu ao Santuário de Aparecida a Rosa de Ouro, reconhecendo a importância do Santuário e estimulando o culto à Mãe de Deus.

Com o passar do tempo, a devoção a Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi crescendo e o número de romeiros foi aumentando cada vez mais. A primeira Basílica tornou-se pequena. Era necessária a construção de outro templo, bem maior, que pudesse acomodar tantos romeiros. Por iniciativa dos missionários Redentoristas e dos Senhores Bispos, teve início, em 11 de novembro de 1955, a construção de uma outra igreja, a atual Basílica Nova. Em 1980, ainda em construção, foi consagrada pelo Papa João Paulo ll e recebeu o título de Basílica Menor. Em 1984, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) declarou oficialmente a Basílica de Aparecida Santuário Nacional, sendo o “maior Santuário Mariano do mundo”.


Nossa Senhora da Conceição Aparecida, rogai por nós!

Seja persistente em sua oração

Precisamos “importunar” o Coração de Deus. Precisamos ser insistentes e persistentes em nossa oração e jamais desanimar de fazê-la.

“Ora, se vós que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem!” (Lc 11,13).

Continuando na escola de Jesus, na escola da oração, hoje Ele vai nos ensinar mais um segredo da oração. A oração deve ser feita com insistência, persistência e jamais desanimar. E com relação ao nosso modo de nos dirigirmos a Deus: nós precisamos importunar o céu. Como vemos no exemplo que nos é contado no Evangelho de hoje, se o amigo vai chegar de madrugada ou de noite, seja lá o que for, nem que seja para se ver livre dele, você vai se levantar para ele não o ficar importunando.

Meus irmãos, nós precisamos “importunar” o Coração de Deus, nós precisamos ser “chatos” com o Senhor! Precisamos ser insistentes e persistentes em nossa oração e jamais desanimar de fazê-la. Nós, muitas vezes, deixamos de orar por qualquer coisa, até começamos a rezar, mas paramos pelo caminho, porque temos ansiedade de que as coisas sejam resolvidas logo, do nosso jeito e da nossa maneira.

Outras vezes, abandonamos a oração, porque achamos que Deus não nos está escutando. O Senhor não somente nos dá o que pedimos a Ele [desde que seja para a nossa salvação], como também ajeita o caminho, prepara a estrada, nos mostra a direção; porque não basta dar o presente, é preciso também ensinar a usá-lo.

Da mesma forma, Deus Pai não quer que nenhum presente, ou seja, nenhuma graça, seja depois um estorvo em nossa vida, seja algo que vá nos fazer mal. A maior das graças, – na qual devemos insistir e buscar do Coração de Deus –, é pedir-Lhe que tenhamos sabedoria, discernimento, inteligência, fortaleza e capacidade para realizar o bem em nossa vida. Por essa razão, nós temos que pedir ao Autor da graça que venha até nós.

Foi por isso que Jesus disse: “Se nós que somos maus, sabemos dar coisas boas, quanto mais o Pai dá a nós, o seu Espírito”. Ele, ao morar em nós, é a maior dádiva, é a maior graça que podemos receber do nosso Pai Celeste! A nossa oração deve e precisa ser sempre insistente. “Vem, Espírito Santo de Deus!”

Nós precisamos começar o dia e vivê-lo nessa abertura contínua à ação do Espírito Paráclito em nós, para que Ele invada o nosso coração, invada o nosso ser, a nossa mente, a nossa vontade, a nossa disposição, para que sejamos homens e mulheres guiados na força e no poder d’Ele [Espírito Santo]. A nossa oração insistente deve ser esta: que sejamos plenos no Espírito Santo de Deus.

Deus abençoe você!


Padre Roger Araújo

Que Jesus seja sempre novidade em sua vida

Não se acostume ao Senhor, pelo contrário, faça com que Ele seja sempre uma novidade em sua vida. E a graça d’Ele será sempre nova no seu coração.

“Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. Porém, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada” (Lc 10,41-42).

As duas irmãs, Marta e Maria, também eram irmãs de Lázaro. E todos os três eram, na verdade, amigos de Jesus. O Senhor era muito próximo, muito íntimo dessa casa e costumava visitá-los com muita frequência. Quando tinha que subir a região da Galileia, para ir até a Judeia, Jesus precisava passar pela região da Samaria, então, Ele ficava na casa de Maria, Marta e Lázaro.

Cada um tem um jeito de ser, de acolher, de sentir-se à vontade com o amigo. Assim se sentiam Marta e Maria: muito à vontade com o Senhor quando Ele as visitava, quando se fazia presente na casa dessa família.

Hoje, as duas irmãs apresentam uma particularidade no jeito de ser de cada uma: o acolhimento ao Mestre. Marta já sabe que Jesus “é de casa”, então, quando Ele entra em sua casa, é como se ela dissesse: “Fique à vontade, a casa é Sua! Fique aí, deixe-me terminar os meus afazeres, porque o Senhor merece o melhor”.

Maria não! Ela é toda atenciosa, se põe para fazer o essencial, se coloca aos pés do Mestre, para ouvi-Lo, para extrair algo de Sua sabedoria, para aproveitar aquele momento único – muito rico e particular – da presença de Jesus na sua casa e na sua vida.

Muitas vezes, nós vamos nos acostumando a ser do Senhor e a estar na casa d’Ele. E algumas vezes, isso vira uma rotina para nós, uma coisa muito comum, muito frequente, a qual já estamos acostumados a fazer – seja quando vamos à casa do Senhor, seja quando Ele vem à nossa casa – porque nós oramos, fazemos novenas e assim por diante.

O mais importante é escutar o Senhor. O mais importante é sempre recebê-Lo como se fosse a primeira vez. Não comungue o Corpo de Cristo por comungar, não se confesse por confessar, mas faça desse momento algo único e muito especial em sua vida. Não se acostume ao Senhor; pelo contrário, faça com que Ele seja sempre novidade em sua vida. E a graça d’Ele será sempre nova no seu coração.

Assim como Maria escolheu a melhor parte, que nós também a escolhamos: estar aos pés do Senhor! Deus abençoe você!


Padre Roger Araújo

07 de Outubro - Dia de Nossa Senhora do Rosário

Esta festa foi instituída pelo Papa Pio V em 1571, quando celebrou-se a vitória dos cristãos na batalha naval de Lepanto. Nesta batalha os cristãos católicos, em meio a recitação do Rosário, resistiram aos ataques dos turcos otomanos vencendo-os em combate.

A celebração de hoje convida-nos à meditação dos Mistérios de Cristo, os quais nos guiam à Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição do Filho de Deus.

A origem do Rosário é muito antiga, pois conta-se que os monges anacoretas usavam pedrinhas para contar o número das orações vocais. Desta forma, nos conventos medievais, os irmãos leigos dispensados da recitação do Saltério (pela pouca familiaridade com o latim), completavam suas práticas de piedade com a recitação de Pai-Nossos e, para a contagem, o Doutor da Igreja São Beda, o Venerável (séc. VII-VIII), havia sugerido a adoção de vários grãos enfiados em um barbante.

Na história também encontramos Maria que apareceu a São Domingos e indicou-lhe o Rosário como potente arma para a conversão: “Quero que saiba que, a principal peça de combate, tem sido sempre o Saltério Angélico (Rosário) que é a pedra fundamental do Novo Testamento. Assim quero que alcances estas almas endurecidas e as conquiste para Deus, com a oração do meu Saltério”.

Essa devoção, propagada principalmente pelos filhos de São Domingos, recebe da Igreja a melhor aprovação e foi enriquecida por muitas indulgências. Essa grinalda de 200 rosas – por isso Rosário – é rezado praticamente em todas as línguas, e o saudoso Papa João Paulo II e tantos outros Papas que o precederam recomendaram esta singela e poderosa oração, com a qual, por intercessão da Virgem Maria, alcançamos muitas graças de Jesus, como nos ensina a própria Virgem Santíssima em todas as suas aparições.


Nossa Senhora do Rosário, rogai por nós!

27º Domingo do Tempo Comum

O profeta Habacuc, na 1ª leitura, clama confiante ao Senhor, diante da realidade de opressão, violência e injustiça. Como uma sentinela vigilante, ele aguarda a manifestação libertadora do Deus da aliança, na história do povo. O justo viverá por sua fidelidade, mantendo vivo o projeto de Deus através de ações solidárias de paz e fraternidade.

Na 2ª leitura, Timóteo, discípulo de Paulo, é exortado a reavivar o carisma, a fé a serviço do evangelho, sem medo e vergonha de dar testemunho de Jesus Cristo. É preciso guardar o precioso bem que nos foi confiado, com a ajuda do Espírito Santo que habita em nós.

Os apóstolos, isto é, os enviados pedem o aumento da fé, para anunciar a Boa Nova, curar os enfermos e vencer as forças opressoras do mal. A fé genuína, como uma pequena semente de mostarda que se torna um grande arbusto, é capaz de realizar maravilhas. Trata-se da qualidade da fé proporcional aos desafios, simbolizados pela amoreira, cujas raízes profundas tornam difícil a remoção. A imagem do servo, que trabalha a terra ou cuida dos animais a serviço do patrão, indica a missão apostólica a serviço do reinado de Deus. Na comunidade dos discípulos, todos estão a serviço uns dos outros, seguindo o exemplo do Mestre que disse: Eu estou no meio de vós como aquele que serve.


Revista de Liturgia

04 de Outubro - Dia de São Francisco de Assis

Francisco nasceu em Assis, na Úmbria (Itália) em 1182. Jovem orgulhoso, vaidoso e rico, que se tornou o mais italiano dos santos e o mais santo dos italianos.

Com 24 anos, renunciou a toda riqueza para desposar a “Senhora Pobreza”. Aconteceu que Francisco foi para a guerra como cavaleiro, mas doente ouviu e obedeceu a voz do Patrão que lhe dizia: “Francisco, a quem é melhor servir, ao amo ou ao criado?”. Ele respondeu que ao amo. “Porque, então, transformas o amo em criado?”, replicou a voz. No início de sua conversão, foi como peregrino a Roma, vivendo como eremita e na solidão, quando recebeu a ordem do Santo Cristo na igrejinha de São Damião: “Vai restaurar minha igreja, que está em ruínas”.

Partindo em missão de paz e bem, seguiu com perfeita alegria o Cristo pobre, casto e obediente. No campo de Assis havia uma ermida de Nossa Senhora chamada Porciúncula. Este foi o lugar predileto de Francisco e dos seus companheiros, pois na Primavera do ano de 1200 já não estava só; tinham-se unido a ele alguns valentes que pediam também esmola, trabalhavam no campo, pregavam, visitavam e consolavam os doentes.

A partir daí, Francisco dedica-se a viagens missionárias: Roma, Chipre, Egito, Síria… Peregrinando até aos Lugares Santos. Quando voltou à Itália, em 1220, encontrou a Fraternidade dividida. Parte dos Frades não compreendia a simplicidade do Evangelho. Em 1223, foi a Roma e obteve a aprovação mais solene da Regra, como ato culminante da sua vida.

Na última etapa de sua vida, recebeu no Monte Alverne os estigmas de Cristo, em 1224. Já enfraquecido por tanta penitência e cego por chorar pelo amor que não é amado, São Francisco de Assis, na igreja de São Damião, encontra-se rodeado pelos seus filhos espirituais e assim, recita ao mundo o cântico das criaturas.

O seráfico pai, São Francisco de Assis, retira-se então para a Porciúncula, onde morre deitado nas humildes cinzas a 3 de outubro de 1226. Passados dois anos incompletos, a 16 de julho de 1228, o Pobrezinho de Assis era canonizado por Gregório IX.


São Francisco de Assis, rogai por nós!

A importância do anjo da guarda em nossa vida

O Catecismo da Igreja Católica (CIC) afirma que “a existência dos seres espirituais, não corporais, que a Sagrada Escritura chama habitualmente de anjos, é uma verdade de fé”. O testemunho da Escritura a respeito é tão claro quanto a unanimidade da Tradição (n. 328). Nenhum católico pode, por essa razão, negar a existência dos anjos. Eles são criaturas pessoais e imortais, puramente espirituais, dotados de inteligência e de vontade e superam em perfeição todas as criaturas visíveis (cf. CIC n. 330). São Gregório Magno disse que quase todas as páginas da Revelação escrita falam dos anjos.

A Igreja ensina que, desde o início até a morte, a vida humana é cercada pela proteção (cf. Sl 90,10-13) e intercessão desses seres celestes. “O Anjo do Senhor acampa ao redor dos que o temem e os salva” (Sl 33,8).

São Basílio Magno (†369), doutor da Igreja, ensinou: "Cada fiel é ladeado por um anjo como protetor e pastor para conduzi-lo à vida." (Ad. Eunomium 3,1). Isto é, temos um anjo da guarda pessoal. Jesus disse: “Não desprezeis nenhum desses pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus veem continuamente a face de meu Pai que está nos céus” (Mt 18,10).

A liturgia de dois de outubro celebra os anjos da guarda desde o século XVI. Essa festa foi universalizada por Paulo V, depois que, em 1508, Leão X aprovou o novo Ofício composto pelo franciscano João Colombi. Ora, se a Igreja celebra a festa dos anjos da guarda é porque, de fato, eles existem e cuidam de nós, nos protegem, iluminam, governam nossa vida, ajudam-nos como fizeram com Tobias. Mas, para isso, é preciso crer neles, respeitá-los, não afugentá-los pelo pecado. Um dia um rapaz me disse: “Eu não vejo pornografia na internet porque tenho vergonha de meu anjo da guarda!”. A melhor homenagem a nosso anjo é viver uma vida sem pecados, buscando, com sua ajuda, fazer a vontade de Deus.

A Tradição da Igreja acredita que nosso anjo da guarda tenha a tarefa de oferecer a Deus as nossas orações, apoiar-nos e proteger-nos dos ataques do diabo, que tenta nos fazer pecar e perder a vida eterna. Então, é muito importante que ter uma vida de intimidade com nosso anjo da guarda, invocá-lo constantemente e colocar-se debaixo de sua proteção. Desde criança aprendi com minha mãe esta oração: “Santo anjo da minha guarda, a quem eu fui confiado por celestial piedade, iluminai-me, guardai-me, regei-me, governai-me. Amém.” Nunca deixei de rezar essa oração.

Então, o melhor a fazer é não realizar nada sem pedir a luz, a proteção e o governo do bom anjo que o Senhor colocou como guarda e custódio de nossa vida, do batismo até a morte.

É por isso que muitos papas, como o Papa João XXIII, revelaram a sua profunda devoção pelo anjo da guarda, sugerindo, como também disse Bento XVI, que devemos expressar a nossa gratidão pelo serviço que ele presta a cada um de nós e de invocá-lo todos os dias, com o “Angelus Dei”.

São Pio de Pietrelcina teve um relacionamento profundo com seu anjo da guarda. São inúmeras as passagens de sua vida com o seu anjo e com os das outras pessoas. Certa vez ele disse a uma pessoa: “Nós rezaremos pela sua mãe, para que o seu anjo da guarda lhe faça companhia”.

Invoque o seu anjo da guarda, pois ele o iluminará e o guiará no caminho de Deus.


Felipe Aquino