São Pedro e São Paulo Apóstolos
Hoje a Igreja do mundo inteiro celebra a santidade de vida de São Pedro
e São Paulo apóstolos. Estes santos são considerados "os cabeças dos
apóstolos" por terem sido os principais líderes da Igreja Cristã
Primitiva, tanto por sua fé e pregação, como pelo ardor e zelo missionários.
Pedro, que tinha como primeiro nome Simão, era natural de Betsaida,
irmão do Apóstolo André. Pescador, foi chamado pelo próprio Jesus e, deixando
tudo, seguiu ao Mestre, estando presente nos momentos mais importantes da vida
do Senhor, que lhe deu o nome de Pedro. Em princípio, fraco na fé, chegou a
negar Jesus durante o processo que culminaria em Sua morte por crucifixão. O
próprio Senhor o confirmou na fé após Sua ressurreição (da qual o apóstolo foi
testemunha), tornando-o intrépido pregador do Evangelho através da descida do
Espírito Santo de Deus, no Dia de Pentecostes, o que o tornou líder da primeira
comunidade. Pregou no Dia de Pentecostes e selou seu apostolado com o próprio
sangue, pois foi martirizado em uma das perseguições aos cristãos, sendo
crucificado de cabeça para baixo a seu próprio pedido, por não se julgar digno
de morrer como seu Senhor, Jesus Cristo.
Escreveu duas Epístolas e, provavelmente, foi a fonte de informações
para que São Marcos escrevesse seu Evangelho.
Paulo, cujo nome antes da conversão era Saulo ou Saul, era natural de
Tarso. Recebeu educação esmerada "aos pés de Gamaliel", um dos
grandes mestres da Lei na época. Tornou-se fariseu zeloso, a ponto de perseguir
e aprisionar os cristãos, sendo responsável pela morte de muitos deles.
Converteu-se à fé cristã no caminho de Damasco, quando o próprio Senhor
Ressuscitado lhe apareceu e o chamou para o apostolado. Recebeu o batismo do
Espírito Santo e preparou-se para o ministério. Tornou-se um grande missionário
e doutrinador, fundando muitas comunidades. De perseguidor passou a perseguido,
sofreu muito pela fé e foi coroado com o martírio, sofrendo morte por decapitação.
Escreveu treze Epístolas e ficou conhecido como o "Apóstolo dos
gentios".
São Pedro e São Paulo, rogai por nós!
Quem entra no céu?
No fim dos tempos, todos passaremos pelo crivo do Senhor. Jesus nos
explica que nem toda pessoa que diz “Senhor, Senhor” entra no Reino do Céu.
Para não termos razões para nos queixarmos, o Senhor nos demonstra quem
entrará no Reino: “Mas somente quem faz a vontade do meu Pai entra no céu”. A
expressão “Senhor, Senhor” se aplica a todos aqueles que chamam e evocam o nome
de Jesus Cristo para defender seus interesses, a fim de roubar, matar e
profanar o sagrado.
Como o mundo está repleto dessa gente, meu Deus!
O primeiro passo para fazer a vontade do Pai é a conversão e o
recebimento de Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador.
Expulsar demônios e curar doenças não é sinônimo de pertença ao Reino do
Céu, porque nem sempre as curas têm origem divina; até o diabo faz milagres e
realiza curas. Ele também invoca o nome de Jesus para fazê-lo. Nesta sequência,
posso afirmar, sem medo de errar, que um milagre indica o uso do poder
sobrenatural, mas este pode ser divino ou satânico.
O diabo pode revestir-se da pele do cordeiro e expulsar,
provisoriamente, um demônio para impressionar a audiência, dando a ilusão que
foi um ato divino.
Por isso, não basta ouvir as Suas palavras, é necessário pô-las em
prática. Isto significa construir a casa sobre a rocha, sobre uma base firme e
segura; assim, as tempestades da vida, por mais fortes que sejam, não lhe farão
mal algum.
Num mundo onde se confia mais em coisas materiais do que nas palavras do
Mestre, o qual fala diferente dos mestres da lei, é como um homem insensato que
construiu a sua casa sobre a areia. Sem ter alicerce firme, vindo a tempestade
a casa ruiu e foi levada pela enchente.
Portanto, quem não põe em pratica a Sua Palavra não tem defesa contra os
insucessos e desventuras da vida que acarretarão a sua ruína total. Peçamos ao
Senhor a graça de estarmos sempre atentos à Sua Palavra e traduzi-la em ações
concretas no nosso dia a dia.
Padre Bantu Mendonça
A dor que nos purifica
A cruz e o
sofrimento nos purificam, pois abrem nosso olhos para panoramas de vida
maiores, mais verdadeiros e belos. O sofrimento nos ajuda a escalar os cumes do
amor a Deus e do amor ao próximo.
São inúmeras as histórias de homens e mulheres que, sacudidos pelo sofrimento, acordaram, adquiriram uma nova visão – que antes era impedida pela vaidade, pela cobiça e pelas futilidades – e perceberam com olhos mais puros: o que vale a pena, de verdade, é Deus que nunca morre nem trai. Descobriram que n'Ele se encontra o verdadeiro amor pelo qual todos ansiamos e que nenhuma outra coisa consegue satisfazer. Entenderam que o importante são os tesouros no céu, pois estes nem a traça rói nem os ladrões arrebatam (cf. Mt 6,20). Perceberam, enfim, que os outros também sofrem, por isso decidiram se esquecer de si mesmos e dedicaram-se a aliviá-los e ajudá-los a bem sofrer.
É uma lição
encorajadora verificar que, na vida de São Paulo, as tribulações se
encadeavam umas às outras, sem parar, mas nunca o abatiam. É que ele não as via
como um empecilho, mas como graça de Deus e garantia de fecundidade, de modo
que podia dizer de todo o coração: "Trazemos sempre em nosso corpo os
traços da morte de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nosso
corpo" (2Cor 4,10). E ainda: "Sinto alegria nas fraquezas, nas
afrontas, nas necessidades, nas perseguições, no profundo desgosto sofrido por
amor de Cristo; porque quando me sinto fraco, então é que sou forte!"
(2Cor 12,10). Até mesmo com entusiasmo: "Nós nos gloriamos das
tribulações, pois sabemos que a tribulação produz a paciência; a paciência, a
virtude comprovada; a virtude comprovada, a esperança. E a esperança não
desilude, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito
Santo que nos foi dado" (Rom 5,3-5).
É o retrato perfeito da alma que se agiganta no sofrimento, que se deixa abençoar pela cruz. Outro exemplo muito significativo. Uma perseguição injusta dos seus próprios confrades arrastou São João da Cruz a um cárcere imundo. Todos os dias, ele era chicoteado e insultado. Mal comia. Suportava frios e calores estarrecedores. Para ler um livro de oração, tinha de erguer-se nas pontas dos pés sobre um banquinho e apanhar um filete de luz que se filtrava por um buraco do teto. Foi nesses meses de prisão, num cubículo infecto, que ganhou o perfeito desprendimento, alcançou um grau indescritível de união com Deus e compôs, inundado de paz, a 'Noite escura da alma' e o 'Cântico espiritual', obras consideradas dois dos cumes mais altos da mística cristã. E, uma vez acabada a terrível provação, quando se referia aos seus torturadores, chamava-os, com sincero agradecimento, “os meus benfeitores”.
As histórias de mulheres e de homens santos, que se elevaram na dor, poderiam multiplicar-se até o infinito: mães heroicas, mártires da caridade... Daria para encher uma biblioteca só com a vida dos mártires do século XX, como São Maximiliano Kolbe, que, na sua cruz – na injustiça do campo de concentração nazista, nos tormentos, na morte –, achou e soube dar o amor e a vida com alegria.
Padre
Francisco Faus
Domingo da Natividade de São João Batista
A 1ª leitura evidencia que a missão do servo,
chamado desde o ventre materno, se assemelha a de Jeremias. As palavras que
Deus coloca na boca do profeta são como uma espada afiada e sua tarefa é ser
luz das nações, abrindo os olhos dos cegos.
Na segunda leitura, Paulo, em Antioquia, fala de
João Batista e de sua atividade como precursor do Messias. O anúncio de João
proclamava a vinda do mais forte, o Messias Salvador.
O nascimento de João Batista é celebrado como
sinal da ação e fidelidade de Deus às promessas de salvação. Como Sara, Isabel
é libertada da humilhação da esterilidade, pois para Deus nada é impossível.
Assim, João é dom de Deus que renova a esperança do povo. No oitavo dia do
nascimento, o menino é circuncidado, como de costume; recebe o nome de João
dado por Isabel e confirmado por Zacarias , nome associado à misericórdia e à
gratuidade de Deus. No cântico do Benedictus, ele louva e agradece o Senhor
pela salvação realizada ao longo da história. Os vizinhos e parentes se alegram
com o nascimento do profeta do Altíssimo, e notícia se espalha. João, conduzido
pela mão do Senhor, crescia e se fortalecia em espírito. Preparava-se no
deserto para ser a voz profética a preparar o caminho do Senhor.
Revista de Liturgia
A vida deve nos tornar felizes
"Cada um de nós
vive com a esperança de que vai conseguir o que lhe cabe; seja na profissão, na
amizade, no amor ou na família. A vida deve nos tornar felizes, pois, em primeiro lugar e antes de tudo,
desejamos ser felizes; algo tão simples, porém tão difícil.” (Dom
Notker Wolf - Abade-Primaz da Ordem dos Beneditinos)
Às vezes, o
caminho da vida parece tão difícil e
longo demais. Não tenho forças nem vontade para a jornada. Então, lembro-me de
que o bom Deus conhecia esse caminho muito antes de eu ser chamado a
percorrê-lo. Ele sempre soube das dificuldades pelas quais eu passaria, a dor
que não conseguiria explicar aos outros. Ele sabe e oferece Sua presença.
Talvez, hoje, você esteja oprimido por tristeza. Ela
pode ser o peso de um ministério difícil, a preocupação de um casamento
problemático, a tristeza de uma criança sofrendo, o cuidado com um parente
envelhecendo, o desemprego, os vícios na família, um sonho que custa a se
realizar ou outras situações que a vida nos apresenta. “Certamente”, diz você,
“Deus não me faria andar dessa maneira. Deve haver outro caminho mais fácil a
percorrer”.
Escreve o reverendo
David H. Roper: “Mas, qualquer um de nós é sábio o suficiente
para saber que alguma outra maneira nos transformaria em filhos melhores e mais
sábios? Não, nosso Pai Celestial conhece o melhor, de todos os caminhos
possíveis, para nos levar à realização (Salmo 142,1-3)”.
Seus caminhos são
mais altos do que os nossos caminhos; Seus pensamentos são mais altos do que os
nossos pensamentos (Isaías 55,9). Podemos
tomar, humildemente o caminho que Ele traçou
para nós, hoje, com absoluta confiança em Sua infinita sabedoria e amor. Ele é
mais sábio e mais amoroso do que podemos imaginar. Aquele que vê anteviu e não
nos desviará do caminho, pois este está entregue ao Senhor Deus com absoluta
confiança (cf. Salmo 37,5).
A nossa vida vive no
caminho da providência do Pai Eterno.
Padre Inácio José do Vale
Virtude, a alegria sem opressão
Comparada a educação
aplicada às novas gerações, as pessoas que têm mais de 40 anos percebem,
facilmente, a grande diferença que há na maneira como elas foram educadas.
Talvez, temendo a desonra ou a ofensa à reputação da família, exigia-se dos
filhos o pudor, não somente no comportamento ou nas roupas, mas nas
brincadeiras e em todas as outras atitudes.
Os ensinamentos de uma educação rígida parecia pesar
mais sobre as mulheres. Assim, os decotes eram comportados e as saias compridas
à altura dos joelhos. As roupas, de maneira geral, em nada podiam marcar a
silhueta do corpo feminino. A mesma preocupação havia para os trajes de banho,
pois estes deveriam cobrir, de maneira moderada, algumas partes do corpo.
Transmitindo, ainda hoje, a ideia de que tudo é
vergonhoso, imoral ou desrespeitoso, algumas pessoas têm dificuldades para
acolher, com naturalidade, as partes mais íntimas do seu próprio corpo. Outras,
mal conseguem se despir perto da pessoa com quem se casou.
É claro que os modos de se vestir não formam o caráter
de ninguém. Sabemos que os tempos são outros e reconhecemos que, no passado, a
maneira de se transmitir valores, quase sempre acontecia de modo opressor. No
entanto, hoje, temos a impressão de que se tornou proibido proibir.
Percebemos estar
cercados por uma cultura que maximiza o apelo à sensualidade. Isso parece ser a
principal via em todas as mídias e está presente nos programas humorísticos, nas
novelas, nas propagandas… Em quase tudo, observa-se a presença de uma bela
modelo e, muitas vezes, ela chama mais a atenção do público do que o próprio
produto apresentado.
Houve um tempo no qual as revistas com conteúdo
impróprio para menores eram vendidas em embalagens escuras para ocultar as
imagens da capa. Atualmente, em
alguns sites na internet, ampliou-se
os poderes da imaginação com cenas explícitas de sexo em alta definição.
Com tanta informação
disponível, pessoas de todas as idades vivem embaladas ao ritmo do prazer
vendido nas fotografias ou vídeos, comportando-se como quem sofre de uma
verdadeira compulsão por tudo aquilo que diz respeito ao erótico ou ao sensual.
A inocência foi ofuscada pela lascividade.
Jovens e adultos, numa concepção frágil sobre aquilo
que interpretam como liberdade, rompem escrúpulos, derrubam normas, vivem
relacionamentos desordenados, quase tudo por conta do liberalismo massificado.
Ainda que eles saibam das consequências de seus atos, vivem como se tudo fosse
natural, a ponto de transformar um ato sexual numa experiência sem compromisso.
Muitas vezes, com alguém que conheceu há um dia ou com outras pessoas que,
normalmente, não se relacionariam.
Não é difícil encontrar pessoas se comportando como se
não tivessem domínio sobre si mesmas, revelando uma incapacidade de controlar
seus impulsos.
Ensinar
nossos filhos sobre a valorização das virtudes é
prepará-los para viver o respeito ao próximo. Cabe a nós pais formar neles essa
consciência. Assim como foi preciso nosso exemplo para lhes ensinar a balbuciar
as primeiras palavras, será necessário ajudá-los a alcançar uma vida dentro da
moral e dos bons costumes, a fim de que eles possam discernir sobre tudo aquilo
que está maquiado como “normal”.
Tal ensinamento propicia a alegria de quem amamos, sem
tolher a felicidade ou oprimir sua liberdade.
Dado Moura
Imaculado Coração de Maria, um convite ao amor
Celebrar a festa do Imaculado Coração de Maria é
saborear a insondável misericórdia de Deus, pois Ele quis amar com coração
humano a partir do coração de Maria de Nazaré.
Festejar o Imaculado Coração de Maria é aproximar-se
de uma pessoa maravilhosa, em quem Deus encontrou total transparência,
santidade, beleza e doação. Mas a nossa Mãe Imaculada não quer apenas que a
admiremos, mas a imitemos, procurando viver em total transparência,
sinceridade, verdade e santidade diante do Senhor e dos homens.
A Palavra de Deus, oferecida para essa celebração,
leva-nos ao coração, ao amor de Deus. Ele faz coisas impensáveis para derramar
sobre nós o Seu amor e a Sua misericórdia.
A relação do Pai conosco e Sua revelação é uma
história de amor. Mas é em Jesus Cristo, Seu Filho – no mistério pascal –, que
todo o Seu amor jorra, abundante, e é derramado no coração da humanidade.
O Evangelho de Lucas nos convida a ser discípulos do
amor e a subir até Jerusalém para tocar os sinais do amor de Deus, na
realização das promessas. Cristo nos chama a verificar a certeza de Sua
ressurreição ao terceiro dia e a comunicá-Lo com entusiasmo e alegria.
Cristo, nossa Páscoa, é o centro do amor de Deus e
de nossa busca, aceitação e compromisso.
Há, pois, um “chamamento” à nossa identificação com Sua cruz.
Maria de Nazaré, feliz porque acreditou, aparece
como referência do autêntico discípulo que acredita e vive todos os
acontecimentos, sobretudo os mais dolorosos e difíceis. Ela vive em confiança e
doação total, sabe permanecer e estar de pé na firmeza do poder do amor de
Cristo morto e ressuscitado.
Hoje, o Imaculado Coração de Maria é forte sinal
para toda a humanidade, um convite para aceitarmos o amor, a voltarmos a ele, a
dizermos ‘não’ à tentação e sedução do mundo da violência, da morte, da
arrogância e do poder do mal.
A Virgem Maria é voz da Boa Nova a anunciar que
Cristo está vivo. Ela continua a ser presença da força do mistério pascal de
Cristo que vence o pecado e a morte. Na sedução enganosa da construção do mundo
à margem do amor de Deus, importa acatar a mensagem do Seu Coração.
A Palavra de Deus nos convida à arte de amar:
“Exulto de alegria no Senhor, a minha alma rejubila no Senhor”. O Salmo traduz
a pessoa enamorada que canta a beleza da bondade e misericórdia de Deus, das
maravilhas que opera. Maria, no Evangelho, aparece como a mais bela docilidade
amorosa diante do projeto do Senhor.
Ela quer nos ensinar a arte mais importante: de
amar. Amar é fácil de dizer, mas difícil de viver. Maria vive o amor como
ninguém. Ao mostrar seu Coração Imaculado, é, sobretudo, a vida que ela nos
mostra. A mãe de Jesus quer nos ensinar que o amor repara os pecados, reanima a
esperança, leva à vida, une, constrói, perdoa, santifica, defende os pequeninos
e liberta os humilhados.
O Seu Coração Imaculado sofre, de maneira
incalculável, tantos crimes, pecados e ofensas. É preciso travar o mal com um
amor incondicional a Deus. O Coração Imaculado de Maria é um convite, de forma
especial, a todos os seus filhos para que Deus brilhe com mais transparência em
todo o seu ser e vida.
“Espírito Santo, que orienta a vida dos homens e
mulheres para Deus, ajude-me a dizer o meu ‘sim’ como fez Maria, a fim de que
eu possa crescer, a cada dia, em sabedoria e graça, buscando, como Jesus,
adequar minha vida ao querer do Pai”.
Padre
Bantu Mendonça
Padre Ivan recebeu Título de Cidadão Fortalezense
A Câmara Municipal realizou na última sexta-feira, 15,
sessão solene para outorga do Título de Cidadão de Fortaleza ao Padre Francisco
Ivan Sousa. A homenagem, proposta pelos vereadores Fátima Melo e Alípio
Rodrigues, aconteceu no Auditório do Colégio Santo Tomás de Aquino, a partir
das 15 horas.
Natural de Barbalha, Padre Francisco Ivan estudou
filosofia e teologia no Instituto Teológico Pastoral do Ceará durante seis
anos. Fez graduação no curso de Pedagogia e formou-se em Administração Escolar
para exercício nas escolas de 1° e 2° graus pela Universidade Estadual do Ceará
(UECE). Especialista em Planejamento Educacional e Mestre na área de Educação
em Saúde, lecionou nos Colégios Santa Cecília e Doroteias e nas universidades
Vale do Acaraú (UVA) e Fortaleza (UNIFOR).
Aos 27 anos de idade, Francisco Ivan ordenou-se Padre,
atuando na Diocese do Crato, nas Paróquias Nossa Senhora da Penha, Nossa
Senhora de Fátima e São José Operário. Em 1993, iniciou suas atividades na
Arquidiocese de Fortaleza, sendo Ecônomo e Formador do Seminário de Teologia.
Na justificativa, a vereadora Fátima Melo ressaltou os
serviços prestados pelo Padre Ivan à comunidade Católica de Fortaleza.
Atualmente o Padre é membro do Colégio de Consultores da Arquidiocese de
Fortaleza e Conselho de Pastoral e Presbiteral da Arquidiocese de Fortaleza, e
Coordenador da Pastoral da Arquidiocese de Fortaleza e da Pastoral Litúrgica do
Regional Nordeste I.
Paz e Bem!!!
11º Domingo do Tempo Comum
Na 1ª
leitura, no contexto de opressão pelo poder babilônico, o profeta anuncia que
Deus, fará surgir um ramo novo, um reino messiânico, que acolherá todos os
povos, renovando as promessas feitas a Davi.
A 2ª leitura
mostra que a vida cristã é uma caminhada de fé e esperança, onde o essencial é
agradar ao Senhor, revestindo-se dos valores do evangelho.
No
Evangelho, Jesus apresenta o Reino de Deus como a semente da palavra, que,
embora escondida, cresce, produz frutos, transforma a realidade. O dinamismo do
Reino é compreendido através das etapas de crescimento da semente, que germina
e cresce por si mesma. A ação do agricultor, na semeadura e na colheita,
caracteriza a contribuição humana no anúncio e no testemunho. O crescimento é
proporcionado pela graça de Deus, como mostra a parte central da parábola.
Assim, a espiga cheia de grãos simboliza a dinâmica do Reino, que cresce na
gratuidade até a plenitude. É necessário semear acreditando na força da palavra
de Deus. A parábola do grão de mostarda incentiva a semear, mesmo que os
resultados pareçam insignificantes. Os pássaros, que se abrigam no generoso
arbusto, simbolizam os povos que aderem ao Reino. A conclusão é um sumário
final a todas as parábolas. Apesar dos obstáculos, a semente da palavra,
lançada por Jesus, crescerá até a colheita, a realização plena. Sua mensagem é
compreendida por aqueles que se tornam discípulos e compartilham sua missão.
Revista de
Liturgia
Sagrado Coração de Jesus
A Solenidade do Sagrado Coração é uma celebração de origem relativamente
recente, embora a ideia seja muito antiga, pois está enraizada na Sagrada
Escritura. A grande propagadora dessa devoção foi Santa Margarida Maria, que,
entre os anos de 1673 e 1675, teve uma série de visões nas quais Cristo lhe
pediu que trabalhasse para a instituição de uma festa em honra a Seu Sagrado
Coração.
Dessa forma, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus é a devoção a Cristo.
No entanto, nossa devoção não deve permanecer no nível do sentimento. Devotio,
palavra latina que deu origem à palavra "devoção", é muito mais forte
do que seus equivalentes nas línguas atuais. No contexto religioso indica a
determinada vontade de fazer a vontade de Deus, ou seja, esta devoção é feita
por aceitar o convite de Cristo para tomar a nossa cruz e segui-Lo.
A devoção ao Coração de Jesus decorre da meditação dos textos biblícos,
esta relação foi confirmada pelo Papa Pio XII na Encíclica Haurietis Aquas,
sobre o culto ao Sagrado Coração de Jesus. Afirma o Sumo Pontífice que: “Com
todo esse amor, terníssimo, indulgente e longânime, mesmo quando se indigna
pelas repetidas infidelidades do povo de Israel, Deus nunca chega a repudiá-lo
definitivamente; mostra-se, sim, veemente e sublime; mas, contudo, em
substância isso não passa do prelúdio daquela inflamadíssima caridade que o
Redentor prometido havia de mostrar a todos com o seu amantíssimo coração, e
que ia ser o modelo do nosso amor e a pedra angular da Nova Aliança”.
Dentre as fundações bíblicas destacamos, do Antigo Testamento, a Aliança
de Deus com o povo, narrada no livro de Deuteronômio: "Escuta, Israel: O
Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor teu Deus com todo
o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças. E estas palavras
que hoje te ordeno estarão sobre o teu coração" (Dt 6,4-6).
No Novo Testamento, o Evangelho de São João traz dois trechos que são
centrais no culto ao Sagrado Coração de Jesus: “Se alguém tem sede, venha a
mim, e beba, quem crê em mim — conforme diz a Escritura: Do seu interior
correrão rios de água viva” (Jo 7, 37-38).
“Chegando a Jesus viram que já estava morto. Por isso, não lhe quebraram
as pernas, mas um soldado golpeou-lhe o lado com uma lança, e imediatamente
saiu sangue e água” (Jo 19, 33-34).
Na tradição cristã, o sangue é interpretado como um símbolo do
sacrifício e do mistério Eucarístico. A água simboliza o Espírito Santo, que
flui de Cristo à Igreja. Este Coração é uma fonte inesgotável de vida e de
bênção.
Outros Santos Padres também recomendaram essa devoção. Além da Haurietis
Aquas, do Papa Pio XII, encontramos, na Carta Apostólica Investigabiles
Divitais Christi, do Papa Paulo VI, a afirmação de que essa devoção é uma ótima
maneira de honrar a Jesus, observando inclusive a estreita relação entre ela e
o mistério Eucarístico. O saudoso Papa João Paulo II, em sua primeira
encíclica, Redemptor Hominis, afirmou que: “A redenção do mundo — aquele
tremendo mistério do amor em que a criação foi renovada é, na sua raiz mais
profunda, a plenitude da justiça num Coração humano”, por diversas vezes ele
associou o Coração de Cristo a cada coração humano.
Portanto, o coração é o símbolo que fala do interior e do espiritual.
Desta forma, o Senhor ilumina o coração humano e o convida a compreender e
mergulhar nas "insondáveis riquezas" que brotam de Seu Coração. Jesus
nos atrai para Seu Coração e fala ao nosso coração, porque deseja comunicar
todo o Seu amor, para que tenhamos um coração semelhante ao d'Ele.
Vicent Ryan
Retirado do Blog da Canção Nova
Ser inteiramente Seu
O tratado à
Devoção a Virgem Maria é um atalho para que nós cristãos vivamos o nosso
batismo. Mas para isso nós precisamos ter, verdadeiramente, Deus como nosso
Senhor.
O batismo é a entrega total a Deus, é quando renunciamos ao pecado e a satanás para seguir o Senhor. Viver este sacramento é se esforçar para viver uma aliança com o Pai, e o tratado é o conselho da Mãe para vivermos essa tarefa tão árdua e difícil de deixar Deus ser o nosso Senhor.
Vemos duas figuras bem distintas de Deus no Velho e no Novo Testamento, mas isso não quer dizer que Ele tenha mudado. Na verdade, quem mudou foi Seu povo, porque, a partir do momento em que aceitamos o senhorio d'Ele em nossas vidas, conseguimos vislumbrar Sua face misericordiosa e amorosa.
O batismo é a entrega total a Deus, é quando renunciamos ao pecado e a satanás para seguir o Senhor. Viver este sacramento é se esforçar para viver uma aliança com o Pai, e o tratado é o conselho da Mãe para vivermos essa tarefa tão árdua e difícil de deixar Deus ser o nosso Senhor.
Vemos duas figuras bem distintas de Deus no Velho e no Novo Testamento, mas isso não quer dizer que Ele tenha mudado. Na verdade, quem mudou foi Seu povo, porque, a partir do momento em que aceitamos o senhorio d'Ele em nossas vidas, conseguimos vislumbrar Sua face misericordiosa e amorosa.
Precisamos
entender que, com Deus, nós fazemos uma aliança. Ele não se interessa por um
contrato, pois não quer suas coisas nem seu dízimo; Ele quer tudo, quer você.
Assim também acontece no sacramento do matrimônio, pois este não é um contrato, mas sim uma entrega por inteiro. Nele, você jura devoção, fidelidade e, acima de tudo, entrega total para que a união do casal seja fonte de grandes obras para o Senhor. Da mesma forma deve ser nossa relação com Ele no batismo. Ninguém quer ser feliz pela metade, por isso o Pai também não nos quer pela metade. Só nos entregando por inteiro a Ele seremos capazes de ser plenamente felizes.
Assim também acontece no sacramento do matrimônio, pois este não é um contrato, mas sim uma entrega por inteiro. Nele, você jura devoção, fidelidade e, acima de tudo, entrega total para que a união do casal seja fonte de grandes obras para o Senhor. Da mesma forma deve ser nossa relação com Ele no batismo. Ninguém quer ser feliz pela metade, por isso o Pai também não nos quer pela metade. Só nos entregando por inteiro a Ele seremos capazes de ser plenamente felizes.
O mesmo
acontece na parábola do filho pródigo, pois ele só volta à vida quando se
entrega ao pai como um escravo, tendo este como seu senhor. Essa nova vida gera
alegria ao filho, pois seu progenitor o trata de forma única, vestindo-o com as
melhores roupas, colocando um anel em seu dedo e preparando-lhe um banquete.
A escravidão
de que falamos aqui é a do amor, aquela que acontece com confiança, amor e
compreensão de quem reconheceu o melhor para sua vida e já não consegue viver
longe d'Aquele que o amou primeiro.
Deus quer
nos dar a Sua glória, mas para isso precisamos ser escravos d'Ele. Agora, já
sabemos como, porém, a tarefa mais difícil é colocar em prática tudo
isso que aprendemos.
Maria é exemplo de quem seguiu e devotou toda
sua vida ao Senhor. Tudo o que ela tinha e possuía foi entregue a Ele,
inclusive Seu Filho.
Hoje, estou celebrando vinte anos do meu
sacerdócio e também de minha entrega total a Deus, a quem entreguei meu futuro
e todo meu ser. Naquele momento em que fui ordenado, não tinha ideia do que
estava fazendo, pois entregava a Ele um papel em branco com a minha assinatura.
O futuro não nos é mostrado por Deus, porque não seríamos capazes de assumi-lo. Em Sua sabedoria, o Pai nos mostra apenas o hoje para que tenhamos força suficiente para trilhar no Seu caminho.
O futuro não nos é mostrado por Deus, porque não seríamos capazes de assumi-lo. Em Sua sabedoria, o Pai nos mostra apenas o hoje para que tenhamos força suficiente para trilhar no Seu caminho.
O Senhor, em Seu infinito, nos constrange, pois
somos incapazes de vislumbrá-lo. Foi exatamente por isso que Ele nos deu a
Virgem Maria, reflexo de Seu amor, bondade e humildade. Assim como a lua, que
nada mais faz do que refletir a grandiosidade do sol.
Jesus, do alto da cruz, já nos entregou a Sua
Mãe, assim como fez com João, o apóstolo amado. Então, aceitemos os desígnios
de Deus e nos entreguemos também a Maria, pois ela estará sempre ao nosso lado,
guiando-nos nesse caminho para que sejamos capazes de assumir tudo o que
escolhermos viver por meio do batismo.
Padre Paulo Ricardo
Santo Antônio
Neste dia, celebramos a memória do popular santo – doutor da Igreja –
que nasceu em Lisboa, em 1195, e morreu nas vizinhanças da cidade de Pádua, na
Itália, em 1231, por isso é conhecido como Santo Antônio de Lisboa ou de Pádua.
O nome de batismo dele
era Fernando de Bulhões y Taveira de Azevedo.
Ainda jovem pertenceu à Ordem dos Cônegos Regulares, tanto que pôde estudar Filosofia e Teologia, em Coimbra, até ser ordenado sacerdote. Não encontrou dificuldade nos estudos, porque era de inteligência e memória formidáveis, acompanhadas por grande zelo apostólico e santidade. Aconteceu que em Portugal, onde estava, Antônio conheceu a família dos Franciscanos, que não só o encantou pelo testemunho dos mártires em Marrocos, como também o arrastou para a vida itinerante na santa pobreza, uma vez que também queria testemunhar Jesus com todas as forças.
Ao ir para Marrocos, Antônio ficou tão doente que teve de voltar, mas providencialmente foi ao encontro do "Pobre de Assis", o qual lhe autorizou a ensinar aos frades as ciências que não atrapalhassem os irmãos de viverem o Santo Evangelho. Neste sentido, Santo Antônio não fez muito, pois seu maior destaque foi na vivência e pregação do Evangelho, o que era confirmado por muitos milagres, além de auxiliar no combate à Seita dos Cátaros e Albigenses, os quais isoladamente viviam uma falsa doutrina e pobreza. Santo Antônio serviu sua família franciscana através da ocupação de altos cargos de serviço na Ordem, isto até morrer com 36 anos para esta vida e entrar para a Vida Eterna.
Santo Antônio, rogai por nós!
Sejamos luz e sal para o mundo
Depois de ter
apresentado Seu projeto aos discípulos, Jesus revela um novo estilo de vida
para eles. Ele os chama a refletir sobre as propriedades do sal e da luz. Aqui
quero partilhar somente contigo o que significa o sal e a luz que devemos ser.
O sal conserva,
preserva, evita a deterioração e purifica. O cristão – como sal – cria sede
espiritual nos outros e, como luz, conduz as pessoas Àquele que é a fonte da
salvação.
O sal, antes de ser
aplicado, é visível, porém, ao começar a agir – temperando, preservando e
purificando – torna-se invisível. Somos também assim ou gostaríamos tanto de
aparecer que murmuramos quando isso não acontece? Mesmo não aparecendo, a ação
do sal é claramente sentida.
É sabido que a carne
com vida não precisa ser salgada para preservar-se. Quando Jesus disse aos seus
discípulos: “Vós sois o sal da terra”, deixou claro que a humanidade
sem Deus está espiritualmente morta, perdida e prestes a perecer.
“Bom é o sal, mas se
este se torna insípido, como lhe restaurar o sabor? Tende sal em vós mesmos e
paz uns para com os outros”. Quando Jesus afirmou que nós somos a “luz do
mundo”, quis dizer, ao mesmo tempo, que o mundo está nas trevas e que Sua
vontade em relação a nós é que sejamos um instrumento Seu na evangelização
mundial.
Vejamos, agora, algumas
propriedades da luz que devemos observar:
Sua função é brilhar.
Ela o faz sobre um criminoso e sobre uma criança inocente, sobre uma poça de
lama e sobre uma flor. Assim também a nossa missão de luz do mundo é mostrar a
luz do Evangelho sobre todos os povos, sem qualquer distinção.
A luz a que Jesus se
referiu era uma lamparina alimentada por um pavio, mergulhada no azeite. Se
faltasse o azeite, o pavio se queimaria e danificava a lâmpada. O mesmo ocorre
com o verdadeiro cristão: ele depende sempre do óleo do Espírito Santo para
difundir a luz de Cristo.
Mesmo que ela ilumine
um monte de lixo, prossegue incontaminada em sua missão. Assim deve ser o
cristão: viver neste mundo tenebroso sem se contaminar com seus pecados.
A luz tem progredido pelo
tempo, desde a luz da lenha até a luz fluorescente. E continua a progredir,
acompanhando o desenvolvimento da tecnologia. De igual modo, o cristão deve
brilhar mais e mais.
Brilhando com
intensidade e sem interrupção, ele enxuga brejos, drena a umidade, cicatriza
ferimentos e funciona como germicida. É o cristão que, de várias maneiras,
abençoa este mundo não só espiritual, mas também materialmente. Qual a
intensidade da sua luz? De pleno sol sem nuvens ou luz de eclipse? Continua
brilhando ou ofuscada por causa dos problemas do dia a dia?
Padre Bantu Mendonça
10º Domingo do Tempo Comum
A 1ª leitura salienta que o pecado de Adão é o de toda a humanidade,
pois a palavra hebraica adam significa ser humano. O orgulho em querer ser
igual a Deus desvia do caminho da salvação. Mas Deus, Criador e Pai, vai ao
encontro do pecador e restabelece sua dignidade, prometendo-lhe a vitória sobre
as forças do mal, simbolizadas pela serpente. Surge uma nova descendência que
se plenificará em Jesus, o Messias vencedor.
Na 2ª leitura, a fé impele a proclamar a esperança em Cristo
ressuscitado, não obstante os sofrimentos e oposições, como o apóstolo Paulo.
Renovados dia a dia pelo amor de Deus, possamos transbordar a ação de graças
para a sua glória.
No Evangelho, Jesus anuncia a Boa Nova mediante uma intensa atividade messiânica e
constitui o grupo dos discípulos. O texto de hoje mostra que os seus parentes
e, sobretudo, os dirigentes religiosos do povo, não compreendem seu ministério,
associando-o ao poder do demônio.
Jesus se revela como o mais forte, pois é o
Messias Salvador que age a serviço da vida apressando a vitória definitiva
sobre o mal. A rejeição à ação de Deus em Jesus é um pecado contra o Espírito
Santo. Trata-se do fechamento radical à salvação de Deus, oferecida
gratuitamente pelo Pai, pelo Filho, com a força do Espírito no batismo A
resistência em acolher Jesus impede a experiência do perdão e da misericórdia
do Senhor. Os que se comprometem com o Mestre e suas palavras, como discípulos
e companheiros na prática libertadora, formam a nova família.
Revista de Liturgia
Jesus, o eterno Sacerdote
Ensinando no Templo, Jesus perguntou: “Como os mestres da Lei dizem
que Cristo é filho de Davi?”. Jesus
apontou para uma questão aparentemente sem resposta, e Ele mesmo a respondeu,
citando as palavras do Rei Davi: “O Senhor disse ao meu Senhor: ‘Senta-te
à minha direita até que eu ponha os teus inimigos debaixo de teus pés’”. Olhemos
com cuidado o que Davi está dizendo: O Senhor disse “ao meu Senhor”.
As palavras citadas são
do Salmo 110,1. Ao falar sobre a expectativa do Senhor que vem, Davi chama
Jesus de “Senhor”, o ungido de Deus. Portanto, Davi está falando do Senhor dele
quando se refere ao esperado Cristo.
Com essa pergunta,
Jesus leva os mestres da Lei a um impasse: o Messias não poderia ser meramente
“filho de Davi”, se este O chamou de “Senhor”. O verdadeiro Cristo (o Messias)
deveria ser mais do que somente um descendente de Davi.
A Epístola aos Hebreus
nos revela a visão dos apóstolos. O escritor da Epístola nos apresenta Jesus
como sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, sacerdócio sem início e
sem fim.
Segundo a visão de
Hebreus, Jesus, descendente de Davi, representava as duas linhas em uma pessoa
só: Filho de Davi e Sacerdote.
O escritor da Carta aos
Hebreus começa seu esboço com as palavras: “Havendo Deus antigamente
falado muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou
nestes últimos dias pelo Filho”.
Os mestres da Lei não
aceitaram ouvir Jesus sendo chamado “Filho de Davi”, pois a expressão lhes
designava o Cristo. Jesus lhes havia demonstrado que o “Filho de Davi” também
era o “Senhor” de Davi e eles não souberam contestá-Lo porque, na
verdade, Jesus é Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque. Ele é o eterno
Sacerdote.
Padre Bantu Mendonça
Quando o incerto nasce a certeza da fé nos devolve a calma
Manhãs sempre são um
sinal de recomeço. Quando as forças parecem estar no fim, sempre se faz
necessário buscar na fé as
certezas de um novo tempo. Assim é a vida: um contínuo processo de estações,
onde o hoje é sempre uma nova oportunidade de ser feliz.
Nem
sempre é fácil buscar algo que ainda não se consegue ver. A fé nasce das
incertezas. Se tudo fosse certo não haveria necessidade de acreditarmos em algo
que ainda não nasceu no jardim de nossas possibilidades. Quando o incerto nasce,
a certeza da fé nos devolve a calma de uma manhã de esperanças sempre novas.
Nas estações da alma a esperança sempre nos convida a
colhermos as flores que ainda são apenas sementes. Somente quem aprendeu a
semear saberá que a colheita leva tempo e é preciso saber esperar. Os
agricultores sabem que a semente leva tempo para nascer. Diante da sepultura da
semente eles sabem que ela está em um processo silencioso de germinação. E
quando menos se espera, a semente surge a partir de um processo reconciliado com
o tempo da natureza. É o milagre dos processos de ressurreição que superam a
morte, dando lugar ao verde de eternas esperanças.
A esperança passa pelo mesmo processo da semente: ela nasce das incertezas a partir de
uma certeza maior. Nem sempre é fácil acreditar quando tudo parece ser
tempestade e as ondas revoltas da vida parecem afundar as pequenas esperanças
que ainda nos mantêm em pé.
Diante das
desesperanças da mulher que iria levar o filho para ser sepultado, Jesus
aparece como um sinal de vida em meio à morte. A procissão das possibilidades encontra-se
com a procissão das despedidas. Diante das lágrimas daquela mãe que
contempla seu filho já sem vida, o Senhor reconhece as dores de quem não tem
mais a esperança como companhia. As alegrias de outrora eram agora somente a
saudade de um tempo que se foi. O passado era apenas uma recordação de um
presente doloroso e de lágrimas.
Quando Jesus se aproxima, as noites daquela senhora começam a
ganhar tonalidades de uma nova manhã com cores de vida. Das trevas das
incertezas começam a desabrochar o verde de um novo tempo. As lágrimas que
antes molhavam as saudades de um tempo de alegrias, agora cedem lugar aos sorrisos
de uma vida nova que traz as certezas das flores que germinam repletas de fé no
jardim da alma.
Foi na
esperança diante da morte já decretada que Jesus devolveu a vida àquela senhora
que caminhava por uma estrada sem flores e sem vida. O inverno de uma estação
sem vida fez daquele jardim de tristezas um lindo canteiro de flores de
esperança.
Em Jesus Cristo encontramos a certeza nas horas incertas. Diante do Autor da Vida toda semente é
sempre uma possibilidade de esperança, que renasce a cada gota de fé que irriga
o solo das tristezas. Enquanto houver uma semente de esperança haverá a certeza
de uma nova vida a desabrochar.
Padre Flávio
Sobreiro
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